
Autoconsciência e Desempenho: A lacuna perceptiva e seu impacto na liderança
A autoconsciência é frequentemente vista como um componente essencial do desenvolvimento pessoal e profissional. No entanto, um fenômeno intrigante e revelador tem sido identificado em pesquisas sobre o tema: muitas pessoas acreditam ser mais autoconscientes do que realmente são.
De acordo com estudos, 95% das pessoas consideram-se autoconscientes, mas apenas 10 a 15% realmente atendem aos critérios objetivos dessa característica. Esse descompasso entre percepção e realidade tem implicações significativas, especialmente no contexto da liderança.
Autoconsciência é a habilidade de refletir sobre si mesmo, perceber os próprios pensamentos, emoções, comportamentos e como esses aspectos afetam os outros. Ela envolve uma compreensão clara das próprias forças, fraquezas, valores e motivações.
Essa competência emocional é fundamental não apenas para o crescimento pessoal, mas também para o sucesso profissional, uma vez que permite às pessoas se adaptarem melhor ao ambiente, melhorar suas interações interpessoais e tomar decisões mais alinhadas com seus objetivos.
O que tenho percebido nos diversos contextos que faço parte, é uma dificuldade grande em identificar as próprias emoções e em consequência disso o próprio comportamento dissonante com resultado desejado.
Apesar da importância reconhecida da autoconsciência, a maioria das pessoas parece superestimar sua capacidade de se conhecer de forma profunda.
Embora 95% das pessoas afirmem ser autoconscientes, a realidade, segundo estudos, revela que apenas uma pequena fração realmente possui o nível de autoconsciência que pode ser mensurado de forma objetiva. Esse gap entre a percepção pessoal e a avaliação externa pode ter consequências significativas para o desempenho em diversas áreas da vida, incluindo a liderança.
No contexto da liderança, a autoconsciência é um diferencial importante.
Líderes que têm uma compreensão clara de si mesmos, de suas emoções e das necessidades de sua equipe são mais eficazes na tomada de decisões, na resolução de conflitos e na construção de uma cultura organizacional positiva. Elas também tendem a ser mais resilientes, flexíveis e capazes de se adaptar a mudanças, o que é essencial em um mundo corporativo dinâmico.
Pesquisas indicam que líderes genuinamente autoconscientes não só têm um desempenho superior, como também são mais propensos a serem promovidas. A autoconsciência permite que esses líderes se conectem melhor com sua equipe, compreendam suas próprias limitações e busquem melhorias constantes. Além disso, a capacidade de refletir sobre suas ações e impactar positivamente o ambiente ao seu redor é vista como uma habilidade crucial por aqueles que tomam decisões de liderança em muitas organizações.
A lacuna entre a percepção de ser autoconsciente e a realidade pode ser um obstáculo significativo para o crescimento e o desenvolvimento das líderes.
Quando os indivíduos acreditam que estão mais autoconscientes do que realmente estão, podem deixar de investir em áreas que precisariam de desenvolvimento, como a gestão emocional ou a empatia com os outros.
Para os líderes, essa falta de autocrítica pode prejudicar seu desempenho e dificultar sua evolução dentro de uma organização.
Por outro lado, aquelas que são genuinamente autoconscientes tendem a ter uma visão mais clara de suas fraquezas e forças. Isso as torna mais aptas a buscar feedback, corrigir falhas e se posicionar de forma mais estratégica para alcançar o sucesso.
A Autoconsciência como Traço Fundamental da Liderança Emocional
O famoso psicólogo Daniel Goleman, pioneiro da Inteligência Emocional, também inclui a autoconsciência como um dos traços fundamentais de uma liderança emocionalmente inteligente. Ele define autoconsciência como a habilidade de reconhecer emoções, humores e motivações próprias, e seu efeito sobre os outros.
Essa consciência evita que líderes reajam impulsivamente ou ignorem feedbacks importantes. Ao contrário, quem carece dessa visão interna tende a interpretar críticas ou sugestões de melhoria como ameaças pessoais, desperdiçando oportunidades de crescimento (kornferry.com)
A autoconsciência, conforme definida por Goleman, é a habilidade de reconhecer e entender as próprias emoções, humores e motivações, e perceber como elas afetam o comportamento e as decisões.
Para Goleman, um líder emocionalmente inteligente deve ser capaz de reconhecer suas próprias emoções e compreender como elas influenciam suas ações, interações com os outros e tomadas de decisões. Nas turmas do www.almaaceleradora.com.br, provocamos situações para que as líderes experienciem as causas do gap de inteligência emocional.
A autoconsciência vai além da simples percepção das emoções momentâneas; trata-se também de entender os próprios valores, crenças e motivações subjacentes. Isso permite ao líder agir com mais clareza e propósito.
Líderes com alta autoconsciência têm uma maior capacidade de refletir sobre suas experiências e aprender com elas, o que os torna mais aptos a ajustar suas estratégias e comportamentos de forma consciente.
Para uma líder, a autoconsciência evita reações impulsivas ou desmedidas a situações estressantes. Uma líder emocionalmente inteligente não reage cegamente a desafios ou críticas, mas analisa as emoções que surgem em determinadas situações antes de tomar qualquer atitude. Isso não significa suprimir ou ignorar emoções, mas sim reconhecê-las e usá-las como um guia para uma decisão mais ponderada. Aqui se encontra um dos grandes segredos de uma boa liderança.
A autoconsciência também é crucial para a recepção de feedbacks, sejam positivos ou negativos. Quando uma líder está consciente de seus próprios sentimentos e motivações, ela é capaz de considerar o feedback de maneira construtiva, ao invés de interpretá-lo como uma crítica pessoal ou ameaça.
Essa visão interna possibilita que o líder entenda que o feedback não é um ataque, mas uma oportunidade de crescimento e aprimoramento. Quando uma líder não possui essa autoconsciência, ela pode reagir defensivamente a críticas ou sugestões de melhoria, prejudicando seu desenvolvimento pessoal e suas relações interpessoais.
Em um cenário corporativo, a falta de autoconsciência pode levar a uma baixa capacidade de acolher críticas construtivas e a uma resistência ao feedback. Essa falta de abertura ao crescimento pode transformar o ambiente de trabalho em um campo minado, onde os membros da equipe temem falar e compartilhar opiniões, o que pode criar uma cultura de medo e ineficiência.
Enfim, a autoconsciência é uma das competências mais valiosas no mundo profissional, especialmente para líderes que buscam desempenho elevado e avanços na carreira. No entanto, é crucial que as pessoas reconheçam a diferença entre a percepção de serem autoconscientes e a verdadeira profundidade dessa qualidade.
Para líderes, superar essa lacuna de percepção é fundamental não apenas para seu crescimento pessoal, mas também para o sucesso de suas equipes e para o alcance das metas organizacionais.
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Quer saber mais de que forma a lacuna entre a percepção e a realidade da autoconsciência pode impactar a liderança e o ambiente organizacional? Então, entre em contato comigo! Terei o maior prazer em conversar sobre isso.
Até a próxima!
Luciana Soares Passadori
https://www.passadori.com.br
Fonte: National Institutes of Health (NIH), nihrecord.nih.gov
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