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Algum veneno antimonotonia: Cazuza e a Geração Z

Work Hard Play Hard. Contra a monotonia temos que ser mais espertos, criativos e inesperados do que as opções comuns que nos apresentam.

Quando tive mais uma crise existencial somada a uma forte crise de ansiedade veio o motivo/tema desse texto. Estava conversando com a minha mãe e com a minha amiga Stefany sobre como eu queria que as coisas já estivessem cinco, dez anos à frente. Ou como temos vontade de largar tudo e viver uma vida totalmente alternativa da que se apresenta agora. Ou ainda, como há dias que, ao questionar toda essa rotina racionalizada de roupa social, escritório, faculdade, tenho simplesmente vontades carnais, desde exercícios físicos às drogas mais entorpecentes possíveis, tudo apenas para meu corpo ter sensações diferentes e prazerosas. Mas para que não fizesse desse texto um desabafo ou que fosse passível de críticas pela apologia às drogas, fui estudar sobre a minha geração para verificar possível compatibilidade com o tema.

A geração Z, pessoas nascidas entra 1995 e 2010, é a geração do agora, ou seja, instantaneidade, velocidade, senso de urgência. O filósofo Mario Sérgio Cortella, ao dar entrevista para um documentário, disse que essa geração não tem paciência. Paciência é saber deixar maturar, não é lerdeza. Outra informação sobre essa geração que está no livro dele “Por que fazemos o que fazemos?” diz que essa geração não sabe fazer aquilo que não quer/não gosta.

Estar na Universidade, aproveitando totalmente suas diversas experiências e sendo uma jovem da geração Z faz com que eu viva cada segundo todas as características desta geração. A impaciência, o não saber fazer, ou melhor, não saber lidar com aquilo que não quer fazer.

Como o próprio Cortella disse, a velocidade, instantaneidade e urgência são aspectos positivos, pois com isso nossa geração tem mais chances de revolucionar. Como consequência pode-se ter a ansiedade.

Minha sugestão para conseguir lidar com essas características que parecem inatas a nós dessa geração: seja impaciente, instável naquilo que se pode ser. Work Hard Play Hard. Contra a monotonia temos que ser mais espertos, criativos e inesperados do que as opções comuns que nos apresentam. E termos a coragem de experimentar a fazer coisas que consideramos “de velho” ou totalmente estranhas à nossa situação de conforto.

Aprender uma nova língua, esporte novo, estudar uma matéria de outra área de conhecimento, porque todo desafio é uma novidade. E quando não tivermos tempo para ter novos desafios, que aprendamos a deixar a situação presente maturar, para que ela possa ser superada corretamente, criando as possibilidades e bases necessárias para os novos desafios. Com aquilo que pode ser superado, que usemos da nossa impaciência e urgência para revolucionar.

Beatriz Alves Ensinas é Estudante de Direito na PUC-SP, estagiando na área e em São Caetano do Sul, São Paulo. Depois de três anos contribuindo na coluna “De adolescente para adolescente”, iniciada por ela e depois tendo a parceria de Bruno Sales, a partir de agora ela é responsável pela coluna “De Universitário para Universitário”.
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