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]]>“Dê sem se lembrar, receba sem se esquecer”. (Brian Tracy)
No mundo corporativo, uma observação recorrente é a negligência no atendimento aos consumidores. É curioso notar como as empresas investem maciçamente em programas de capacitação e desenvolvimento de seus profissionais, baseadas no preceito de que em tempos de globalização e concorrência acirrada o cliente torna-se rei. Organizam seminários, treinamentos e palestras motivacionais a fim de promover uma cultura de excelência no atendimento ao cliente. Mas, na prática, o que se observa é o oposto.
Tomemos como exemplo o serviço prestado nos aeroportos. É evidente que há mudanças necessárias de caráter estrutural como contratação e formação de novos controladores de voo, construção e ampliação de aeroportos, abertura do mercado a novas companhias, estimulando a concorrência. Porém, pergunto-me a cada novo embarque: Por que as poltronas de espera são tão desconfortáveis? Quando haverá tomadas elétricas em quantidade suficiente para atender aos usuários com seus computadores e celulares? Por que não colocam músicos e animadores para entreter as pessoas, em especial as crianças, a fim de mitigar os efeitos dos recorrentes atrasos? E, fundamentalmente, qual o motivo de tanta dificuldade para prestar esclarecimentos e fornecer um bem precioso e que nada custa: informação honesta e transparente aos usuários?
O problema das companhias aéreas é o mesmo da maioria das empresas em todos os setores. Não sabem identificar seus próprios propósitos. A pergunta fundamental e primeira que deveria ser feita por qualquer corporação é: “Qual é o meu negócio?”.
Se resolvessem responder a esta questão, as companhias aéreas compreenderiam que não vendem passagens, transporte ou segurança. Elas vendem economia de tempo. Usamos aviões apenas para chegar com mais rapidez ao nosso destino. Por isso declinamos de carros, ônibus ou trens. Aliás, quando disponibilizarem trens expressos, certamente a demanda por voos sofrerá grande retração – com consequente queda nos preços. E quando em alguns séculos (ou décadas) o teletransporte for viabilizado, todos os sistemas convencionais de transporte perderão sua razão de existência.
A baixa qualidade no atendimento ao público, ao que eu chamo de “desatendimento”, é o maior câncer do mundo corporativo nos dias atuais. E isso acontece porque as pessoas trabalham sem paixão e de forma desagregada em suas organizações. Falta paixão porque estamos sempre projetando nossas expectativas e ideal de felicidade no futuro. É um estado de impermanência latente que nos impede de aproveitar o momento presente e viver com plenitude. Você diz: “Quando eu tiver um carro, quando eu morar em uma casa maior, quando eu for promovido, serei finalmente feliz”. Então você compra um carro, muda de residência e sobe na hierarquia. E, meses depois, sente-se novamente insatisfeito e descontente.
Falta sinergia no ambiente de trabalho, porque acreditamos que nossa atividade independe dos demais. Enxergamos a empresa através de departamentos. O objetivo maior consiste em “cada um que faça a sua parte”. Assim, esquecemos que uma empresa é um organismo vivo e interdependente. Precisamos cultivar a empatia.
A essência do bom atendimento está lastreada na simplicidade. Trata-se de olhar nos olhos, sorrir, estender a mão, perguntar e ouvir. Trata-se de substituir a indiferença por fazer a diferença, mas a diferença positiva, porque há grande distinção entre mudar e mudar para melhor. Trata-se de conduzir as pessoas a uma experiência memorável, fazendo-as sentirem-se únicas e especiais. Chamá-las pelo nome, cuidar, convidá-las a voltar, liderar pelo exemplo.
Trata-se de conectar pessoas, não interesses. Telefonar para um amigo no dia de seu aniversário, mas também em dias fortuitos. Levar flores para a namorada despretensiosamente. Conquistar e reconquistar, dia a dia, imprimindo uma assinatura pessoal em cada gesto, em cada ação, em cada oportunidade que a vida permitir.
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]]>“Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele”. (Provérbios 22:6)
A primeira vez que me coloquei a refletir sobre o tema foi durante as chamadas “festas juninas”. A escola organizou, como de costume, uma cerimônia daquelas, com direito a barracas, jogos, comes e bebes.
A comemoração, originária da tradição pagã de celebrar o solstício de verão, deve ter chegado às escolas com intuito de confraternização. Depois é que descobriram que o evento poderia funcionar também como um grande reforço do caixa. Alunos criam toda a decoração, pais oferecem as prendas e ambos trabalham na organização, enquanto convidados compram convites e pagam pelos dotes.
O ponto alto de uma quermesse atende pelo nome de quadrilha. Bons tempos em que isso representava alegria e pureza… Creio que logo virá de Brasília uma Medida Provisória exigindo exclusividade no uso do termo!
Mas o fato é que por trás da dança folclórica há toda uma simbologia. A evolução ritmada praticada pelos casais. As coreografias desfiladas com entusiasmo. O cavalheirismo dos jovens a servir as damas, tirando-lhes o chapéu, conduzindo-as com altivez. O respeito ao mestre “marcador” que dita as figurações enquanto todos as seguem. A indumentária campesina, a refletir o caráter popular do ensejo. E a harmonia dos participantes em torno do casamento fictício encenado.
Na semana que antecedeu ao arraial, a escola comunicou aos pais o horário dos festejos. Os pequeninos da primeira série do fundamental iniciariam a dança, seguidos sucessivamente pelos colegas dos anos posteriores.
Como bom pai coruja, levantei-me cedo, pois era grande a distância a ser vencida entre minha casa e a escola. Na hora prevista, lá estava eu, a postos, sentado na arquibancada, máquina fotográfica em punho, aguardando para registrar o desempenho de meus filhos.
Foram duas intermináveis horas de atraso, numa manhã fria de sábado, enquanto crianças perdiam o ânimo, e os pais, a paciência. Então notei com tristeza que aquela não era uma ocorrência pontual, mas um comportamento repetitivo. Uma situação que se reprisa a cada aula com um ou dois minutos a mais num dia, três ou quatro minutos a menos em outro; a cada prazo estendido para a entrega de um trabalho; a cada reunião de pais e mestres que carece de pontualidade.
Diante desta indisciplina, deste desrespeito ao uso do próprio tempo, bem como do tempo alheio, nossos jovens são orientados. É por isso que depois vemos vestibulandos desclassificados de concursos por chegarem ao local de prova com portões fechados. Encontramos advogados que perdem prazos para defesa ou contestação, vendedores atrasados para importantes reuniões pré-agendadas, filas de espera em clínicas médicas para consultas com hora marcada.
Educar não se resume a prover alunos apenas de competências técnicas, aquelas vinculadas à inteligência intelectual, embora seja isso que façamos convencionalmente e nunca por inteiro. Educar passa também pelo desenvolvimento de competências comportamentais, aquelas atreladas à inteligência emocional, o que envolve relacionamentos e interação com o ambiente.
Mas educar demanda, ainda, instruir os jovens na prática de competências valorativas, tendo o respeito e a integridade como primordiais, numa lição que se ensina de uma única maneira: através do exemplo.
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]]>“Não caminhe atrás de mim; eu posso não liderar.
Não caminhe na minha frente; eu posso não seguir.
Simplesmente caminhe ao meu lado e seja meu amigo”.
(Albert Camus)
Robert Cooper é um especialista em inteligência emocional e neurociência da liderança, autor da interessante obra “Get out of your own way” (“Caia fora de seu próprio caminho”, em tradução livre) na qual ele apresenta cinco chaves para exceder expectativas às quais acrescentei outras duas, totalizando sete aspectos essenciais no processo de liderança. Vamos a eles:
Uma meta é resultado de inteligência integrada aplicada. Suas decisões devem decorrer da união de três cérebros localizados na cabeça, no coração e nas vísceras. Liderar só com a cabeça limita a criatividade. Você deve ouvir seu coração, mas também dar atenção ao seu feeling – aquele frio na barriga que sentimos por ocasião de algumas ações.
As estatísticas das revistas que relacionam anualmente as maiores empresas globais comprovam que a inovação aplicada gera lucro. Tanto que as companhias mais inovadoras conseguem auferir ganhos superiores a cada novo exercício.
A ciência para ativar a inovação não está no autocontrole, através do qual a motivação torna-se efêmera e o comprometimento se esvai diante da agitação ou do estresse. O êxito está na autorregulação, vinculando metas ao melhor resultado emocional.
Um ótimo mecanismo de liderança consiste em comprimir o tempo destinado a uma determinada tarefa ou meta. Assim, selecione metas programadas para o período de um ano, por exemplo, e estude como realizá-las em apenas um semestre, um trimestre ou mesmo um único mês.
Lembre-se de que o cérebro adora jogar com a segurança. Por isso é tão confortável falar em metas para cinco, dez ou mais anos, pois nada será feito de imediato. Desafie-se! Torne possível o que, à primeira vista, possa parecer impossível.
A neurociência confirma que somos maus administradores de nosso tempo e com forte tendência a perder o foco.
Algumas provocações para sua reflexão:
Faça pausas estratégicas de apenas 30 segundos a cada meia hora, e pausas essenciais de dois a cinco minutos no meio da manhã e à tarde para aumentar sua energia e concentração.
Você pode fazê-lo realinhando sua postura, respirando profundamente, bebendo água gelada, movimentando-se em direção a uma luz mais forte, entrando em contato com paisagens naturais, situações bem humoradas e expondo-se a mudanças visuais ou mentais. Seja rápido sem se apressar. Mantenha a flexibilidade.
Além disso, administre a transição de seu ambiente profissional para o familiar. Assim, ao chegar em casa, estabeleça uma zona intermediária de até 15 minutos, período no qual deverá apenas cumprimentar carinhosamente seus familiares com poucas palavras. Procure desacelerar. Tome um banho, troque suas roupas, beba algo. Está comprovado que situações de conflito e argumentos prejudiciais começam ou se intensificam nos primeiros minutos após o regresso ao lar.
O objetivo é reduzir o tempo pela metade e dobrar os resultados. Para monitorar, faça medições semanais – elas aumentam significativamente a iniciativa e a responsabilidade pessoais no cumprimento das metas estabelecidas.
Procure avaliar como andam os níveis de energia e concentração da equipe. Observe as economias de tempo e reduções de custo possíveis, onde foram obtidas e qual sua magnitude. Acompanhe a evolução da eficácia da equipe e o redirecionamento das metas com base no critério da prioridade.
Além das metas é imprescindível compartilhar missão, visão e valores com toda a equipe. As pessoas necessitam de um senso de finalidade para seu trabalho, compreendendo sua real contribuição para a organização.
Contudo, o fato é que muitos sequer sabem qual o produto ou serviço que oferecem ao mercado, quem são seus concorrentes, o que o consumidor espera da corporação e qual a posição estratégica que esta espera ocupar no mercado.
Há um objetivo fundamental de caráter corporativo. Independentemente de se tratar de uma empresa pública ou privada, os esforços de todos os profissionais devem estar a serviço de um resultado positivo capaz de apoiar, sustentar e conferir reconhecimento à organização.
Porém, para alcançar este resultado, o líder deve centrar foco na equipe, pois é o trabalho conjunto e multidisciplinar o instrumento catalizador do alto desempenho. Um líder deve questionar sua equipe sobre seu aprendizado buscando contribuição e não julgamento.
Mas equipes são formadas por pessoas e este é o último e essencial ponto de vista: o elemento humano. O desafio é conhecer, compreender e auxiliar cada colaborador a alcançar seus objetivos pessoais, enxergando-os como projetos de vida individuais.
Todos os dias os melhores líderes desistem de tudo o que conquistaram para se reinventar na busca pela excelência.
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]]>A notícia chega por e-mail e com caráter de comunicado. Uma entidade supostamente sem fins lucrativos, da qual você nunca ouviu falar, informa que sua empresa foi laureada com um prêmio de excelência. Fruto de pesquisa realizada junto a pessoas desconhecidas, com critérios igualmente ignorados, sua companhia recebe o título de “Destaque do ano”, ou algo parecido, o que lhe conferirá um interessante diferencial competitivo.
Todavia, para receber as honras, será necessário contribuir “com uma pequena quantia em dinheiro” destinada à organização da festa de premiação, na qual representantes de empresas de todo o país, dos mais variados segmentos da Economia, receberão uma placa comemorativa, alguns flashs, matéria paga em uma revista de qualidade editorial duvidosa e um belo coquetel. Sem o pagamento da cota determinada, a distinção é transferida para seu concorrente direto.
Prêmios e pesquisas de fachada são comuns. Há empresas constituídas apenas com o propósito de auferir lucro mediante a realização de investigações que proporcionam resultados superficiais a partir de metodologia discutível, criando prêmios e editando revistas para tornar pública uma sucessão de mentiras. E, não raro, são patrocinadas por empresários inescrupulosos, dispostos a satisfazerem suas vaidades pessoais e corporativas.
Nesse contexto, o executivo desavisado é alvo fácil, enaltecido pela força da comunicação, do marketing eficiente que respalda estas ações, estimulando-o a alimentar o sistema na expectativa de elevar a marca da companhia que representa. Não percebe que, ao fazer isso, age como corruptível, legitimando a ação do corruptor. Assim, coloca em risco sua imagem e de sua marca, associadas que ficam à ilicitude do processo. O véu pode cair quando menos se espera, deixando nu o rei. Diga-me com quem andas e eu te direi quem és.
Decerto que temos instituições que realizam pesquisas idôneas, pautadas por métodos estatisticamente adequados, e empresas que promovem concursos reconhecidos como dignos e respeitáveis. Mas aos olhos do consumidor, é tarefa árdua separar o joio do trigo, distinguindo fato de ilusão.
Analogamente, vejo pessoas que investem tempo e recursos em busca de exposição na mídia impressa ou na televisão apenas para aplacar suas vaidades. Uma batalha por uma fração de segundos na telinha ou uma imagem de poucos centímetros, perdida em meio a uma única página de centenas de publicações do mercado. Buscam os famigerados quinze minutos de notoriedade alardeados por Andy Warhol, mas costumam nem chegar perto disso.
O escritor espanhol Salustiano dizia que “todo homem é o arquiteto de sua própria fortuna”. As ilusões vêm da imaginação; as verdades, dos fatos; e os erros, de nós mesmos.
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]]>“A botinha representa a nossa caminhada na vida.
Subi e desci. Andei depressa e devagar.
Cansei e descansei. Entristeci e me alegrei.
E, assim, sempre caminhei.
Hoje estou gasta e cheia de marcas,
mas com a certeza de que valeu a pena”.
(Ditinho Joana)
Ler o jornal, acessar a internet, ouvir o rádio – atualizar-se. Fazer telefonemas, responder e-mails, participar de reuniões – comunicar-se. Tomar banho, fazer as refeições, praticar esportes – cuidar-se. A vida é uma sucessão de ações cotidianas (que se repetem diariamente), corriqueiras (desenvolvidas cada vez mais em alta velocidade) e rotineiras (do francês routine, o caminho muito frequentado).
Há um costume equivocado, em meu entender, compartilhado por muitos. É o hábito de separar prazer de obrigação, trajeto de destino, vida pessoal de profissional. Assim, vejo pessoas declararem que sonham passar os últimos dias de suas vidas em uma casa no campo, longe da agitação urbana. E outros que afirmam trabalhar com afinco durante meses apenas para garantir a posse de alguns bens ou uma viagem de lazer no próximo interlúdio.
Ditinho Joana é um artesão nascido, criado e residente na pequena São Bento do Sapucaí, em São Paulo, próxima à divisa com Minas Gerais. Em seus 40 anos de carreira, tem talhado em madeira de lei parte de sua história e da vida rural local, lançando mão apenas de uma machadinha, um canivete e um formão. As obras são esculpidas em bloco único, dispensando o uso de colagens ou encaixes. E seu trabalho faz-me lembrar da declaração de Michelangelo, ao cinzelar em pedra, de que “apenas tirava as sobras, pois a estátua já estava lá”. O ícone do trabalho de Ditinho é uma bota. Simples, amarrotada, calejada. A bota que capinou o chão, que escalou montanhas, que pisou o barro. A bota que o conduziu de lavrador a artista, que edificou sua casa e construiu sua família. Atendendo hoje em seu próprio ateliê, seu sorriso gracioso denuncia que a trajetória – cotidiana, corriqueira e rotineira – valeu a pena. A vida que a gente vive parece herdada com instruções, uma bula escrita pelos ascendentes e pela sociedade ensinando-nos o “como usar”. O que devemos, podemos ou não dizer e fazer. O que é ético, antiético e aético. O que é moral, imoral e amoral. O que é certo e o que é errado. Tarefas por realizar, planos por concretizar, horários por cumprir. Dias que sucedem, com noites intercaladas, algumas maldormidas, outras serenas pela leveza da boa consciência.
Não dá para ignorar todas as instruções. Mas é possível reescrever algumas. E encontrar prazer na obrigação, contemplar o trajeto até o destino, conciliar vida pessoal e profissional. Descansar em uma casa no campo em um final de semana e não apenas ao final de uma vida.
A lição de Ditinho é para ser aprendida. Espero que minhas botas também fiquem gastas e repletas de marcas. Continuo caminhando…
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]]>“Deve-se aprender para conhecer, conhecer para compreender, compreender para julgar”. (Narada, sábio indiano)
Anos atrás estive fazendo um estudo de viabilidade econômica para uma empresa com mais de duas décadas no mercado e que se encontrava em sérias dificuldades: títulos protestados, salários atrasados e dezenas de clientes com seus pedidos não entregues, embora tivessem efetuado pagamento parcial ou integral pela mercadoria.
O mais incrível era que novos consumidores continuavam comprando, fosse pela suposta credibilidade transmitida pelos “20 anos de tradição”, fosse pela habilidade do vendedor, fosse pelo preço menor face à concorrência (talvez graças ao não registro de funcionários e à sonegação de impostos, entre outros).
Ao longo dos anos tenho acompanhado empresas que nascem e prosperam, e outras que abrem concordata e quebram. Invariavelmente o modelo de gestão adotado é fator preponderante. Porém, entre o sucesso e o fracasso está sempre o consumidor. Qualquer teoria só é boa se nos servirmos dela para ultrapassá-la. Assim, considere os tópicos a seguir em suas próximas compras. E tenha sempre certeza de suas dúvidas.
1. Pesquise o CNPJ da empresa. Um fornecedor que apresente protestos e cheques sem fundos deve ser descartado. Suas dificuldades financeiras serão retratadas depois na qualidade do produto e no prazo de entrega. O único tipo de restrição aceitável, desde que com justificativas, são ações executivas oriundas de discussões com o governo devido à inconstitucionalidade de muitos impostos cobrados.
2. Visite a empresa. Antes de fechar um negócio, conheça de perto quem você está contratando. Uma visita às instalações da empresa poderá indicar como é seu fluxo de produção, como estão seus estoques, qual seu grau de organização. É comum fornecedores se apresentarem como companhias bem estruturadas sendo, entretanto, meros terceirizadores de serviço, subempreitando o trabalho a outras empresas. Nestes casos, você nunca terá a garantia plena do que está comprando.
3. Faça contratos formais. Os contratos devem conter as especificações técnicas do que se está adquirindo, preços acordados, prazos de início e de entrega, condições de pagamento e reajustamento, prazos de garantia, cláusulas de rescisão e cessão de direitos. Não se esqueça de exigir, ainda, os dados do responsável pela empresa, incluindo CPF e RG, para o caso de uma eventual discussão judicial.
4. Equalize as propostas. Assim como um apartamento no primeiro andar é mais barato do que um similar no 15º andar, produtos e serviços também apresentam suas peculiaridades. Procure uniformizar as propostas cotando junto aos diversos fornecedores os mesmo materiais, com as mesmas dimensões/quantidades. Peça certificados de procedência para evitar material refugado.
5. Exija referências. Você não precisa ser cobaia de um fornecedor, inaugurando sua carteira de clientes. Se a empresa executou bons trabalhos, que os mostre!
6. Não se impressione com o tempo de fundação da empresa. Uma companhia com muitos anos de mercado não é garantia de nada. Se por um lado ela denota estabilidade, por outro pode estar defasada tecnológica e administrativamente.
7. Negocie as condições de pagamento. Procure adequar a compra ao seu fluxo de caixa, conciliando as obrigações que estão sendo assumidas com a data provável de seus recebimentos. Além disso, uma empresa que não necessite de sinal à vista demonstra maior capacidade financeira.
8. Priorize empresas socialmente responsáveis. Sob condições comerciais equivalentes, valorize a companhia que apresente projetos de engajamento social ou que esteja vinculada a instituições incentivadoras de práticas comerciais éticas. Não lhe custará nada a mais, mas premiará um esforço voltado à cidadania.
Como disse Molière: “É longo o caminho do projeto à coisa”. Por isso, a sabedoria dos projetos consiste em prevenir as dificuldades da execução. Faça-o e fique tranquilo. Compre soluções e não problemas.
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]]>“Projetar um avião não é nada.
Construir um é alguma coisa.
Fazê-lo voar é tudo”.
(Otto Lilienthal)
Em uma palestra sobre empreendedorismo, um senhor, na plateia, ergue o braço e pergunta ao conferencista:
– Tenho um invento fantástico! Como consigo financiamento para produzi-lo?
– Qual é o produto? – pergunta o palestrante.
– Não posso contar. É segredo…
Resignado, o palestrante responde:
– Você pode procurar uma empresa de venture capital e apresentar seu projeto. Se for convincente, pode conseguir que invistam em sua empresa.
– Ah, mas qual minha garantia de que não roubarão minha ideia?
Você acaba de conhecer uma categoria singular de empreendedores. Eles não têm aparência de Professor Pardal, como nosso imaginário costuma postular, mas a presunção de que suas ideias são originais, seus inventos são exclusivos, e seus projetos serão capazes de mudar o mundo e o curso da história. Entretanto, como não dispõem de capital próprio para tocar adiante, buscam desordenadamente investidores – ou incautos – acreditando ser possível persuadi-los sem ao menos dizer do que se trata.
Vamos por partes. É preciso inicialmente compreender a diferença entre invenção e inovação. No primeiro caso, estamos diante de algo inédito, inusitado, seja um produto, um serviço ou um processo, decorrente de uma constatação, de mera observação ou empirismo, concebido com uma finalidade útil e percebido como tal. Já a inovação está associada à evolução de algo existente, que pode ser feito de maneira melhor, mais rápida ou mais barata. Dentro deste contexto, é coerente notarmos que as inovações são muito mais frequentes que as invenções, embora não menos importantes. E que inovações sucessivas podem conduzir a tal grau de desenvolvimento que, no limite, o paradigma vigente seja rompido dando espaço a um novo paradigma – e a uma possível invenção.
Olhe ao seu redor neste instante. Talvez você esteja diante de um teclado ergonômico sem fio, que sucedeu um teclado convencional com fio, cujo bisavô foi uma máquina de escrever – e cujos bisnetos serão um teclado virtual projetado sobre sua mesa ou um eficiente comando de voz.
Seu monitor de LCD widescreen com 21 polegadas já foi uma tela plana de 15 polegadas que sucedeu a grandes e pesados monitores com visor em fósforo verde. E sua multifuncional, quase em desuso, já deixou sem emprego o fax, que mandou para a aposentadoria o telex.
Diante destas e tantas outras evidências, há momentos em que chegamos a pensar que tudo já foi inventado. Este era o pensamento de Charles Duell, diretor do Departamento de Patentes dos Estados Unidos, em 1899, ao propor o fechamento da sessão de registro de novas patentes. Contudo, produtos são lançados todos os dias desafiando esta tese. Ora muda a capacidade de armazenamento, ora as funcionalidades, ora o design. Você pode participar deste admirável mundo novo, desde que se conscientize de algumas prerrogativas básicas.
Antes de acreditar piamente que está diante de algo incrível, consulte o “deus Google”, e não apenas ele, no seu e em outros idiomas, para se certificar de que não haja nenhum similar.
Supondo que você transpôs a etapa anterior é hora de saber se existe viabilidade comercial para seu invento. Para tanto, você terá que levar sua proposta ao mercado. Não adianta se restringir aos amigos mais próximos e familiares. Sua mãe certamente achará a ideia maravilhosa, pois ela sempre soube que o filho era um gênio. Mas a prova de fogo passa por um bom coach ou um mentor – um empresário ou professor em quem você confie, por exemplo – e o consumidor final.
Há pouco você pode ter descoberto a viabilidade comercial de seu futuro negócio, ou seja, se produzido, haverá demanda. Porém, é preciso investigar se há viabilidade econômica, isto é, se o custo de produção permite uma oferta constante e a preços competitivos. Lembre-se de que o mundo não tem mais fronteiras e que há países com vantagens comparativas decorrentes de legislação, acesso a crédito barato e abundante e menores custos com mão de obra e carga tributária.
Contrate uma empresa idônea para a tarefa jurídica de proteger seu invento no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Trata-se de uma autarquia séria, porém carente de estrutura, onde os processos demoram a ser julgados. Portanto, quanto antes você fizer isso, melhor. Ademais, se possível, faça o depósito do registro também no exterior. A verdade é que o desrespeito a direitos autorais e patentes em nosso país é crítico – vide o sucesso da pirataria. Assim, esteja preparado para brigar constantemente na justiça para fazer valer seus direitos, sem qualquer garantia de indenização. Mas é preferível ter a patente a não tê-la. Afinal, você não quer ser o próximo Kane Kramer, o britânico que concebeu a primeira versão do iPod há três décadas e não ganhou um centavo com isso porque deixou de renovar sua patente por falta de dinheiro.
Este será seu instrumento para vender seu projeto a fundos de investimentos, empresas de capital de risco ou mesmo instituições financeiras. Todo mundo sabe que um plano de negócios é apenas um guia que vale mais pelo treino de pensar o empreendimento do que pelos seus números em si. Aliás, digo que os planos são grandes exercícios de chutometria: gastam o dobro do tempo, o triplo de recursos e alcançam metade dos resultados esperados. Mas é assim que o jogo é jogado.
Neste processo, o maior erro que você pode cometer é pensar como o personagem real do início do texto, com seu medo de falar sobre a ideia ou invento. Vai levar o projeto para o cemitério e ser enterrado com ele – um inventor do além-túmulo. Jamais verá o avião construído e nunca terá o privilégio da sensação suprema de voar.
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]]>“Cada povo tem o governo que merece.” (Joseph-Marie Maistre, filósofo francês, em 1811)
Há anos a administração pública em nosso país, em todas as esferas de governo, tem terceirizado aos cidadãos suas atribuições básicas.
Assim, é impraticável abrir mão de um convênio médico e odontológico, ficando à mercê do sistema público de saúde, formado por hospitais lotados, carência de médicos e espera superior a três meses para uma simples consulta.
O mesmo se aplica à educação. Para oferecer um ensino de qualidade aos nossos filhos, precisamos recorrer a instituições privadas. E no mundo corporativo, cabe às empresas formar e capacitar os profissionais contratados, que chegam ao mercado de trabalho absolutamente despreparados, entregando baixa produtividade que impacta diretamente a competitividade. É o chamado “apagão da mão de obra”, decorrência direta dos analfabetos funcionais que têm sido despejados pelas escolas públicas e seu sistema de progressão continuada.
Com relação à segurança, outra das garantias previstas na Constituição Federal, temos que instalar alarme residencial, cerca elétrica e viver em condomínio, além de fazer seguro de nossos bens e, em breve, andar em carro blindado, selecionando criteriosamente os locais e horários para circular nas ruas.
Por ocasião da crise hídrica, muitos tiveram que instalar cisternas, poço artesiano ou ampliar a capacidade do reservatório existente, além de adaptar a tubulação interna para aproveitar a água de reuso. E para acessar a energia elétrica, teremos que adquirir gerador, instalar coletores de energia solar e também adaptar o sistema de distribuição desta fonte alternativa de energia.
O poder público tem o dever de agir, o que significa atender com celeridade aos interesses dos cidadãos, antecipando-se mediante planejamento às demandas essenciais. Tem o dever da eficiência, utilizando os recursos com efetividade e presteza. Tem o dever da probidade, agindo com ética, integridade e retidão. E tem o dever de prestar contas, atestando a prática dos deveres mencionados anteriormente.
Contudo, o que temos observado, salvo raras exceções, é a inépcia administrativa e o saqueamento do erário. Tudo isso com a população arcando com uma carga tributária da ordem de 36% do PIB.
Qual o limite de nossa leniência? Até quando iremos suportar tanta negligência e omissão? Ou estaremos fadados a um retrocesso contínuo e progressivo, até o colapso social?
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]]>“Tão grande é o defeito de confiar em todos, como o de não confiar em ninguém.” (Sêneca)
Recordo-me de um tempo, em minha tenra infância, em que me dirigia até um armazém na esquina de casa, a pedido de minha mãe, para buscar pão e leite. Não necessitava levar dinheiro ou um bilhete assinado. Bastava minha presença para trazer o que fosse preciso. O acerto de contas era assunto a ser tratado posteriormente. Coisa de adultos.
Quando chegava o verão, eu podia inclusive dar-me ao luxo de passar pelo mesmo armazém e apanhar um refrescante sorvete de palito. Claro que resguardados certos limites – levar o time de futebol para compartilhar desse privilégio era atitude passível de severa punição: a perda da confiança de meus pais.
O dono do armazém consentia com esse procedimento porque tinha certeza de que meus pais pagariam a conta. Analogamente, meus pais acreditavam que o valor apresentado como despesa seria justo e correto, correspondendo exatamente ao que fora consumido.
Cresci compreendendo que aquela situação representava uma espécie de contrato social, calcado na honra e na palavra, ao que se convencionou chamar de “fio de bigode”. E percebi que aquilo fazia parte de minha formação, de minha cultura e de meu caráter. De tal forma que o empréstimo, entre colegas, de livros, discos de vinil (sim, CD naquele tempo eram apenas a terceira e quarta letras do alfabeto) e até pequenas importâncias em dinheiro era selado pelo mero compromisso pessoal da devolução em perfeito estado de conservação.
Anos mais tarde, uma oportunidade de trabalho bateu à minha porta. O destino era uma pequena cidade que contava, na ocasião, pouco mais de 80 mil habitantes. Aconchegante, bem estruturada, mas uma típica cidade interiorana.
Lá fiz amizade com Sérgio Casagrande, um carioca já radicado no local há um par de anos, que sentenciou o que me aguardava. Disse-me ele: “Aqui, você é mocinho até que se prove o contrário. Nos grandes centros, de onde viemos, é o oposto, ou seja, somos bandidos até que provemos o contrário”. Dias depois, pude vivenciar aquelas palavras. E lembrei-me daquele armazém de minha infância.
Nas últimas décadas nos legaram abundância de recursos, tecnologia sem precedentes, capacidade de comunicação quase ilimitada. Migramos do racionamento para o delivery, do mundo analógico para o digital, do telex para a videoconferência. E do “fio de bigode” para o papel assinado.
Casamentos demandam acordos pré-nupciais, instituições de ensino firmam contratos de prestação de serviços, reuniões são registradas em livros de ata. Advogados grassam aos milhares. Uns, para elaborar contratos; outros, para contestá-los. Sem falar do magistrado que delibera qual dos dois será agraciado com a razão.
O contrato social verbal está extinto. Vigoram apenas os contratos políticos, econômicos e até ecumênicos. Um mundo de contratos, impressos em cinco vias, com duas testemunhas, registrados e com firmas reconhecidas. Um mundo burocrático e cartorial onde uma pessoa conhecida por escrivão, dotada de uma concessão denominada fé pública, tem o poder discricionário de dizer se eu sou mesmo a pessoa que declaro ser.
De tanto ouvir a assertiva “quem paga mal, paga duas vezes”, passei a andar com um talão de recibo em minha pasta, guardando comprovantes de pagamentos durante meses.
De tanto prestar serviços de consultoria com remuneração vinculada ao êxito, que quase sempre obtenho, sendo desdenhado pelo cliente no recebimento de meus honorários – o mesmo cliente que outrora, em dificuldades, faria qualquer coisa para reverter sua situação – passei a solicitar-lhes uma assinatura ao final de cláusulas e parágrafos. Ainda estou aprendendo a fazer isso, posto que contrário à minha natureza. Mas estou aprendendo…
Hoje, quando entro em uma padaria e deparo com um pequeno aviso anunciando “Fiado só amanhã”, desperto para este novo mundo. Compreendo que a palavra “fiado” advém de “confiado”, e que confiança é algo que antes nascia com a gente, depois passou a ser virtude difícil de ser conquistada e, agora, corre o risco de habitar apenas os dicionários e romances dos séculos passados.
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]]>“Os momentos de intensa felicidade são, por natureza, fugazes. Se todo dia é Carnaval, acabou o Carnaval. A garota de Ipanema é, por definição, a ‘que vem e que passa’, jamais a que fica.” (Eduardo Giannetti da Fonseca)
Perguntei a um amigo como havia se saído em uma entrevista de seleção para a qual fora convocado e que aguardava com grande ansiedade. Ele me respondeu resignado: “Foi desmarcada. Agendaram para depois do Carnaval”.
Almoçando com um empresário, notei sua apreensão com as vendas neste mês. “Todos os anos é a mesma coisa. Clientes ativos deixam para repor estoques apenas em março e novos clientes preferem negociar orçamentos após o Carnaval”.
Reinício das aulas na faculdade. Entro na sala e sinto-me como em um auditório, tamanho o número de cadeiras vagas. Presentes apenas 30% dos alunos, que me confortam: “Primeira semana de aula é meio devagar mesmo, professor. Depois do Carnaval estarão todos aqui”.
Oportunidades de trabalho não preenchidas, produtos não fabricados, aulas não ministradas, conhecimento não compartilhado.
Há uma doença congênita que assola nosso país. Uma doença que ceifa empregos, impede o crescimento da renda e reduz o dinamismo da Economia, prejudicando toda a sociedade, mas que se reveste como algo bom, travestido com a toga da alegria. Esta doença atende pelo nome de Carnaval.
Anualmente contamos 104 dias correspondentes a sábados e domingos e cerca de 10 dias representados por feriados. Ou seja, quase um terço do ano onde grande parte da população não trabalha, não produz.
É evidente que há uma miríade de pessoas que exercem suas atividades profissionais aos sábados e, até mesmo, aos domingos. Mas estou fazendo uma abstração para sinalizar que não há mais tempo a perder para quem se propõe a construir uma nação mais próspera e justa. Como diria Machado de Assis, “Nós matamos o tempo, mas ele nos enterra”.
É fato notório que, exceção feita à indústria do turismo, muitos setores são prejudicados pela ocorrência do Carnaval. Já experimentamos uma retração natural no período entre o Natal e o Ano-Novo. Que bom seria se o Carnaval acontecesse logo na primeira semana de janeiro! Assim, teríamos um recesso coletivo que convidaria o país a retomar com pujança suas atividades a partir da segunda quinzena de janeiro.
Meu amigo desempregado terá que aguardar… para depois do Carnaval.
Meu colega empresário terá que suportar suas contas a pagar até… depois do Carnaval.
Minhas aulas somente poderão ser apresentadas… após o Carnaval.
Que se preserve a “alegria do povo”. Que aproveitemos os imprescindíveis momentos de ócio e lazer. Mas precisamos refletir sobre os benefícios de uma antecipação da comemoração do Carnaval.
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