Quantas vezes você se sente da maneira com que as pessoas falam com você?
Quantas vezes você se sente mal que as pessoas não te entendem?
Quantas vezes você sente que é incompreendido?
Quantas vezes você diz que as pessoas te deixam triste?
Quantas vezes você diz que as pessoas tiram seu bom humor?
Quantas vezes você se sente vítima das situações?
Quantas vezes você diz que o outro é responsável pela sua alegria?
Agora se eu disser que você é o único responsável por tudo isso?
Sim é você mesmo!
Você não precisa receber o presente que o outro está te dando, você pode simplesmente prestar atenção ao que o outro te fala e fazer algumas separações, como por exemplo:
Do que ele está falando?
O que ele está falando cabe a mim ou eu só estou sendo um canal para ele expor suas tristezas e necessidades não atendidas?
Será que não estou interpretando demais o que o outro está me dizendo, sem ao menos fazer um filtro?
Será que eu faço isso porque tenho a necessidade de ser aceito, amado e quando o outro coloca o que não acredito isso bate forte dentro de mim e pego esse presente e o carrego por longo tempo? Fico triste, cabisbaixo ou entro em fúria?
Ou eu quero ser bonzinho e engulo tudo e depois somatizo ou descarrego em outra pessoa que nada tem a haver com a história?
Bem essa é a forma como muitas vezes lidamos com quem nos relacionamentos.
Costumamos sempre culpar o outro pelo que nos acontece, o chefe porque foi injusto, o colega no trabalho porque é folgado, a mãe ou pai que não nos compreende, o amigo que é egoísta e eu; poxa sou tão bonzinho, estou sempre à disposição, escuto todo mundo e ninguém me entende. Qual o preço que você está pagando por ser bonzinho?
Qual o preço que você está pagando por dar o controle da sua vida para o outro?
Ah! Você vai me dizer que não está? Tem certeza? E quando você perde seu bom humor, a calma, a paz de espirito, sente-se com raiva por algo que aconteceu ou que alguém falou algo para você, será que você realmente está no controle ou se deixa levar pelo que acontece externamente e sai do seu equilíbrio?
Você já parou para pensar que a partir do momento em que você deixa o outro interferir na sua calma e paz de espírito, você está dando para ele um poder que ele não tem, a menos que você o dê?
E como poderia ser se você prestasse mais atenção aos fatos e evitasse avaliar, julgar ou criticar o que o outro está falando para você? Refletir se o que o outro fala é seu mesmo ou dele e você só está sendo um bode expiatório para as necessidades dele que não estão sendo atendidas?
Porém, como precisamos de aceitação, de ser amado e queremos evitar sermos rejeitados passamos o tempo todo preocupado com coisas que talvez não fossem tão necessárias assim.
A comunicação não violenta vem para nos ajudar exatamente a tomarmos cuidado conosco e como nós interpretamos o que é dito. A prestar atenção nas nossas necessidades e nas necessidades do outro e sair do círculo vicioso da culpa.
Sair do Círculo Vicioso da Culpa é sair do próprio erro e do erro do outro e prestar atenção quais as minhas necessidades não atendidas e quais as necessidades do outro também não atendidas.
Marshall tem uma frase que é “Cada agressão é uma expressão trágica de necessidades não atendidas”.
A CNV não ensina você a ser bonzinho, mas sim a ser assertivo nas suas relações intra e interpessoais. Ela convida a desenvolver habilidades para negociar nossas necessidades em relação aos grupos que fazemos parte, ou seja, família, amigos, trabalho, igrejas e ambientes sociais.
Quando somos bonzinhos deixamos de olhar para nossas necessidades e depois cobramos do outro o que não recebemos em troca.
Toda mudança que fizermos em nós, iremos impactar o outro e ambos irão impactar o entorno.
E, por último, como abrir mão do orgulho em prol da felicidade? Como abrir mão de ter razão e ser feliz, sem necessariamente ser bonzinho?
Talvez se pudermos colocar mais amor e harmonia nos relacionamentos poderemos criar mudanças radicais em situações extremas em nossas vidas, aprendendo a lidar com conflitos e estarmos mais próximos de nossa essência, sendo autorresponsáveis e conscientes.
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