Quando falo em Educação Financeira, a resposta quase sempre envolve temas relacionados aos índices financeiros, os melhores investimentos e aplicações ou até mesmo cálculos matemáticos complexos. Mas o que é a Educação Financeira de fato?
Com base na minha experiência de vida, posso responder que a Educação Financeira vai muito além de números e é consolidada a partir da mudança de hábitos e comportamentos, envolvendo muita disciplina e o mais importante de tudo: os sonhos.
O verdadeiro combustível para que você comece a se educar financeiramente são justamente os seus sonhos, pois eles irão trazer sentido, relevância e incentivo para que você tenha fôlego para conseguir diagnosticar os seus gastos, orçar suas metas e aí então poupar com uma finalidade específica.
É claro que as planilhas e cálculos são importantes nesse processo de transformação, mas eles não funcionarão sozinhos se o comportamento individual e também coletivo não conversarem na mesma língua.
Além de possibilitar o controle total das suas despesas, a Educação Financeira também faz com que você aprenda a comprar com mais consciência, gastando menos do que ganha e ainda poupe para que os seus sonhos sejam realizados, conforme citei acima.
Recentemente, diante da crise dos combustíveis, pudemos ter um bom exemplo de como é possível repensar nossos antigos hábitos em busca de novas formas de lidar com o nosso dinheiro. É claro que essa mudança é gradativa, mas perceba como você conseguiu economizar mais combustível revendo a necessidade de utilizar o carro em todas as situações, caminhou mais e, no fim das contas, ganhou mais qualidade de vida e saúde financeira.
Novos horizontes
Desde cedo, nós aprendemos a lidar com o dinheiro de uma maneira imediatista: receber e logo gastá-lo. Quem não se lembra quando ganhou o primeiro trocado dos pais e comprou tudo em doces, não é mesmo? Talvez se tivéssemos o contato à Educação Financeira em nossas vidas desde a infância a saúde do nosso bolso estaria muito melhor.
Pensando nisso, com o intuito de iniciar as crianças e jovens a lidar muito melhor com o dinheiro, o MEC incluiu a obrigatoriedade da Educação Financeira na Base Nacional de Comum Curricular (BNCC) a partir deste ano. Essa é, sem dúvida, uma vitória para todos os brasileiros, que poderão contar com pessoas muito mais independentes financeiramente nas próximas gerações.
Reinaldo Domingos
Doutor em Educação Financeira, presidente da Abefin e da DSOP Educação Financeira
http://www.reinaldodomingos.com.br
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