Anhanguera e a Ética no Coaching
Neste ano de 2019 o coaching profissional sofreu forte resistência por parte de várias fontes do mercado. Diferentes fatos motivaram estas manifestações, um deles: os coaches sem ética.
Sempre entendi que há o Coach consistente, e aquele que é, mas de verdade, não é.
O Coach que se apresenta como Coach e que não possui as qualidades do verdadeiro e convincente me lembra bastante um personagem da história do Brasil que estudei na escola, em meus tempos de garoto. Me refiro a Bartolomeu Bueno.
Como nós temos nossos clientes e parceiros no mercado, o Bandeirante também tinha os seus parceiros de negócios – os índios.
Devido às contínuas entradas que fazia nas matas e de sua habilidade em negociar, se tornou conhecido entre os índios.
Descobrindo que em uma certa região os índios sabiam onde acessar ao ouro, então Bartolomeu começou suas negociações.
Ocorre que os índios também tinham suas necessidades, interesses e reivindicações. Por isso mesmo, entenderam que deveriam negociar melhor os termos do contrato com Bartolomeu. Este entendendo de propaganda e marketing promoveu um espetáculo aos índios da aldeia. Puxou sua tigela de beber água e encheu-a de cachaça. Em meio à sua apresentação, colocou foco na vasilha e o fogo subiu queimando o líquido.
Os índios que não entendiam de marketing e muito menos de aguardente, pensaram que a água estava pegando fogo. Então quando Bartolomeu ameaçou de queimar todo o rio do qual bebiam e se alimentavam, os índios gritaram chamando-o de Anhangá (Diabo poderoso) e logo mostraram o caminho das pedras preciosas.
Assim Bartolomeu ficou conhecido em toda região como o destemido (Anhangá).
Ocorre que todo cliente e parceiro de negócio acaba conhecendo com quem está lidando. Não demorou muito para perceberem que haviam sido ludibriados, e lhe deram um acréscimo ao nome: guera – “que não é mais”.
E por isso Bartolomeu ficou conhecido até os dias de hoje como “Anhanguera” – aquele que não é mais.
A boa prática do Coaching nos ensina alguns cuidados que previnem risco de nossos clientes concluírem: “achei que era um bom coach, mas vi que não é”.
Vamos lá. Manter o foco de atenção em:
- Há um problema a resolver com a iniciativa do coaching?
- Estou genuinamente interessado em identificar o que o/a cliente está procurando?
- Eu estou garantindo que o/a cliente desenvolva autonomia para a tomada de decisões?
- Estou ciente que a busca ou necessidade de dinheiro (salário, por exemplo) não pode sufocar a autorrealização?
- Eu estou desenvolvendo hard e soft skills que efetivamente são competências que o/a cliente necessita?
- Estou realmente comprometido em elucidar a cada etapa do processo o que tem impedido o/a cliente de alcançar o desejado?
- Tenho estado alerta para não julgar as consequências e os insucessos?
Essas são práticas simples, mas extremamente honestas e verdadeiras. Elas permitem àqueles que exercem o coaching, demonstrarem que são o que são. Não são como Anhanguera, e sim, autênticos.
George Barbosa
http://sobrare.com.br/
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