Para atender solicitação especial quanto a uma pesquisa minha na área de Coaching, voltada ao contexto brasileiro, fiz a revisão em diversos textos e achei oportuno aproveitar o embalo e divulgar aqui o que me parecem ser as melhores dicas práticas ao Coach. Pense em como cada comentário se aplica (ou não) ao seu caso, e compartilhe com os demais leitores as suas experiências.
Antes que alguém crítico pergunte, a revelação interessante da pesquisa está no fato de não haver evidências quanto a influências por gênero, idade (a pesquisa se limitou a maiores de idade) ou mesmo formação (limitada a graduação ou superior), como motivação básica para se aplicar em uma intervenção de Coaching, o que ficou confirmado pelos testes estatísticos. E os processos iniciados e não terminados mostram evidências que as razões geradoras dos problemas nasceram, primordialmente, da inabilidade ou pela postura inadequada do Coach.
A pesquisa concluiu que a descrição da experiência com o Coaching remete aos ganhos pessoais em aspectos cognitivos e comportamentais, à capacidade de romper com crises e atitudes limitantes, muito mais do que como uma prática diretamente relacionada a ganhos profissionais e/ou de carreira. O trabalho desenvolveu diferentes abordagens e demonstrou haver evidências de que a experiência em Coaching amplia a interpretação de “sucesso” para além de “alcançar as metas”.
O depoimento de um respondente da pesquisa pode ser considerado como emblemático para a conceituação do “sucesso”: Sucesso é o alcance da meta ou do resultado, de forma sadia, levando luz para a vida das pessoas. E a razão ao termo “emblemático” está em que a conceituação resume em si as dimensões de alcançar metas, crescimento, transformação e ganhos pessoais. É o olhar atento para o indivíduo-interior, o ser humano, sem perder de vista o resultado. É uma visão que transcende chegar onde se deseja, pois a perspectiva é a de saber aproveitar aquilo que se conquistou interiormente, sendo então uma pessoa diferente e para melhor.
Seja contratado pelo cliente ou pela empresa, a lição que fica para uma relação Coach-Coachee saudável (e produtiva) está no estímulo à reflexão, com o máximo de equilíbrio possível entre a questão objetiva e o ganho-pessoal. No contexto brasileiro, há evidências que mostram ser o ganho-pessoal a prioridade nítida e apropriando-se do texto de um Coachee, de maneira bem simplista, chegamos a concluir que, tanto para quem fez uma ou mais vezes, o “sucesso” em Coaching é “conseguir se transformar em quem você quer ser e atingir o que quer atingir” (ou seja, a transformação interior e pessoal vem bem antes da meta ou do objetivo).
A conclusão a que este pesquisador chega e quer compartilhar com outras pessoas interessadas em Coaching, tanto o teórico como o prático, é a de que tudo começa com a transformação pessoal do Coachee, como base para o desenvolvimento e o ganho interior e cognitivo. Metas e resultados objetivos acompanham o processo sendo um benefício importante, mas que nem sempre é claramente identificável ou mensurável desde o início pelo cliente. Isso pode ser bem complicado no contexto das empresas, mas é uma realidade que parece se evidenciar continuadamente.
É tarefa do Coach contribuir para que os caminhos do cliente sejam iluminados a partir de um processo de autorreflexão. E a luz ao final desse túnel estará em contribuir para que o cliente possa se aproximar do SER que ele tanto deseja construir para, então, ajudá-lo a chegar mais próximo de TER tudo aquilo que deseja concretizar e materializar como seu objetivo. Talvez o Coachee nem tenha consciência desse jogo semântico para que a intervenção em Coaching seja considerada um “sucesso”. Mais eis aí a lição fundamental para o Coach se tornar o agente inesquecível desse “sucesso” e, indo além, ter presença marcante na vida do Coachee.
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