Como confiar na intuição?
Estamos no centro de uma tempestade de informações, diariamente, minuto a minuto. Às vezes mais, às vezes menos, mas numa enxurrada que se não tomarmos cuidado somos engolidos por elas.
O anseio por saber, por conhecer, por ter certeza, nos faz entrar nesse modelo.
Obter conhecimento pode nos ser útil, precisamos aprender a filtrar o que vem, qual a fonte e para que usaremos.
Todo aprendizado, crescimento, evolução deve ser sempre muito bem-vindo, mas o ponto a levantar é se isso (informações, conhecimento, certezas etc.) é suficiente para nosso crescimento.
Nossa percepção sobre o que recebemos, nossa crítica, observação, ponto de vista divergente, intuição sobre o que pode dar certo ou não, faz toda a diferença.
Esses fatores não são aprendidos conceitualmente e muito menos podem ser apreendidos através de ensinamento.
Precisamos nos conhecer, aceitar, nos enxergar, nos colocar em risco sobre por exemplo dizer uma opinião, é isso tudo que nos faz demonstrar o que vai além da mesmice.
É interessante o quanto as pessoas se fazem iguais para serem aceitas e depois se perdem querendo desesperadamente serem diferentes e reconhecidas na sua subjetividade. Somos diferentes e é isso que nos faz iguais. É isso que nos torna do mesmo grupo (de humanos).
Não estou me referindo aqui de processos paranormais ou divinos, mas sim de saber identificar uma outra percepção, um palpite e um faro, como algo que faz sentido e que pode nos ajudar na escolha de um caminho ou tomada de decisão.
Grandes cientistas, entre eles o físico Albert Einstein, considerado o maior intuitivo da história, enfatizaram o valor do potencial intuitivo. O psiquiatra Carl Jung dizia sobre o conhecimento intuitivo: “Cada um de nós tem a sabedoria e o conhecimento que necessita em seu próprio interior”. (Trecho Revista Super Interessante/2016)
Confiar na própria intuição é um grande desafio. O ponto de partida é confiar em si mesmo e isso nem sempre é muito simples.
A racionalização tem um efeito de exatidão e com ele a ideia equivocada de garantia de acerto.
Ideia equivocada porque muitos fatores devem ser levados em consideração até que possa se chegar próximo à possibilidade de ação de baixo (ou nenhum) risco.
Mesmo sabendo disso a sensação de garantia de acerto é mais confortável do que a de enfrentar o novo.
Inovar e criar não podem ser separados da possibilidade de intuir e de arriscar.
Para os mais preocupados com a mudanças, sugiro riscos calculados. Para isso, além de intuir, analise, estude, se informe, mas não pare, não se permita parar. Não se agarre a aceitar e fazer mais do mesmo.
Somos seres criadores. Precisamos sair dessa ideia de que não somos capazes de criar, que não somos criativos. Essa ideia vem de uma MATRIX em que só alguns são capazes e os outros copiam. Isso é muito triste.
Acredite em sua capacidade de ir além das informações e conhecimentos, acredite na sua intuição e no valor que ela tem.
Muito se faz a partir do não saber e isso só pode acontecer porque as pessoas que o fazem acreditando em si mesmas. Intuem, enxergam, confiam e fazem.
Quer tentar? Vamos lá?
Rosângela Claudino
http://provoca.com.br/
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