Quantas oportunidades você perdeu na vida por não saber dançar! O slogan de uma escola de danças de salão, famosa nos anos 50, me vem à cabeça quando penso nas pessoas que mantêm uma postura profissional e pessoal acomodada, que se recusam, quase sem refletir, a qualquer inovação ou transformação. E antes que você me pergunte o que uma escola de danças que nem existe mais tem a ver com a profissão e o sucesso de homens e mulheres do século XXI, eu respondo: tudo!
De fato, para aprender a dançar ou desenvolver uma carreira e uma vida pessoal bem-sucedidas, para manter-se na crista da onda, à frente de todos, é preciso agir! Mais importante ainda, agir de forma organizada, planejada, consciente, um passo de cada vez, volteios na hora certa e a atenção inteiramente voltada para o ritmo do momento. Transpondo para o mundo do trabalho, isso significa planejar ações, atualizar-se profissionalmente e buscar novas oportunidades, com ouvidos e olhos sempre abertos para captar a “canção” nascida das necessidades do mercado, do avanço tecnológico, da competição acirrada. E, se prestarmos atenção nessa “canção” simbólica, veremos que é frenética, agitada, constante, e nos exige ousadia, destemor e a disposição de um dançarino.
“Mudar? De jeito nenhum! Sempre fui assim e está dando certo até hoje!”. É o que muita gente costuma dizer quando alguém aponta a importância de se levantar da cadeira, aprender novos passos, desenvolver outras habilidades, acompanhar o ritmo do momento. Outros acabam por confessar, simplesmente, que preferem ficar “quietos”, e fazerem somente o que é essencial e comprovadamente eficiente, porque têm medo. Têm medo de ser ridículos, de ousar e perder, de mudar para pior, de apostar no azar! Ignoram que o medo e a acomodação são os vilões do homem moderno, as kriptonitas que minam nossas forças e nos impedem de atingir a plenitude pessoal e profissional.
Creio que o medo paralisa, impede a ação – portanto quem teme, vive pela metade, não sai do lugar, e isso pode ser catastrófico nessa era da informação, marcada pela rapidez dos processos. É preciso, mais do que nunca, ter a coragem de ser diferente, de ser o primeiro, de falar, agir e até mesmo errar. Se pensarmos que o erro é uma forma de aprendizagem e que todos, sem exceção, erram e aprendem, não há motivos para nos preocuparmos tanto assim (ou nos envergonharmos!) com um “mau passo” – e isso me lembra a bailarina que escorregou diante de uma plateia atenta, mas conseguiu recuperar-se rapidamente e retomar sua dança. Palmas para ela e também para aqueles que transformam erros em acertos como a bailarina.
Acredito também que a ousadia – que muitos associam erroneamente a um comportamento leviano – é a mola que impulsionou a humanidade e nos colocou no estágio do avanço tecnológico em que estamos. Sem ousadia não há contribuição, inovação ou progresso significativo, e se nossos ancestrais não vencessem o medo e ousassem, abrindo caminhos, conquistando espaços e testando sua força e sua percepção, ainda estaríamos dentro das cavernas. Portanto, são claras as evidências históricas que apontam a importância da ação ousada para o desenvolvimento planetário, revelando, em contrapartida, os malefícios da acomodação em âmbito social e pessoal.
É por essas e outras que gosto de dizer abaixo a “economização” – uma palavra, das tantas outras que costumo inventar, que significa economizar a ação, ou seja, manter-se parado, imóvel – e recomendo, citando uma música de sucesso anos atrás: Dance bem, dance mal, dance sem parar, dance até sem saber dançar. Afinal, quem não dança conforme a música, tema deste novo século, vai se arrepender muito mais do que os elegantes senhores dos anos 50 que desconheciam os passos da valsa, do foxtrote, do bolero, e um dia, amargurado, dirá: “quantas oportunidades perdi na vida por não querer dançar a dança da modernidade, da ação, da transformação”.
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