A desaceleração do crescimento demográfico no Brasil, o aumento do percentual de idosos e adultos e a diminuição da porcentagem de jovens nas últimas décadas ocasionaram a mudança do desenho da pirâmide etária.
Esse fato é o resultado da diminuição das taxas de mortalidade e natalidade e aumento da expectativa de vida do brasileiro que alcançou a maior média da história em 2018.
Segundo o IBGE, a longevidade do brasileiro chegou a 76 anos. Um salto de 22 anos em relação ao registrado na década de 1960, quando a média chegava a 54 anos.
O país também passa por um momento bastante tenso de acalorados debates sobre a Reforma de Previdência e, independentemente de concordâncias ou discordâncias, muito provavelmente a idade mínima de aposentadoria deve ser estendida.
Face a este contexto, um cenário preocupante se mostra, pois ao mesmo tempo que a população envelhece, as condições de subsistência se restringem.
De acordo com a pesquisa nacional por amostra de domicílios contínua (pnad), do IBGE, o país conta com 54,3 milhões de pessoas entre 40 e 59 anos. Desse total, cerca de 3 milhões estão desempregados. Pesquisa feita pelo site de recrutamento vagas.com mostra que o desemprego entre maiores de 60 anos vem aumentando – passou de 48% em 2012 para 72% em 2017.
Da mesma forma que tais cenários podem desanimar, outras oportunidades se abrem para acolherem este público.
Se algumas empresas ainda têm esta visão retrógrada e limitante, outras começaram a perceber que profissionais sêniores têm competências importantes.
Pedro Felipe Costa, Presidente da PF Concept, decidiu fazer diferente desde a concepção da empresa e ao perceber que muitas pessoas tinham seus talentos desperdiçados contratou pessoas 50+ para a produção. Hoje todas as camisetas são produzidas por este público. Segundo Costa “A percepção dos ganhos foi principalmente em conhecimento pela experiência profissional e compromisso, devido à maturidade e responsabilidade”.
O empreendedorismo é outro caminho que se abre. Uma pesquisa sobre empreendedorismo no Brasil, elaborada no projeto Global Entrepreneurship Monitor (GEM), conduzida pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP) em parceria com o SEBRAE e a FGV, evidenciou a importância dos empreendedores maduros.
Em 2016, 10,4% dos empreendedores iniciais tinham entre 55 a 64 anos (em 2007, em comparação, esse percentual era de apenas 4,9%). Entre os empreendedores já estabelecidos, este percentual sobe para 19,2%, na mesma faixa etária.
O público 50+ não está sozinho, porque além de criarem novos cenários por si só, nichos de mercado nascem para atendê-los, como empresas especializadas em recrutar e selecionar 50+ como a MaturiJobs com mais de 80 mil profissionais cadastrados.
Diante de todo este contexto é certo que precisaremos repensar conceitos, preconceitos e reconstruir uma sociedade em prol de um público que, de certa forma, foi deixado de lado, mas cada vez mais tende a encontrar seu lugar ao sol.
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