A Importância da Expressão Emocional: Como e por que devemos expressar o que sentimos
Antes de falar sobre emoções, eu quero trazer aqui alguns pilares que nos sustentam durante o processo de lidar com as emoções, ou seja, durante a vida.
O primeiro deles, e o mais importante, é a missão de ser feliz.
Isso está longe de ser associado aos prazeres momentâneos que muitas vezes buscamos como forma de nos distrair daquilo que não é confortável de lidar.
Quando se trata de emoções negativas, que eu vou chamar aqui de emoções confrontadoras, a grande maioria das pessoas acaba optando pelas distrações que estão sempre do lado de fora.
Lidar com essas emoções é como adentrar a uma caverna escura, onde tateamos no escuro na esperança de encontrar a saída, ou a luz. No escuro, estamos mais suscetíveis ao medo; afinal, não sabemos com o que teremos que lidar.
O grande problema nisso é que a luz que ilumina o lado de fora da caverna só nos mostra mais distrações. A caverna das nossas emoções, onde encontraremos a verdadeira saída para os nossos problemas, é escura e imprevisível, mas não há outra maneira de abraçar a missão de ser feliz senão através da coragem de enfrentar os medos que tanto evitamos e que nos levam às distrações.
Ser feliz deveria ser o nosso único objetivo de vida e, para isso, é fundamental que aprendamos a navegar por essas águas turbulentas, reconhecendo que a felicidade não é um destino, mas uma jornada contínua.
Ao aceitar e integrar nossas emoções, tanto as positivas quanto as desconfortáveis, nos tornamos mais resilientes e capazes de construir um estado de bem-estar duradouro.
A verdadeira agilidade emocional reside na nossa disposição de enfrentar a caverna, iluminando-a com a luz da autocompreensão e da aceitação, permitindo-nos, assim, viver plenamente.
O segundo pilar são os nossos valores, que funcionam como uma bússola em nossa jornada.
Sem eles, tendemos a escolher caminhos que nos distanciam ainda mais do primeiro pilar, deixando-nos confusos quanto ao verdadeiro significado da felicidade.
Valores são aquilo que você não negocia, aconteça o que acontecer. Se eu te perguntasse agora quais são os seus cinco principais valores, você saberia me responder de prontidão?
A maioria das pessoas não sabe. Quando decidi me tornar minha melhor cliente, fiz uma revisão em minha lista de valores. Por mais que eles fossem importantes, percebi que não estavam congruentes com a minha decisão de abraçar a missão de ser feliz.
Logo, defini como valores inegociáveis a leveza, autenticidade, coragem, liberdade e amor. A partir dessa definição, as incertezas foram se dissipando, pois para cada escolha que passei a fazer, analisava se não feriria qualquer um deles.
Dizer não para o que vai contra os meus valores se tornou bem mais fácil. E todos nós enfrentamos esse mesmo desafio: aprender a dizer não. Sobretudo porque a maioria das coisas que fazemos nessa era mágica de infinitas oportunidades (muitas vezes fugindo e nos distraindo) nos coloca na contramão dos nossos reais motivos para ser feliz.
Até aqui, falei mais sobre felicidade do que sobre emoções, mas é exatamente aí que estão as razões pelas quais devemos, sim, aprender a olhar para os nossos sentimentos com agilidade.
Vale ressaltar que um sentimento revela uma (ou mais) emoções, mas o ponto de reflexão que quero trazer são as nossas necessidades; por trás de cada emoção desconfortável existe uma necessidade.
Se sentimos raiva de um amigo por ele ter nos deixado esperando, por exemplo, talvez estejamos camuflando nessa raiva a necessidade de atenção; se nos ressentimos de alguém que nos tratou mal, talvez estejamos escondendo a necessidade de afeto.
Arrisco-me a dizer que a maioria dos nossos problemas reside na nossa inabilidade de lidar com as emoções, mas só acessaremos em nós esse pontinho de luz chamado felicidade se encararmos essas emoções com amor e compaixão.
Ao fazer isso, podemos transformar nossas experiências emocionais em oportunidades de crescimento, permitindo-nos viver de maneira mais plena e autêntica. Assim, nos tornamos não apenas mais felizes, mas também mais conectados com nós mesmos e com aqueles que nos cercam.
O terceiro pilar é, sem dúvida, o mais desafiador: nossas vulnerabilidades.
Alguns anos atrás, éramos influenciados principalmente pela televisão, revistas e pelo meio social em que estávamos inseridos.
Hoje, essa dinâmica mudou. A era digital ampliou o número de pessoas que nos influenciam, e como a maioria tende a mostrar apenas o palco de suas vidas, acabamos nos encolhendo cada vez mais nos bastidores da nossa própria existência, com medo de expor nossas vulnerabilidades. É como se ninguém mais as tivesse; ao mostrar nossas fraquezas, sentimos que nos tornamos o patinho feio em meio à multidão de gansos.
A verdade é que ignorar ou esconder nossas vulnerabilidades é o mesmo que guardar os patinhos feios na gaveta das nossas emoções. Quem nunca teve uma gaveta cheia de tralhas em casa que, em algum momento, não se viu obrigado a organizar? É preciso tirar tudo de dentro, descartar o que não serve mais e reorganizar novamente. Encarar nossas vulnerabilidades com amor, reconhecendo que elas existem, é semelhante a fazer essa limpeza na gaveta.
Ao aceitarmos nossas vulnerabilidades, podemos transformá-las em fontes de força e aprendizado. Elas nos conectam aos outros e nos lembram de que todos somos humanos, com nossas imperfeições e desafios. Ao invés de esconder o que consideramos fraco, podemos abraçar essas partes de nós mesmos, permitindo-nos ser mais autênticos e, consequentemente, mais felizes.
Mostrar nossas vulnerabilidades pode ser o primeiro passo para construir relacionamentos mais profundos e verdadeiros, além de nos libertar do peso de uma imagem perfeita que, na realidade, não existe.
Agora, podemos realmente nos aprofundar nas emoções. As mais comuns que todos nós sentimos incluem raiva, ressentimento, tristeza, medo e alegria. Curiosamente, entre essas emoções, apenas a alegria é considerada confortável. No entanto, se eu disser que todas, sem exceção, têm seu lado positivo e negativo? A alegria em excesso pode tornar uma pessoa insensível, voltada apenas para si mesma e alheia às dores dos outros.
Por outro lado, a raiva pode ser um poderoso combustível para a ação quando é bem canalizada. Imagine alguém que, ao se sentir traído, utiliza a raiva para cuidar melhor de si, estabelecer limites em suas relações, investir em sua imagem, aprender uma nova profissão e se reconstruir em seu máximo potencial.
Além disso, o lado positivo do medo é que ele nos ajuda a nos proteger e a ser mais cautelosos diante de ameaças. A tristeza, embora seja um perigo eminente para a depressão, pode melhorar nossa capacidade de memorizar experiências importantes, pois nos leva a focar no que realmente importa, ressentimento, por sua vez, pode nos ajudar a avaliar o equilíbrio entre dar e receber, que é essencial para a harmonia nas relações. Quanto melhor aprendemos a lidar com nossas emoções, mais leve nossa vida se torna.
Uma abordagem sugerida por Susan David, que criou o conceito de Agilidade Emocional, envolve quatro comportamentos:
1. Encarar as emoções de frente: Reconhecer que elas estão presentes em nós, mas não nos definem.
2. Sair da “ilha”: Ampliar nossa visão, como em um jogo de xadrez, onde reconhecemos que há todo um tabuleiro e não apenas uma peça.
3. Ter motivos coerentes: Lembrar de nossas razões mais valiosas que nos mantêm firmes diante dessas emoções, conforme discutido nos dois primeiros pilares.
4. Seguir em frente: Estabelecer um plano de ação para superar essas emoções e aproveitar todos os benefícios em prol da nossa paz.
Portanto, a partir de hoje, considere a felicidade como o primeiro item em sua lista de compromissos. Isso exigirá que você esteja mais atento às suas emoções, mas qualquer preço é menor do que pagar com a própria vida por ignorar esses aspectos tão importantes. A felicidade e o bem-estar estão intrinsecamente ligados à nossa capacidade de reconhecer e gerenciar nossas emoções de forma saudável.
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Um forte abraço e até o nosso próximo artigo!
Shirley Brandão
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