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A.I. de nós ou A.I. para nós?

Explore os Impactos Profundos da Inteligência Artificial. Descubra como a IA está remodelando a sociedade e o mercado de trabalho, revelando perspectivas únicas sobre desafios, oportunidades e suas implicações.

A.I. de nós ou A.I. para nós? Explorando os Impactos da Inteligência Artificial

A.I. de nós ou A.I. para nós?
Explorando os Impactos da Inteligência Artificial

Discretamente, ela chegou. Sabíamos que existia, mas ainda era algo meio difuso, só quem se interessava mais por tecnologia e seguia o assunto de perto via as suas aplicações no cotidiano. Mas ela estava lá, cada vez mais presente.

Quando se começou a falar em algoritmos, para o público geral era algo ainda confuso, em que se entendia um sentido mais amplo, onde já se identificava um certo perigo. Mas estava ali, nos assistentes virtuais que foram se aperfeiçoando, como Siri ou Alexa; no Google Translator, que vem melhorando a qualidade das suas traduções; nos sistemas de recomendação da Netflix, Amazon ou Spotify, que vai aprendendo nossos gostos; principalmente nos sistemas de anúncios em redes sociais, onde parece que basta você pensar em um produto para que ele apareça.

Em todos esses casos e em muitos outros, a Inteligência Artificial, I.A, (A.I., em inglês) estava se desenvolvendo, mas não chamou tanta atenção como nesses últimos meses, com a chegada e a disseminação do ChatGPT e outros chatbots permitindo a nossa interação direta, conversando com a Inteligência Artificial sem nenhum intermediário. Parece que tudo ficou mais claro. E, ao mesmo tempo, mais assustador, principalmente pela velocidade com que se espalhou.

Só para você entender, a Netflix levou três anos e meio para atingir 100 milhões de usuários, enquanto o Twitter levou dois anos. O ChatGPT levou cinco dias para alcançar essa marca. E vem crescendo. Para fazer trabalhos de escola, adolescentes já usam a ferramenta, que pode compor uma redação sobre qualquer assunto em segundos, enquanto advogados já usam para elaborar contratos. Mas com toda essa velocidade envolvida, tudo isso já é notícia velha. Novos usos, por novas categorias, vão sendo adicionados a essa lista, todos os dias.

Yuval Noah Harari, em uma entrevista a um jornal inglês, disse que esta é “a primeira tecnologia na história feita para criar histórias.”. E realmente, ele pode criar. Se você pedir para escrever um conto ou cena teatral, dando os personagens e situações, ele vai escrever, criando até piadas.

Mas se pedir informações sobre um determinado assunto, ele também pode criar, no sentido de inventar, mesmo quando se trata de eventos reais. Por exemplo, ele já afirmou que “Hillary Clinton era, com absoluta certeza, a presidente dos EUA entre 2017 e 2022.”.

Ou, em um caso brasileiro, que nós já ganhamos “dois Oscars de Melhor Filme Estrangeiro, com O Pagador de Promessas e Orfeu Negro.”. Nada disso é verdade, claro, mas a forma como a resposta foi dada não deixava espaço para dúvidas.

Mas esse é um dos problemas, até pequeno, se comparado com os outros que estão sendo levantados. E são bem maiores, já que, no limite, envolvem até a extinção da raça humana, como o cinema já havia previsto. A ameaça é considerada tão séria que já movimentou cientistas e CEOs, que assinaram uma declaração conjunta, onde se destaca a seguinte frase:

Mitigar o risco de extinção pela IA deve ser uma prioridade global, juntamente com outros riscos em escala social ampla, como pandemias e guerra nuclear.

Se existe o risco, é preciso que seja avaliado. As pesquisas precisam se concentrar nessa avaliação e no que pode ser feito para que a possibilidade seja afastada. Mas sabemos como funciona. A I.A. vai continuar a se desenvolver e fazer cada vez mais parte das nossas vidas, usemos ou não o ChatGPT.

É como aconteceu e está acontecendo com as mudanças climáticas: elas hoje são uma realidade mais que palpável, onde seus efeitos já podem ser sentidos, também podem significar a extinção da raça humana, mas mesmo sabendo disso, continuamos a fazer exatamente as mesmas coisas que nos trouxeram a este cenário. As medidas para conter os efeitos são sempre adiadas ou reduzidas.

Há países como a Itália, que baniram o ChatGPT, depois que ele foi responsável pelo vazamento de dados de usuários da sua versão premium. Enquanto essas grandes questões são debatidas e se procura formas de regular o uso, precisamos nos preparar para as mudanças que essa ferramenta já está trazendo para o mercado de trabalho, nos concentrando no que podem ser ameaças imediatas.

A substituição de humanos, em algumas profissões, é certa, como já aconteceu em outros momentos, com outras tecnologias. Pensando nisso, como fica o mercado de trabalho, a partir dessa perspectiva? Curiosamente, o próprio ChatGPT é muito modesto em relação ao seu impacto nessa área. Quando é colocada a pergunta: ferramentas como você podem substituir os humanos em quais profissões?

A resposta é sempre modesta:

As ferramentas baseadas em inteligência artificial, como eu, podem ter um impacto significativo em várias profissões. Embora seja improvável que substituam completamente os humanos em muitas áreas, elas podem auxiliar e automatizar certas tarefas, melhorar a eficiência e fornecer suporte em diversas áreas profissionais.

Essa humildade vai de encontro à própria realidade, onde serviços como a de revisão de texto, por exemplo, já podem ser feita apenas com a ferramenta. É uma profissão que já pode ser considerada extinta, como o ChatGPT-4, a sua versão mais atualizada, entrega.

Quando é feita a pergunta sobre quais setores serão afetados e em quanto tempo, essa versão responde, no caso da revisão, que será afetada em 0 meses. Ou seja, agora. Em 80 profissões, a previsão de substituição vai de 0 a, no máximo, 60 meses. São profissões como nutricionista, corretor de seguros, técnico de laboratório, contador, agente de viagens, entre outros.

E o que ele reserva para o setor de RH? Fiz uma entrevista com o próprio ChatGPT, para ver as suas previsões, começando com uma pergunta direta:

Você vai substituir os profissionais de RH?

Como uma ferramenta baseada em IA, meu objetivo é fornecer informações e suporte na área de recursos humanos (RH), mas não substituir completamente os profissionais de RH. As tecnologias de IA podem ser usadas como auxiliares para melhorar a eficiência e a precisão de certas tarefas relacionadas ao RH, mas o aspecto humano e a expertise dos profissionais de RH continuam sendo fundamentais.

É importante ressaltar que as ferramentas baseadas em IA não substituem a experiência, a empatia e o julgamento humano que os profissionais de RH trazem para as suas funções. A IA pode ser um recurso valioso para otimizar processos, aumentar a eficiência e melhorar a tomada de decisões, mas o aspecto humano e a capacidade de compreender as necessidades dos colaboradores continuam sendo fundamentais no campo de RH.

Você não acha que pode adquirir essas características e tornar a substituição completa?

Como um modelo de IA desenvolvido pela OpenAI, eu sou uma ferramenta projetada para fornecer informações e suporte baseados em texto. Embora eu possa aprender e melhorar com base nas interações com os usuários, é importante notar que, no momento, ainda existem limitações em relação à minha compreensão emocional, empatia e julgamento ético. Embora a IA tenha avançado significativamente nos últimos anos, a substituição completa dos profissionais de RH por uma ferramenta como eu é altamente improvável.

Na sua resposta, você diz é importante notar que, no momento, ainda existem limitações. O uso de “no momento” e “ainda” sugere que essas limitações poderão ser ultrapassadas. Em quanto tempo isso pode acontecer?

É difícil prever com precisão o prazo exato para a superação das limitações atuais da inteligência artificial (IA). O desenvolvimento da IA é um campo em constante evolução, e avanços significativos têm sido feitos ao longo dos anos.

No entanto, é importante reconhecer que certas características humanas, como empatia e julgamento ético complexo, são intrinsecamente complexas e podem ser desafiadoras de serem completamente replicadas pela IA.

O progresso na superação dessas limitações dependerá de vários fatores, incluindo avanços na pesquisa e no desenvolvimento de algoritmos, melhor compreensão da mente humana e desenvolvimento de novas abordagens tecnológicas. Além disso, questões éticas, legais e de segurança também devem ser consideradas.

Embora seja difícil estabelecer um prazo específico, é provável que as limitações atuais da IA em relação a características humanas mais complexas continuem a ser abordadas e melhoradas gradualmente ao longo do tempo. É um campo de pesquisa ativo, com cientistas e pesquisadores trabalhando para aprimorar as capacidades da IA em várias áreas.

Um mundo com essa substituição, poderia trazer mais imparcialidade nas contratações feitas pelo RH e, consequentemente, mais diversidade e inclusão?

Em teoria, o uso de ferramentas baseadas em inteligência artificial no processo de contratação poderia ajudar a aumentar a imparcialidade nas decisões de contratação e, por sua vez, promover maior diversidade e inclusão. As ferramentas de IA podem ser programadas para tomar decisões com base em critérios objetivos e eliminar preconceitos conscientes ou inconscientes que podem influenciar as escolhas dos profissionais de RH.

Ao analisar dados objetivos, como habilidades, experiência e desempenho passado, as ferramentas de IA podem ajudar a reduzir a influência de fatores subjetivos e vieses na tomada de decisões de contratação. Isso pode resultar em um processo mais imparcial, em que os candidatos são avaliados com base em suas qualificações e méritos, em vez de características pessoais irrelevantes.

Além disso, as ferramentas de IA também podem ajudar a aumentar a conscientização sobre a importância da diversidade e inclusão no local de trabalho. Por exemplo, elas podem fornecer análises e insights sobre a diversidade da força de trabalho atual, identificar áreas em que a diversidade é baixa e sugerir estratégias para melhorar a inclusão.

No entanto, é importante ter em mente que as ferramentas de IA não são infalíveis e estão sujeitas a suas próprias limitações e vieses. Elas dependem dos dados com os quais são alimentadas e podem refletir as tendências e preconceitos existentes na sociedade.

Gostou do artigo? Quer conversar mais sobre os Impactos da Inteligência Artificial? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.

Até o próximo artigo!

Marco Ornellas
https://www.ornellas.com.br/

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Marco Ornellas é Psicólogo, Master of Science in Behavior pela California American University e Mestre em Biologia-Cultural pela Universidad Mayor do Chile e Escuela Matrizstica. Pós em Neurociência e o Futuro Sustentado de Pessoas e Organizações.Consultor, Coach, Designer Organizacional, Palestrante e Facilitador de Grupos e Workshops em temas como Liderança, Complexidade, Gestão, Desenvolvimento de Equipes, Inovação e Consultor em Design da Cultura Organizacional.Autor dos Livros: DesigneRHs para um Novo Mundo, Uma nova (des)ordem organizacional e Ensaios por uma Organização Consciente.CEO da Ornellas Consulting e Ornellas Academy.
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