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Autoamor é Cura: O Que as Feridas Nos Ensinam Sobre Saúde e Vida

Descubra como sintomas físicos, emocionais e hábitos do dia a dia revelam mensagens profundas sobre nossa saúde e vida. Um convite à autorresponsabilidade, ao autoconhecimento e à transformação pessoal com amor e consciência.

Autoamor é Cura: O Que as Feridas Nos Ensinam Sobre Saúde e Vida

Autoamor é Cura: O Que as Feridas Nos Ensinam Sobre Saúde e Vida

O que seriam das chegadas se não fossem as partidas.
O que seria da cura se não fossem as feridas.
É preciso um acontecer para o outro vencer.
Para se estabelecer.
Ficar, fixar, enraizar.
Clarissa Marini

Em vinte anos de atendimento em consultório, pude ouvir muitas histórias.

De finais felizes depois de começos tristes, de curas profundas após tratamentos difíceis, de voltas que a vida pode dar (ao mundo e em seu próprio eixo). E de alegrias e choros. De perdas e nascimentos.

Aprendi muito nos meus quase quarenta e seis anos de vida, 21 deles dedicados à medicina, que o tempo se encarrega de muitos processos de cura, mas que também precisamos fazer a nossa parte, ou seja, é necessário curar-se.

E me refiro, ao autocuidado e à autorresponsabilidade. Não coloco aqui a necessidade de ser curado, ou seja querer que o outro faça por você.

Hoje vivemos a era dos imediatismos. Em alguns cliques, tudo — ou quase tudo — se resolve. Cliques de celular, controle remoto, canetas milagrosas e toda sorte de mecanismos externos que façam por nós às pressas e para ontem, o que poderíamos viver, em horas, dias ou décadas.


Ao procurarmos, as repostas estão sempre dentro de nós.

Sejam físicas, psíquicas, mentais ou emocionais. E nessa leitura interna, a autocompaixão é fundamental para sairmos do julgamento, o autorrespeito é necessário para o ponto de partida e a paciência primordial para aceitar o processo.

Transpassar a dor, reconhecer os erros, avaliar os acertos, voltar à estaca zero e novamente tentar aprimorando os passos. Andar com as próprias pernas pode dar medo, mas também pode ser divertido e revelador. Além da sensação única de conquista que preenche todas as expectativas e gera novos desafios.

Falo sobre isso desde os casos de tentativas de emagrecimento. Quando pacientes chegam certas de que seus hormônios (quase sempre considerados vilões) são os responsáveis pelo ganho de peso ou então a dificuldade de perdê-los. Até as situações de baixa libido e/ou baixa energia e cansaço atribuídos, além dos hormônios, à idade.

Mas também me refiro aos colesteróis, triglicérides, insulinas e glicemias (a estes atribui-se fortemente a genética e esquece-se do papel da epigenética) e às gorduras no fígado, pressão alta, inflamações em articulações, intestinos. Até mesmo a pele pode sofrer consequências de hábitos e cuidados, muito mais do que se imagina e se foge de saber.

Quando em consulta, paro para questionar rotina, a primeira justificativa é a falta de tempo. E a quem podemos atribuir essa eterna falta? A nós mesmo, claro. Embora seja mais fácil culpar o trabalho, os filhos, os afazeres, a família e até mesmo a idade. Sim, o estilo de vida moderno é sobrecarregado de competições e metas. De trânsito e pressa, de dias que parecem curtos e com menos do que 24h, de finais de semana que não são usados para descansar e de obrigações infindáveis que tornam a caminhada pesada e, sem dúvida, cheia de empecilhos.


Neste questionamento e autoavaliação chamo à paciente a refletir: o que tem feito para si?

O universo feminino especialmente, tem a herança ancestral, genética e social de obrigações. Mulheres que acordam e já tem uma lista infindável de tarefas a cumprir, que muitas vezes se acumulam, geram angústia e cansaço físico e mental. Mulheres “direitas” cumpridoras de deveres, sem reclamar, resistindo bravamente, resilientes, sem adoecer que são cobradas ainda a terem performances sexuais, esportivas e intelectuais a todo momento, mulheres-maravilha que nunca descansam. E um dia, seus corpos e mentes exauridos, pedem ajuda, dão sinais, adoecem, envelhecem.

O conceito de “inflammaging”, que se refere ao envelhecimento causar inflamação e a inflamação piorar o envelhecimento é muito atual. E se ainda há uma alimentação descuidada, hábitos deletérios como álcool e tabagismo e sedentarismo, esse processo acelera cada vez mais, propiciando inclusive doenças degenerativas e malignas.

Já nascemos com um prazo de validade e nessa pressa de viver às pressas, podemos estar encurtando nosso prazo. Nosso corpo — essa máquina mágica — já vem programado para um funcionamento perfeito, com algumas correções diárias. Nossos hábitos e cuidados podem potencializar ou atrapalhar esse funcionamento.


Então a cartilha é:

Seguir um passo a passo de entendimento da mensagem do corpo sobre aquele sintoma é importante para parar, refletir e mudar a rota. Reorganizar a rotina para encaixar a atividade física, fazer higiene do sono para dormir bem e melhor (e mais cedo).

Concentrar as energias na atenção plena para viver o momento presente. Alimentar-se de produtos naturais e saudáveis e abandonar os ultraprocessados e fast food. Estar com quem gosta. Evitar notícias, lugares e pessoas tóxicas. Ter contato com a natureza. Acreditar no processo e seguir.

Por fim, ter cuidado com seu templo, que é seu corpo. Escolher a dedo o que ingerir, sentir, receber e fazer. Acreditar que leva tempo e que esse aprendizado é, sem dúvida, o mais valioso de todos. O do autoconhecimento. Ter o hábito em se cuidar. E sentir prazer no autocuidado.

Sentir-se bem fazendo algo por você, se priorizando e se valorizando.
Sentir na pele o prazer em ser você. E poder desfrutar do resultado.
Repetir para si mesmo e para quem quiser ouvir e sentir:
Autoconhecimento é poder.
Autoamor é cura.


Gostou do artigo?

Quer saber mais de que forma o autoamor pode, de fato, transformar sua saúde física e emocional — e curar suas feridas? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.

Prazer, Clarissa!

Clarissa Marini
Ginecologista, Sexóloga & Escritora
CRM 11468-GO
https://www.instagram.com/clamarini/

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Clarissa Marini é ginecologista, sexóloga e escritora. Especialista em Uroginecologia e Reposição Hormonal. Autora de Poetizando o Sexo e Inenarrável. É mãe, poeta e amante da vida. Formada há 17 anos, escuta e ausculta almas e corações de suas pacientes.
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