Este ano de 2016 foi marcado por fortes acontecimentos. Como, por exemplo, vários ataques terroristas e políticos sendo destituídos de cargos. Tudo isso gerou muita polêmica, principalmente, no meio mais novo da comunicação, a Internet. E sendo adolescentes temos o impulso de querer dar opinião sobre tudo e acharmos que temos bagagem técnica ou vivência para isso.
Este ano, sobretudo, nos mostrou como a Internet se tornou a maior plataforma de liberdade de expressão. Como disse o intelectual: a Internet deu voz a todos e isso não é necessariamente uma coisa boa. Provou-se também, principalmente para nós, que acompanhou a sua evolução e a teve presente no inicio do nosso desenvolvimento crítico, que a Internet é considerada a maior plataforma de exposição política e ideológica. E o mais perigoso: achamos que isso é o suficiente. Achamos que compartilhar e escrever os famosos “textões no Facebook”, compartilhar imagens e mudar a foto de perfil em “solidariedade” quando ocorre uma tragédia é o suficiente, como se significasse realmente alguma coisa, como se estivéssemos fazendo a nossa parte ou a diferença.
Isso ocorre, pois associamos a nossa existência e crescimento social às redes sociais. Ou seja, aquilo que postamos, ou pior, deixamos de postar, é mais importante do que somos fora da rede. Sei que parece um discurso repetitivo ou até mesmo que a nossa avó faria. Mas vai muito além disso. Isso se prova agora. O acidente que ocorreu com o time de futebol levou a maioria das pessoas mudar sua foto de perfil com a mensagem “vamos Chape”, uma ação de “solidariedade” aos mortos e familiares do acidente. Mas para e pensa. Antes desse acidente quase ninguém sabia da situação do time no campeonato sul americano. Quase ninguém. E após horas do acidente o Facebook inteiro se encheu de novas fotos de perfil, de mensagens e posts homenageando o time. E quem não compartilha nada ou não muda a foto de perfil é considerado insensível ou egoísta?
Conseguem ver como damos o errado significado a uma ação que na sua essência ou no final das contas não significa nada? Justificando isso é o que ocorrerá daqui uma semana. As fotos de perfil voltarão ao normal, as postagens e vídeos de gatinho e de comida voltarão a encher o Feed de notícias. E só lembraremos do acidente daqui a um mês ou um ano para criticarmos a conduta indiferente da CBF. Novamente achando que um textão no Facebook chega a fazer alguma diferença para os mortos e familiares ou para a CBF.
Isso também foi provado com o incidente de Mariana, com o ataque terrorista na França e tantos outros.
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