Apesar do crescimento e disseminação do Coaching ao longo dos últimos anos, ainda é comum encontrarmos coachees (clientes) que buscam no Coaching soluções que são de outra natureza, como mentoring e counseling. Ainda há aqueles que buscam no Coaching orientações terapêuticas. Assim, esse artigo visa esclarecer as diferenças entre: Coaching, Psicoterapia, Mentoring e Treinamento.
O Coaching tem o foco na construção de um futuro desejado e caminha do presente para o futuro. De forma pontual, pode acessar o passado. A psicoterapia tem uma abordagem do passado para o presente, buscando a causa de problemas em eventos passados (infância, etc…). O Coaching tem um número acordado de sessões que costuma ser entre 8 a 12 encontros. A psicoterapia, no geral, não tem um número acordado de sessões. Dependendo da linha da psicologia, pode durar de 3 meses até mais de 10 anos. Em processos de Coaching o cliente vai em direção às suas metas, enquanto na terapia o paciente busca o alívio da dor e angústia. No Coaching o foco é a criação de um plano de ação para o futuro, na terapia a busca é pela saúde mental.
Algumas pessoas buscam no Coaching uma orientação que na verdade é um trabalho de mentoring. No mentoring, um profissional de experiência reconhecida se dispõe a orientar e ensinar novatos a aprenderem de forma mais ágil competências. Já o counseling, segue uma orientação próxima a de consultoria, na qual um agente externo já traz fórmula prontas e que deram certo em outros clientes. E por fim, o treinamento envolve técnicas de ensino e aprendizagem para desenvolver competências.
Nesse cenário, numa primeira sessão de Coaching, além de esclarecer as expectativas, metas e indicadores com o cliente, é fundamental diferenciar esses conceitos. Já que a falta de clareza pode gerar ruídos e insatisfações ao longo do processo. O coach nunca deve achar que o cliente sempre tem discernimento em relação ao que envolve um processo de Coaching.
Considerando essas premissas, no primeiro encontro, o coach deve explorar com o cliente o que ele entende por Coaching e posteriormente detalhar o que de fato é. Assim, por exemplo, um cliente que busca no Coaching ajuda para traçar os próximos passos da sua carreira, pode achar que o papel do coach é dar dicas, conselhos e um passo a passo para esse caminho (visão de counseling). Se isso não for esclarecido, haverá uma dissonância entre o esperado e o entregue.
Diante da banalização do Coaching, encontramos profissionais que deturpam a essência do coach e assumem uma postura de especialistas em dar conselhos. Nesses casos, vale lembrar a célebre citação de Herman Hesse: “Nada lhe posso dar que já não exista em você mesmo. Não posso abrir-lhe outro mundo de imagens, além daquele que há em sua própria alma. Nada lhe posso dar a não ser a oportunidade, o impulso, a chave. Eu o ajudarei a tornar visível o seu próprio mundo, e isso é tudo.” Essa é a essência do Coaching, na qual o coachee deve ser o protagonista da transformação e encontrar suas respostas dentro de si mesmo com a ajuda do coach, por meio de perguntas transformadoras. Dar conselhos, oferecer diagnósticos, mergulhar no passado, propor soluções e receitas são atitudes importantes, mas não são de Coaching.
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