Autorresponsabilidade e a responsabilidade sobre o que NÃO foi dito
Muito se fala sobre a autorresponsabilidade do que se fala. Mas o que você omite também pode comprometer muito o resultado da comunicação
Não é difícil entender que a fala é um ato de autorresponsabilidade. O que você profere é oriundo de suas crenças, valores, compatível com o seu histórico de vida e com o seu repertório pessoal. Está enraizado em seus saberes e os entendimentos. Assume-se que o que foi falado representa o que se queria dizer. Tanto no que diz respeito ao conceito como no que tange à forma. Isso inclui a duplinha o que se fala (a escolha das palavras, a formação das frases, os conceitos e preconceitos embutidos) e o como se fala (o tom de voz, a emoção inserida, os olhares e os componentes gestuais). Sim, é muita coisa.
A comunicação é uma teia de significados que vai muito além do sentido semântico das palavras. E isso sabemos, treinamos ao longo da vida e conseguimos até estimar os resultados que produziremos. Porém, deve-se ater-se também ao seguinte: o que NÃO se fala também é de responsabilidade do comunicador. Ouço com frequência, nos processos de coaching com líderes, as seguintes reclamações: “eu não falei, mas isso era óbvio!” ou “eu não falei, mas ele deveria saber” e ainda, “mas isso é uma questão de bom senso, nem precisaria ser dito”.
Abandone esses conceitos o mais rápido possível se você quer gerar resultados produtivos.
Aprendemos rápido que quando se trata de comunicação e do ser humano não há o óbvio, não se conta com o bom senso e é preciso, sim, falar com todas as palavras. E de preferência as mais claras (não as mais sofisticadas), as de fácil entendimento (não as que atribuem prestígio), em um discurso objetivo, didático e até descritivo quando se quer orientar e guiar.
Sim, falar é um ato de generosidade e compaixão quando se considera o outro que tem um repertório de vida, um conhecimento sobre o assunto e um envolvimento com o tema bem diferentes dos seus. Sempre partimos de pontos diferentes porque sempre estamos em eixos (a individualidade) distintos. Tudo o que falamos nos parece óbvio, cheio de bom senso e de fácil compreensão. Mas não falamos com nós mesmos, falamos com o outro que possui outra caixa de significações. Para o outro, muitas vezes, são palavras novas, em um contexto desconhecido, sob um viés nem sempre visitado.
Se você, com frequência, tem a sensação de que o outro não o entende, pergunte a si mesmo se você não está desconsiderando o outro na sua fala. O óbvio e o falar rapidinho podem ser atalhos para não se conectar realmente com quem o ouve. Comunicação é conexão e interação. Se você prescinde a esses conceitos, dificilmente terá uma comunicação bem-sucedida. Pergunte a si mesmo se os atalhos que você está usando, com o intuito de facilitar, não estão dificultando.
Gostou do artigo? Quer saber mais sobre autorresponsabilidade e como ter uma comunicação bem-sucedida? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em ajudar.
Tatiana Avolio
https://www.estacaolideranca.com.br
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