Carreira de Coaching – Momentos da Verdade
Após mais de 20 anos acompanhando a carreira de um grande número de profissionais de coaching, consultoria, hunting, palestras, treinamento e outras formas de atuação, entendo que essas pessoas, via de regra, possuem um importante e intenso desejo de serem admiradas e reconhecidas como únicas e de muito valor. A forma como desejam o reconhecimento pode variar, mas brilhar no palco com aplausos ao final do espetáculo é uma necessidade para um grande número delas. O “palco” pode variar de formato, bem como a forma e o local dos aplausos, no entanto acredito que o desejo de sentir que possuem destaque profissional e aceitação social é muito forte e presente.
No início da carreira, é comum muitas pessoas terem uma ânsia por “parecerem” bem-sucedidos. Infelizmente, em alguns casos, projetando uma pessoa que não são e nunca foram. Igualmente podem sobrevalorizar a relevância do número de seguidores nas redes sociais, “likes”, elogios ou bajulações.
Também podem mostrar uma alta recorrência quanto à necessidade de venderem ao “público” a pessoa que gostariam de ser. Um discurso elaborado e proferido para agradar aos próprios ouvidos, não os das pessoas que estão escutando.
São pessoas com uma grande necessidade de aceitação e reconhecimento de que são as melhores naquilo que fazem, as pioneiras, desbravadoras e heróis. Na falta de gente que falem o que precisam ouvir, elas mesmos falam, para si mesmas, em voz alta e em público.
Quando alguém está com o microfone, em uma comunicação de mão única e em uma posição autoproclamada de autoridade, muitas vezes fisicamente acima das demais, fica fácil se descrever como a melhor e assim se valorizar como e na intensidade que desejar, ou precisar. Uma baixa autoestima pode ser uma das razões para situações desse tipo. Uma situação onde há uma preocupação em convencer os outros de que é a pessoa que gostaria de ser.
Acredito que a prioridade de uma pessoa não deveria ficar se vendendo e convencendo os outros, o tempo todo, a respeito do seu valor e suas habilidades ou colecionando sorrisos e feedbacks positivos.
Se a pessoa é, então não precisa dizer a toda hora e com um tom de voz muitas vezes autoritário (que inibe o questionamento); os outros percebem e, se percebem, está tudo resolvido.
Penso que o ponto seria colecionar, de maneira consistente e ao longo de anos, evidências tangíveis que comprovem a sua singularidade e relevância. Deixe, de fato, as evidências (concretas) falarem por você.
Podemos ter algumas maneiras mais autênticas para mensurar a notoriedade e o talento de uma pessoa, a saber:
- O que é dito a respeito da pessoa, quando ela não está presente;
- A capacidade de deixar um sólido legado positivo;
- A habilidade de superar crises, ou seja, colocar em prática o que muitas vezes diz para os outros que é “fera”;
- A longevidade da imagem projetada pela pessoa ou percebida por quem a conhece;
- A consistência ao longo do tempo em ter lucro. Mensurar o sucesso profissional apenas com o volume de vendas pode ser uma perigosa ilusão.
Podemos ter outros momentos da verdade com relação à solidez de uma carreira, entre eles: como a pessoa se sente ao olhar no espelho quando ninguém está por perto, estado geral da saúde, qualidade das relações familiares, tempo dedicado a um hobby ou lazer, número de pessoas disponíveis para encontrar ou conversar (sem que estas perguntem a razão do encontro ou conversa), tempo de duração de parcerias comerciais, imagem que ficou na mente de ex-colaboradores, ex-fornecedores ou ex-parceiros de negócios, e o crescimento patrimonial ao elaborar a declaração anual do imposto de renda.
Também é fundamental refletir a respeito de como você se sente ao iniciar um novo dia, aceitar um novo projeto profissional, ao terminar uma reunião, ao sair de um cliente, ou simplesmente quando está apenas na presença dos próprios pensamentos. Aqui, temos a identificação do nível de congruência entre o que sentimos e o que fazemos.
Sinceramente, creio que o número de seguidores nas redes sociais, bem como um alto nível de exposição, projetando uma imagem de sucesso e força, seja crucial e a estratégia certa para alguns modelos de negócio.
Enfatizo a importância de tomar cuidado para que esses indicadores não sejam apenas grãos de areia, de um castelo que pode até parecer grande e imponente, mas que poderá facilmente desmoronar na primeira onda que enfrentar.
Primeiro nos fortalecemos por dentro, para então sermos vistos como fortes por fora – cuidado para não inverter a ordem desses fatores.
Também se lembre da pertinência de que, para cada iniciativa relativa à categoria “parecer”, deveria haver uma evidência equivalente para o “ser”. Caso contrário, poderemos ter apenas uma estratégia de “faz de conta”, que o tempo irá provavelmente se encarregar de desfazer. A congruência entre o “parecer” e o “ser”, com o “ser” vindo primeiro, é essencial para uma carreira sólida, longeva e admirada, de verdade, seja em coaching ou não.
Gostou do artigo? Quer saber mais sobre os momentos da verdade na carreira de coaching? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.
Alexandre Ribas
http://www.ttisi.com.br
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