Na última postagem comentei do grande interesse demonstrado pelos leitores quanto ao tema resiliência. Motivado por conhecer o que pesquisadores desenvolveram na relação da Resiliência e do Coaching, consultei a base de dados EBSCO e, curiosamente, encontrei um único artigo científico publicado no tema. Para quem quiser conhecer detalhes sobre ele, a referência é Coaching for resilience, de Freddie Barret (publicado no Organizational Development Journal, em 2005). A pesquisadora conta com um site específico sobre o assunto: www.resilientsolutions.com.
Certamente, é um grande desafio resumir um artigo em poucas palavras, mas a intenção é dar foco nas conclusões e propostas. Barret afirma que, ao longo da carreira, muitas vezes se perguntou: Qual o segredo para o sucesso? E ficava aborrecida por não conseguir identificar claramente o que fazia a diferença entre o sucesso e o insucesso. Em 1999, começou a estudar sobre a natureza da resiliência e se tornou consciente da sua própria resiliência. O estudo que desenvolveu discute cinco características de resiliência que construíram suas estratégias para o Coaching.
Para Barret, a resiliência pode ser analisada a partir de cinco características: positivista, focada, organizada, proativa e flexível. Quando ela atende explorando a primeira característica (positivista), o Coachee deve descrever as possíveis oportunidades que ocorrerão a partir da mudança desejada. Os clientes devem estar conscientes de que não existem falhas ou erros, mas apenas as situações para a aprendizagem. Por esse caminho, o cliente deve ser capaz de apresentar a clara descrição da situação atual como um grande presente, devendo se concentrar em que lições foram aprendidas e novos caminhos surgiram.
A pesquisa comenta que pessoas resilientes têm visão nítida daquilo que querem alcançar e usam isso como estrela-guia de orientação. Elas têm clareza de propósito para suas ações. Assim, o Coach deve ajudar o seu Coachee a desenvolver um senso especial de propósito, com uma visão clara e focada. No que diz respeito à questão da organização, a chave para o sucesso é a capacidade de a pessoa rapidamente converter dados em informação e, em seguida, organizar essas informações em planos eficazes para avançar. O Coach deve incentivar o cliente a quebrar problemas lógicos em pedaços, o que facilitará criar ações realizáveis na direção escolhida.
Continuando, pessoas resilientes conseguem agir mesmo diante de incertezas e assumir riscos. Um elemento importante da resiliência é a vontade de prosseguir e aprender com a experiência, revendo então os planos. O Coach pode ser especialmente útil em ajudar o cliente proativo a imaginar a tomada de ação em face de risco e o estimular à reflexão: O que é a pior coisa que poderá me acontecer? Finalmente, temos a questão da flexibilidade e, conforme a autora, os resilientes transitam em ampla gama de estratégias criativas e flexíveis para responderem à desejada mudança. Um elemento presente é a capacidade para construir diversas soluções e então alterá-las, se necessário. E têm alta capacidade em construir redes de relacionamento e troca de informações.
A autora encerra o artigo afirmando que desenvolver essas cinco características de resiliência em si própria ajudou-a a continuar buscando a criatividade inexplorada, com energia e paz. Certamente, como qualquer outra pessoa, ela assume ter seus momentos de altos e baixos. Mas o fundamento está em assumir-se rapidamente como quem ainda tem muito a aprender, com alegria, esbanjando confiança em cada novo serviço ou trabalho. Vale lembrar o quanto é correto pensar em pequenos passos em uma direção e, caso isso não se mostre funcionando a contento, usar de flexibilidade e liberdade para tentar algo novo. O modelo mental criado por Freddie Barret chama-se Ciclo de Renovação e, sem dúvida, merece ser avaliado pelos interessados na área do Coaching.
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