A Jornada da CNV: Por que as pessoas têm buscado a Comunicação Não Violenta?
A CNV tem sido uma busca para várias pessoas. Isso é maravilhoso porque elas estão começando a tomar consciência da importância de melhorar a forma de se expressar e ouvir.
Digo que é uma jornada porque não existe receita de bolo. Mas sim um mergulho interior para a conscientização de quantas experiências já tivemos e que contribuíram para criar a maneira como como nos expressamos.
Eu costumo dizer que a CNV – Comunicação Não Violenta está diretamente ligada à resiliência e por quê?
Porque a Resiliência está em pensar de forma estratégica na busca de soluções positivas diante do estresse elevado e das adversidades.
E como a CNV se conecta?
Quando nos expressamos buscamos dentro de nós as crenças as quais criamos e fazem parte de nossos valores. Quando temos eventos em nossa vida infantil e que sejam recorrentes positivos ou negativos acabamos por criar uma crença. E dessa crença criamos os pensamentos e sentimentos e desses criamos os comportamentos, atitudes e falas. Nossa criação vem de uma cultura de autoridade e exigência o que nos leva a estarmos, na maioria das vezes, na defensiva.
Essas crenças são estruturais e podem se tornar rígidas e nos impedir de evoluir e crescer. Dessas crenças podemos trazer rótulos em relação a nós mesmos e aos outros. E, conforme nossas experiências vividas, a comunicação sofre um impacto de uma forma que nem percebemos. Assim acabamos por perder a forma compassiva e genuína de nos expressar, sem levar em consideração o que o outro sente.
Eu vejo que hoje a comunicação em várias ocasiões acontece como uma única via, a forma como eu penso é a única que vale.
As pessoas tendem a atacar o outro sem levar em consideração o que ela mesma já fez antes. E o quanto a ação do outro em várias situações só está trazendo à tona uma luz da sua vida pregressa de fato.
Não temos clareza de como nossa comunicação é importante e o quanto ela impacta um ao outro e o ambiente na qual estamos inseridos.
David E. Zimmerman em seu livro, Os Quatro Vínculos apresenta que na vida de relacionamentos a crença pode ser arraigada e radicalizada a ponto da mesma ser contaminada por crendices e estas levarem as pessoas a bloquearem novos conhecimentos a respeito de si mesmas – autoconhecimento e abertura com relação ao outro.
Quais as crenças criadas ao longo da infância que acabaram por se tornar rígidas, dificultando ou bloqueando para seguir em frente?
Quando fazemos contato com a CNV começamos, a partir de nós mesmos, a entender como andam as relações, se existem conflitos recorrentes; como lidamos com a culpa, com pensamentos de autodepreciação, exigências, punições e recompensas; para que os outros façam o que desejamos, engolir a raiva e um dia ela se torna uma bomba relógio. Quando ela estoura atinge a si mesmo e o outro. Se me vejo como vítima, se costumo perceber as situações como deveria ou não fazer. São tantas questões e por não sabermos a nosso próprio respeito fazemos uma grande confusão.
O que mais me encanta na CNV não é querermos ser bonzinhos porque isso é um rótulo. Mas sim podermos conectar com a nossa própria essência. Algo ao mesmo tempo fácil e difícil de se fazer porque precisamos de uma permissão interna, de fazer sentido e, às vezes, não estamos prontos.
A CNV é uma jornada de autoconhecimento, para trazer mais leveza, sintonia, conexão, curar feridas antigas e evitar novas. É ressignificar o que não nos serve mais e continuamos insistindo, por medo de mudar.
Vale lembrar que apesar de todos nós seres humanos sermos diferentes, somos iguais em nossas necessidades humanas universais.
Eu tenho fé que a humanidade um dia encontrará uma forma de se relacionar com mais paciência e assim ressignificar a Lei de Talião para a compaixão.
Gostou do artigo? Quer saber mais sobre a CNV – Comunicação Não Violenta? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.
Wania Moraes
http://www.waniamoraes.com.br/
Confira também: AutoAmor um cuidado a ser desenvolvido!
Participe da Conversa