Autoconhecimento: Um processo como o de descascar cebolas
Eu já descasquei várias vezes cebola, seja para cozinhar, para lidar com as situações difíceis que a vida traz, com o mergulho na análise quando me deparo com repetições que acreditava que estavam resolvidas e com conflitos que acreditava que tinha resolvido.
E o que será que descascar cebolas no sentido literal da palavra tem com a vida em si?
Bem, tem a ver que somos exatamente como a cebola, temos tantas camadas e como chegar na essência é um grande desafio, pois parece que a sensação é que vamos desaparecer, porque tirar essas camadas é lidar com o ego que impede o Self de vir à tona.
Quando você tira a primeira camada é fácil, pois é aquela que costuma proteger a cebola para ela não estragar quando retirada da terra. Assim vejo a nós mesmos quando começamos o processo de autoconhecimento.
No início parece que tudo é fácil, tranquilo que daremos conta com pé nas costas, mas quando começamos a mergulhar nas camadas mais internas, percebemos quantas coisas e muitas vezes passamos batido com medo da descoberta.
A vida traz tantos desafios para se superar que uns sucumbem em ansiedade, depressão, fuga, ficam doentes fisicamente e não sabem nem como sair. Outros mergulham fundo, perdem a princípio a própria identidade para poder achar a verdadeira que está no final da cebola.
E como trilhar esse caminho e poder se sentir fortalecido para aprender sobre si mesmo?
Primeiro precisamos perceber, aceitar que queremos descobrir, depois se permitir olhar para as cascas, que elas caindo são uma ótima oportunidade para encontrar a essência divina que habita dentro de cada um.
Para mim antes o autoconhecimento era saber quais eram as minhas forças e talentos, aprender a dar limites, a ser autêntico na interação comigo e com o outro, entender as minhas necessidades e a fazer pedidos claros.
Mas na verdade o autoconhecimento é muito mais do que isso, é um olhar para dentro e ver que tem muitas cascas acumuladas ao longo da própria história, que não deixa a gente sentir.
Sentir é o grande segredo do autoconhecimento, pois sentir requer uma coragem tremenda e que temos um medo descomunal.
Sentir é perceber que dentro de cada pessoa e nos refolhos da alma existem várias camadas que não se tem a mínima ideia do que habita dentro.
O sentir é que pode conduzir o ser humano a trabalhar o ego para levá-lo a um equilíbrio em que emerge o Self.
Podemos dizer que quando não expressamos o que sentimos, temos um alto custo, sofrendo nossa mente e corpo. E como não fomos ensinados a sentir, a carga se torna ainda maior.
Trazendo uma colocação do livro de Marshall, Rolly May afirma:
“A pessoa madura se torna capaz de separar sentimentos em várias nuances: experiências fortes e emotivas, ou outras delicadas e sensoriais, tais quais os diferentes trechos de uma sinfonia”.
Infelizmente os sentimentos para nós adultos ficaram completamente limitados. Gosto de trazer a frase da Patricia Gebrin em seu livro Palavra de Criança quando ela diz que o adulto é o ladrão do sentimento, pois à medida que vamos crescendo somos ensinados que sentir é perigoso, porém dentro de nós existe uma criança que jamais deixou de sentir.
Aí os sentimentos ficam limitados a apenas alguns como alegria, raiva, nojo, tristeza. Na verdade, temos mais de 100 sentimentos que desconhecemos.
Na maioria das vezes o adulto tem muitos sentimentos, mas finge que não sente. Finge tanto que até esquece que está fingindo. Apesar da criança gritar ele abafa e aí fica doente.
Você consegue escutar o grito da sua criança que está louca para descamar as cascas da cebola que existe dentro de você?
Gostou do artigo?
Quer saber mais sobre o processo de autoconhecimento e a importância dele para sua vida? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em ajudar.
Um grande abraço,
Wania Moraes Troyano
Especialista em Resiliência Científica e Neurociências
http://www.waniamoraes.com.br/
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