Na semana passada, em um atendimento que eu fazia, recorri a uma metáfora para ajudar o cliente a refletir melhor sobre o seu caso e para ajudá-lo a buscar inspiração no encontro de alternativas de solução. Como um raio, a metáfora que eu usei catalisou o processo que se mostrava complexo e o cliente assumiu postura totalmente diferente e positiva. Curiosamente, no mesmo dia, aconteceu algo similar no atendimento a uma mulher, que apresentava problema pessoal ainda mais complicado. Lembrei-me de Rudolf Steiner, filósofo, educador e fundador da Antroposofia, da Pedagogia Waldorf, da agricultura biodinâmica e da medicina antroposófica. Aliás, Steiner é alguém inspirador e que vale ser reconhecido e respeitado por profissionais de Coaching e Mentoria.
Em futuros artigos eu tratarei mais do uso de metáfora no Coaching, mas hoje vou me deter na teoria dos setênios criada por Steiner, a qual estabelece uma espécie de convívio do ser humano com todo o Universo. Segundo ele, a vida de qualquer pessoa performa um ciclo, segundo os ritmos da natureza, e em fases de sete anos (o 7 é número místico e dotado de poder). Assim, os três primeiros ciclos (dos 0 aos 21 anos) são chamados de “setênios do corpo”, quando amadurece o corpo físico e ocorre a formação da personalidade.
Depois, dos 21 aos 28 anos as pessoas atingem a fertilidade. Nessa etapa da vida, algumas inquietações sobre escolhas pessoais, carreira, relações com os outros e o mundo, a aplicação ao trabalho, tudo isso começa a incomodar. Esses são os setênios da alma, seguidos depois pelos setênios da maturidade e espiritualidade, dos 42 anos em diante. Nesta fase, os questionamentos são quanto ao “que eu tenho feito de minha vida”, “o que a vida me reserva pela frente” e, também, há uma avaliação sobre relacionamentos, amigos e família. No processo, após os 63 anos, a pessoa tem mais atenção para cuidados com o corpo, a sabedoria e expectativas de como aproveitar anos que restam.
Se você, como profissional que vai atender o cliente, entender bem essa filosofia de Steiner, saberá também associar o problema (ou desafio) de seu cliente a um momento bem nítido e cíclico da natureza humana. Afinal, a Antroposofia e os estudos de Steiner compreendem que o ser humano tem que conhecer a si para também conhecer o Universo, pois somos todos parte e participantes dele. Conforme Steiner, a Antroposofia é “o caminho de conhecimento que deseja levar o espiritual da entidade humana para o espiritual do Universo”, e vice-versa.
Finalizando, Steiner criou uma metáfora para explicar esse conceito que descrevemos acima, o qual resumidamente alerta que na vida passamos por vários ciclos de nascimento, crescimento e morte, com renascimento. A sabedoria está em saber caminhar com segurança e harmonia pelos ciclos que enfrentaremos, desejemos isso ou não. Para um entendimento mais lúdico, assista ao vídeo abaixo sobre a metáfora da borboleta. Ao final, aprenda a se boboletear e a orientar seu cliente no mesmo sentido.
Link original: https://www.youtube.com/watch?v=LeuFM8sQuyU
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