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Barbie: A trajetória da boneca e o filme têm alguma coisa para nos ensinar?

Descubra como a Barbie e o filme não apenas cativam gerações, mas também oferecem lições profundas sobre empoderamento feminino, diversidade e superação. Explore sua influência cultural e como ela desafia os padrões estereotipados.

Barbie e o Filme: Lições Valiosas sobre Empoderamento Feminino

Barbie: A trajetória da boneca e o filme têm alguma coisa para nos ensinar?

Confesso que estava completamente descolada e sem entender a enxurrada de imagens de Barbie nas redes sociais. Vi perfis de pessoas anônimas, famosas, empresas dos mais diversos segmentos e portes entrando na onda rosa fosse como divertimento ou como estratégia de marketing para vender produtos ou serviços.

Porém, nos últimos dias, comecei a me interessar meio que influenciada por minha filha que, hoje uma mulher de 26 anos, brincou com algumas bonecas da Barbie e me convidou para assistir a estreia do filme com ela. Estamos numa pequena cidade no centro da Florida. E não vimos aqui nenhum frenesi no cinema onde fomos no dia do lançamento, 20 de julho de 2023. Aliás, não havia mais que 20 pessoas na sala.

O primeiro ponto que me chamou atenção foi o fato de o filme realmente não ser para crianças. Não porque tenha cenas de sexo, drogas ou violência. Definitivamente, não há. Entretanto, a temática do filme gira em torno de temas mais complexos como feminismo, patriarcado, estereótipos femininos… Embora eu ache até que são muito relevantes e necessários na educação de nossas crianças. Mas concordo que são complexos e os diálogos, talvez, sejam de difícil compreensão para menores de 10/12 anos.

Outra questão que não podemos deixar de lado e vale visitar o contexto histórico é o fato da Barbie ter seu lançamento em 1959. Isso aconteceu um pouco antes do movimento feminista de 1960, considerado por muitos estudiosos a segunda onda. Um momento marcado por reivindicações por acesso a contraceptivos e saúde preventiva para a mulher, equiparação salarial, políticas de proteção contra a violência à mulher, apoio em casos de assédios… Infelizmente, lutas que ainda se fazem necessárias mesmo mais de 60 anos depois.

Embora a primeira boneca tenha sido criada com forte apelo ao estereótipo da mulher magra, loira, branca, a boneca e seu mundo “cor de rosa” foram muito disruptivos.

E, apesar do apelo aparentemente infantil, traziam forte apelos sociais e questões ligadas ao mundo ideal, não real da grande maioria das mulheres. Não pelo corpo perfeito, mas talvez, principalmente pelas mensagens que estavam por traz da boneca.

Para começar, o slogan “You can be anything”, traduzido literalmente como “Você pode ser qualquer coisa” ou mais adaptado a “Você pode ser o que quiser”, traz em si um forte apelo ao fato de que a mulher poderia fazer escolhas mesmo numa sociedade em que muitas das suas escolhas eram extremamente limitadas e sua dependência fosse do marido ou do pai fosse total.

Fatos curiosos e relevantes como a primeira casa dos sonhos de Barbie (Barbie’s dream house) não ter cozinha são fundamentais para compreendermos os avanços e conquistas dos direitos das mulheres ao longo dos anos.

A casa dos sonhos teve seu lançamento em 1962 quando apenas 0,1% das mulheres americanas tinham casa própria. A grande maioria era dona de casa e não podiam ter conta bancária, crédito e nem a menor possibilidade de financiarem uma casa própria. Só em 1974 com o “Equal Credit Opportunity Act” que a mulher deixou de ter a obrigatoriedade de assinatura do marido para comprar uma propriedade.

Na pegada do “Você pode ser o que quiser”, o filme retrata as centenas de profissionais que são Barbie, para além da mulher “do lar”. A boneca de 1962, não só conquistou a sua casa do sonho, foi uma tenista, oito anos antes do Title IX que abriu caminho para a participação de mulheres em muitos esportes. Em 1965, a Mattel lançou a Barbie astronauta, 18 anos da primeira mulher fazer o mesmo feito na vida real.

Para além das conquistas profissionais de Barbie, a boneca também teve sua versão em diferentes nacionalidades, raça, credos e biotipo, com a Barbie fora dos “padrões” estéticos estereotipados.

Christie foi a primeira amiga de Barbie e é uma boneca negra. A Barbie negra astronauta teve seu lançamento em 1985, sete anos antes da primeira mulher negra astronauta ir (literalmente) para o espaço.

Chama a atenção ainda o fato da boneca Barbie gravida ter sido descontinuada e ter causado controvérsias entre os mais “conservadores”. Muito se fala sobre o episódio, mas também é relevante entender que a maternidade deixou de ser a prioridade na vida de muitas mulheres. Estudos recentes mostram que o nível de escolaridade da mulher está diretamente relacionado à fecundidade.

Mulheres com maior escolaridade tendem a ter filhos em idades mais avançadas e menos filhos. Por outro lado, a gravidez precoce entre adolescentes está igualmente relacionada à baixa escolaridade. Baixa ou quase nenhuma possibilidade de escolha. Além da violência sexual, fruto também da baixíssima ou inexistente educação sexual para crianças e jovens.

Inúmeras são as reflexões que podemos fazer a partir do filme e a história da boneca Barbie, Barbieland e Ken que valem um ou mais artigos sobre o tema. Independentemente do que ainda podemos refletir e discutir, fato é precisamos conhecer os caminhos já trilhados pelas mulheres ao longo das últimas décadas ou séculos e do nosso papel na sociedade seja dentro de nossas empresas ou de nossos lares.

Barbie é apenas uma boneca, mas indiscutivelmente muito mais interessante e conectada com a realidade que as princesas ou as bruxas dos contos de fadas que colocam as mulheres em modelos estereotipados muito mais perversos, reforçando os padrões patriarcais que vão na contramão da mulher que só deseja “Ser o que quiser ser”.

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Quer conversar mais sobre o que a Barbie nos ensina como lições profundas sobre empoderamento feminino, diversidade, superação? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.

Cris Ferreira
https://soucrisferreira.com.br/

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Cristiane Ferreira é Coach formada pelo IBC – Instituto Brasileiro de Coaching, Professora da Fundação Getúlio Vargas com cadeiras em Liderança, Coaching, Inteligência Emocional, Técnicas de Comunicação e Empreendedorismo, Palestrante, Empresária do setor de Educação desde 1991, Graduada em Letras pela UFMG e Pós-graduada em Linguística Aplicada pela UFMG, MBA em Gestão de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas, Formada em Inglês pela University of New Mexico, EUA, Apresentadora do Programa Sou Múltipla, Fundadora da Associação das Mulheres Empreendedoras de Betim, Ex-Presidente da Câmara Estadual da Mulher Empreendedora da Federaminas (2014/2016), Destaque no Empreendedorismo feminino, recebeu vários prêmios entre eles o “Mulheres Notáveis – Troféu Maria Elvira Salles Ferreira” da ACMinas, troféu Mulher Líder, “Medalha Josefina Bento” da Câmara Municipal de Betim, “Mulher Influente” do MG Turismo e o “Mérito Legislativo do Estado de Minas Gerais”, Comenda Amiga da Cultura da Prefeitura Municipal de Betim.
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