Caí no Efeito Sanfona, e agora?
Efeito sanfona é a expressão usada para caracterizar o emagrecimento e reganho de peso repetidas vezes, geralmente após uma dieta restritiva. Essa constante variação de peso pode alterar a composição corporal, favorecendo o acúmulo de gordura. Isso acontece devido ao aumento da eficiência metabólica, ou seja, o organismo passa a armazenar mais energia do que antes ao ingerir a mesma quantidade de calorias.
Reações do organismo frente a uma dieta restritiva
Quando você está consumindo poucas calorias, seu organismo reduz seu gasto de energia com o objetivo de “se proteger”. As adaptações que ocorrem nessa condição prejudicam o emagrecimento e a manutenção do peso reduzido. Dessa forma, as chances de reganho de peso após o final da dieta são altas, devido ao metabolismo mais lento somado à grande possibilidade de aumento da ingestão calórica.
Sendo assim, a pessoa acometida pelo efeito sanfona pode ter ganhado mais peso do que antes de iniciar a dieta, com o agravamento de adquirir mais gordura em sua composição corporal. Isso gera grande frustração e sentimento de culpa, por achar que fracassou na dieta e/ou na manutenção do peso.
O que acontece depois? A busca por uma nova dieta, talvez ainda mais restrita, e o início de um novo ciclo. Considerando isso, pode-se chegar a uma situação em que fazer dieta muito restritiva irá te fazer engordar ao invés de emagrecer.
Tenho um livro bem legal para indicar a respeito desse assunto, chamado “O Peso Das Dietas”, escrito pela nutricionista Sophie Deram.
Os perigos do efeito sanfona
Grande parte das pessoas já sabe que o excesso de gordura, principalmente na região abdominal, é prejudicial à saúde. Isso porque o tecido adiposo secreta substâncias pró-inflamatórias, ou seja, que favorecem a inflamação, denominadas adipocinas, as quais podem interferir nos níveis de colesterol, glicemia e pressão arterial, por exemplo.
Sendo assim, além da maior facilidade em ganhar peso e acumular gordura corporal, os riscos de desenvolver doenças cardiovasculares também aumentam.
Como sair desse ciclo?
A primeira coisa a ter em mente é confiar em você e no profissional que escolheu para te ajudar nesse processo. Cair na tentação de aderir a uma nova dieta inadequada não irá resolver a situação.
Para as pessoas que já fizeram várias dietas e têm dificuldade, talvez até receio, de fazerem suas escolhas alimentares sem seguir os padrões anteriores, e ainda não conseguem identificar plenamente as sensações de fome, saciedade, vontades e etc., a orientação nutricional por meio de um plano de reeducação alimentar pode ser interessante, desde que este seja variado e versátil, até que adquiram mais confiança e não precisem mais ser guiadas por um plano.
O objetivo deve ser alcançar uma relação saudável com a comida e desenvolver uma sabedoria corporal que permita identificar suas várias necessidades, mantendo uma sintonia com a comida, a mente e o corpo. Essa é a proposta do Comer Intuitivo, conceito criado por duas nutricionistas americanas, Evelyn Tribole e Elyse Resch.
O Comer Intuitivo baseia-se em três pilares:
- Permissão incondicional para comer: rejeitar a mentalidade de dieta e julgamento da comida;
- Comer para atender necessidades fisiológicas e não emocionais: Lidar com as emoções sem usar a comida;
- Apoiar-se nos sinais internos de fome e saciedade para determinar o que, quanto e quando comer: honrar a fome, respeitar a saciedade, descobrir a satisfação e honrar a saúde por meio de uma nutrição gentil.
Algumas situações, como de estresse, doenças, transtornos alimentares, indivíduos multiatarefados e com alto nível de julgamento, dificultam a criação dessa relação saudável com a comida e a promoção de um autocuidado adequado. Por isso, é importante a avaliação e acompanhamento com um(a) nutricionista que esteja alinhado(a) com essa proposta, o(a) qual irá te dar uma orientação alimentar adequada.
O Comer Intuitivo tem dez princípios básicos que objetivam conduzir um indivíduo a normalizar sua relação com a comida. Cabe falar sobre esse tema em outro artigo.
Se você se identificou com o assunto de hoje e gostaria de saber mais, ou se tiver alguma dúvida, fique à vontade para comentar ou falar diretamente comigo.
Gostou do artigo? Quer saber mais? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.
Até a próxima!
Viviani Marcon
https://www.instagram.com/vivianimarcon/
Referências: ALVARENGA, Marle et al. Nutrição Comportamental. 2.ed. Barueri – SP: Manole, 2019.
Confira também: Pratique o Mindful Eating para se alimentar melhor
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