O que significa ser saudável? A sociedade impõe padrões como “ser magro”, “ser feliz”, “ter abdômen chapado” entre outros como sendo a definição de saúde. Além disso, muitas vezes o conceito de saúde está ligado à ausência de doença. Será que saúde é isso? Ou vai além?
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) saúde é “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades”. Ao contemplar esta definição, entendemos que:
- Saúde inclui a integração entre as diferentes áreas (físico, mental ou emocional e social);
- Saúde não significa apenas a ausência de doenças;
- Saúde e bem-estar estão interligados.
A definição acima, ainda falta incluir o conceito de espiritualidade como parte de saúde. Conforme estudos demonstram, a espiritualidade é um componente essencial da nossa saúde. Koenig verificou que 90% dos pacientes dizem que crenças religiosas e suas práticas são importantes formas pelas quais elas enfrentam e aceitam melhor suas doenças físicas, e mais de 40% indicam que a religião é o fator mais importante que os ajudam nessas horas (Koenig HG. Espiritualidade no cuidado com o paciente. São Paulo: Fé Editora Jornalística, 2005). Entendemos então que a espiritualidade influencia o processo da condição da doença, como diversos pesquisadores têm comprovado nos últimos anos (Guimarães HP, Avezum A. O impacto da espiritualidade na saúde física.Rev. Psiq. Clin. 2007, 34, supl 1; 88-94).
Contemplando todas estas áreas (físico, emocional, social e espiritual), deve se compreender nosso bem-estar de forma holística. “Ser saudável” deve incluir uma rotina de práticas e comportamentos que nos auxiliam a viver a vida de forma plena, tais como:
- Prática de atividade física;
- Gerenciamento de estresse;
- Cuidado com as nossas emoções;
- Preservar nosso sono;
- Alimentação equilibrada;
- Cultivo de relacionamentos;
- Prevenção de doenças;
- Desenvolvimento profissional;
- Reflexões e contato com nosso lado espiritual (não necessariamente religioso);
- Contato com a natureza.
Existe, inclusive, uma nova área da medicina, a medicina de estilo de vida que visa à prevenção e até tratamento de doenças crônicas não transmissíveis através de mudanças no estilo de vida. Este movimento surgiu, pois 70-75% das doenças são caudas por hábitos não saudáveis. Estas mudanças incluem hábitos alimentares, falta de prática de atividade física, desequilíbrio emocional entre outros.
Este novo olhar da medicina propõe que através de hábitos saudáveis é possível prevenir e em alguns casos, até tratar doenças. Baseado em quatro pilares: a busca de uma alimentação saudável, sono de qualidade, controle do stress com técnicas de meditação e atividade física moderada com recomendação de 150 minutos semanais.
Além disso, a abordagem da medicina de estilo de vida inclui a cooperação entre profissionais de saúde. Você pode procurar um psicólogo se estiver muito ansioso ou triste. Para melhorar a alimentação, pode contar com nutricionistas. Para auxiliar no plano de atividade física, temos os educadores físicos. E é sempre interessante ter um médico de confiança que possa orientar e acompanhar estas mudanças. A interdisciplinaridade de profissionais de saúde enriquece o processo e garantem um acompanhamento holístico.
Sendo assim, os parâmetros de “ser saudável” vai além de um corpo perfeito. Devemos dedicar nosso tempo para cuidar de nós mesmos visando todas as áreas do bem-estar. Ao longo do dia, inclua pequenos hábitos que promovam os diversos componentes: passe tempo com pessoas queridas, faça uma caminhada no parque, medite por alguns minutos, faça refeições com alimentos ricos em nutrientes. Olhe para dentro e crie dentro de você espaços para o autocuidado. Defina a sua própria saúde.
“Você trata a doença, você perde ou ganha. Quando você trata uma pessoa, te garanto que você vencerá.” – Patch Adams
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