ATAQUES – que alternativas temos?
Nós brasileiros, em especial, nós catarinenses, ainda estamos chocados, consternados e preocupados com o ataque a uma creche de Blumenau, no último 05 de abril, que deixou pelo menos 4 crianças mortas. O massacre aconteceu menos de um mês depois que um adolescente de 13 anos matou uma professora a facadas em uma escola estadual em São Paulo. Desde 2011, foram 12 ataques em unidades de ensino de todo o país.
Enquanto a maioria exige medidas imediatas das escolas para mais segurança, eu tenho me perguntando como podemos acabar com esse ódio que atravessa gerações. Acredito que a solução não está em mais controle e policiamento. Será muito difícil conseguir uma coexistência amigável e pacífica num futuro imediato, se acreditarmos que uma guerra sangrenta terá que continuar contra inimigos indetectáveis.
A realidade nua e crua é que estamos vendo um punhado de jovens desesperados, que ao tentar encontrar sentido em suas vidas, cometem atos hediondos.
O horror se organiza na primeira infância, quando cada criança nascida amorosa, terna e que precisa ser nutrida não é levada em conta. Quando não somos amados, protegidos, acariciados, acolhidos com disponibilidade, amor e compaixão, então apenas sobrevivemos. Este é o berço da dor, da competição, das disputas e do ódio. Nesse preciso momento – um instante que perdura por toda a infância – nos desconectamos da nossa essência amorosa, esquecemos do nosso encanto vital e todo o sentido da vida se esvai a cada ato de indiferença da figura maternante.
Alguns anos depois, a adolescência aflora e a energia vital ressurge do nosso interior – agora com a força e a altura da juventude – sem direção e sem nada a perder. Nesta fase da vida, buscamos suprir aquilo que nos foi privado durante a primeira infância: o pertencimento. E nos acomodamos em qualquer grupo que nos permita canalizar o ressentimento que carregamos desde criança por falta de olhar, amor, disponibilidade e afeto. Esses grupos amenizam o desespero dos adolescentes, tornando-os assim presas fáceis para os mais diversos objetivos: destruição da família, fazer muito barulho por uma causa de poucos e até tirar a vida de outrem.
Não se trata de amar um Deus e estar a serviço Dele. Talvez também não se trate de um jogo, onde outros tantos irão fazer o mesmo para cumprir um determinado desafio e passar para a próxima fase. Para mim, trata-se de esvaziar essa dor que nos atravessa e faz nosso coração sangrar, por não termos sdo amados, vistos e considerados, encontrando finalmente o reconhecimento da própria existência fracassada.
Todo jovem que se torna um assassino, de fato, há muito tempo é uma criança desesperada clamando por amor.
Então, o que poderíamos fazer coletivamente?
Existem dois níveis de ação:
1) Ação externa, de curto prazo: nos protegermos da invasão de pessoas que querem apropriar-se de nossos recursos e até nos agredir fisicamente. É uma ação superficial. Não irá resolver a causa raiz do problema.
2) Ação interna, talvez mais a longo prazo: apoiar cada mãe e cada família para que possam proteger, amar, amparar e acompanhar cada filho que nasce, sabendo que durante esses anos, não apenas o bem-estar futuro daquele indivíduo está em jogo, mas também a paz, a prosperidade e o desenvolvimento de toda a humanidade estão sendo forjados.
O que cada uma de nós pode fazer?
Amar nossos filhos como eles precisam ser amados.
Disponibilidade, suavidade, respeito.
Precisamos dar lugar. Ser mãe é dar a vez.
É urgente se queremos viver em paz.
Gostou do artigo? Quer saber mais o que cada um de nós pode fazer? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar.
Liz Cunha
https://www.lizcunha.com.br/
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