Não importa o tamanho do seu negócio e nem em que fase da jornada empreendedora você esteja, um dos maiores desafios de qualquer empreendedora ou aspirante a ser uma, é a gestão financeira.
Dois são os principais motivos pelos quais devemos estar sempre atentas e preparadas para fazer uma boa gestão financeira de nossos negócios. Primeiro, porque nenhuma empresa deve dar prejuízo, mesmo aquelas sem fins lucrativos. E, segundo, porque as despesas nunca deixam de existir, tendo você ou não receita, e até mesmo antes de abrir as portas.
A partir do momento que um empreendimento é pensado e os primeiros passos são dados, você já tem despesas com projetos, profissionais qualificados como: engenheiros, arquitetos, contadores, advogados, entre outros. E, dependendo do tipo de negócio, taxas e impostos para abertura da empresa.
Portanto, o planejamento e a gestão financeira de todos os gastos que tiver até com transporte e alimentação, se for o caso, já devem ser detalhadamente pensados, colocados no papel e nas devidas planilhas. Se você buscar algum tipo de empréstimo ou tiver investidores que aportam dinheiro para iniciar seu negócio, lembre-se de planejar o pagamento dos juros e do valor principal.
A principal coisa a saber, embora pareça óbvio, é que a receita, o dinheiro que entra no caixa de sua empresa, fruto da venda de seus produtos ou serviços NÃO É O SEU LUCRO.
Faça o controle diário de seu caixa, registrando todas as entradas e saídas de dinheiro mesmo que sejam centavos. Muitas empresas, levam de 2 a 5 anos para terem lucro. O lucro é o rendimento de suas operações.
Em linhas gerais, é o resultado positivo de suas receitas menos as despesas. Porém, o conceito de lucro é bem mais abrangente e exige que você se informe com o seu contador, inclusive, sobre a forma de tributação a qual sua empresa estará enquadrada. Se lucro presumível, real ou cessante.
Conta a lenda que o grande bilionário e investidor, Warren Buffet, estava num elevador com um grupo de pessoas quando alguém viu uma moeda de 10 centavos de dólares no chão e ninguém se atreveu a pegar. Ao saírem, Buffet esperou que todos se retirassem, abaixou-se, pegou a moeda e disse: aqui começa o meu próximo bilhão. Portanto, lembre-se que basta uma gota pingando todos os dias para se encher um balde d´água no final de um mês, de um semestre ou de um ano.
Um dos primeiros grandes erros de um empresário ou empresária é lançar mão de sua receita e usá-la para despesas e gastos pessoais. Cometer este erro é fatal e pode acabar com a empresa em pouquíssimo tempo.
Desde o início, crie uma conta só para a empresa e jamais misture contas pessoais com as da pessoa jurídica. Jamais caia na tentação de trocar de carro ou mudar de casa assim que o dinheiro começa a entrar no caixa.
Portanto, RESPEITE SEU NEGÓCIO E NÃO SE DESLUMBRE QUANDO A RECEITA ESTIVER ALTA, NEM SE DESESPERE QUANDO ELA ESTIVER BAIXA. Tenha sempre uma reserva! É fundamental que você tenha um capital de giro para os momentos de baixa procura do seu produto ou serviço. O ideal é que você tenha um capital que cubra de 6 a 12 meses de suas despesas, guardados e disponíveis para emergências.
Se você for empresária e trabalhar para a sua empresa, considere o seu salário (ou pró-labore) como pagamento pelos serviços que você presta a ela. O salário pode ser definido pelo mercado ou um mínimo necessário para você viver até que seu negócio possa lhe pagar mais.
Como proprietária de escola de idiomas, por exemplo, eu atuava não apenas como gestora, mas também como coordenadora dos cursos e professora de algumas turmas, quando não de várias ou a maioria delas. O mínimo de salário que recebia era o mesmo pago a qualquer professor por cada turma que eu ministrava porque este era um custo que a escola inevitavelmente teria com qualquer professor. Um aspecto interessante é que a despesa com o salário dos professores era contabilizada como custo variável, uma vez que variavam de acordo com o número de turmas fechadas em cada semestre.
À medida que a empresa vai crescendo e você pode ocupar cargos mais altos, menos operacionais e mais de gestão, deve também a sua retirada crescer.
Imagine que você é na sua empresa um funcionário como outro de qualquer empresa. Você começa com um salário menor e à medida que a empresa vai crescendo, você cresce junto com ela até que possa ter o salário de um CEO (Chief Executive Officer).
Por fim, uma das grandes armadilhas que também pode levar seu negócio à bancarrota é cair na tentação de querer desesperadamente atrair clientes pelo preço. Você acaba cobrando valores bem abaixo do mercado sem ter clareza dos seus custos e sem saber precificar seu produto ou serviço.
Sem dúvida nenhuma, você deve conhecer bem o mercado e seus concorrentes, por isso faça um estudo detalhado antes mesmo de montar seu negócio. Faça isso constantemente ao longo da vida da sua empresa. Chamamos isso de benchmark.
Entretanto, o preço do concorrente não pode ser o único indicador que vai determinar o seu preço. Lembre-se que você deve ter clareza de todas as suas despesas fixas, aquelas que você tem mesmo que não haja um único cliente, das quais não poderá fugir e deve honrar. Portanto, saiba se posicionar e saiba qual é o real valor do seu produto e serviço.
Espero que essas dicas a ajudem na gestão financeira e deixo para você uma frase de Warren Buffet:
“Por algum motivo, as pessoas se baseiam em preço e não em valores. Preço é o que você paga. Valor é o que você leva.” (Warren Buffet)
Pense nisso!
Cristiane Ferreira
https://soucrisferreira.com.br/
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