Celebrar Conquistas: Por que as empresas têm dificuldade para que isso aconteça?
Em meu artigo anterior “A Arte de Celebrar: Transformando Empresas em Lugares Incríveis” abordei a arte de celebrar, na vida e em especial nas organizações. Ao escrevê-lo, pensamentos diferentes vinham à minha mente.
Trabalhei em empresas que possuíam rituais de comemoração, desde os mais simples, como um sino na área, onde cada um podia tocar quando tivesse algo legal para contar, até os mais sofisticados, como uma viagem internacional para uma equipe que teve uma conquista excepcional. Isso era pauta para vários veículos de comunicação da empresa e via a vibração das pessoas pela equipe premiada, e via inspiração para outras.
Nesse processo como “writer”, a cabeça fervilhando, passaram por ela outras empresas que vivenciei, como colaboradora e de uns anos para cá como parceira, onde nada se celebrava. Tudo era tratado como “normal”, naquele ambiente onde parece que o que se faz, mesmo sendo algo excepcional, não se vibra, não se retroalimenta para continuar, não se valoriza e muitas vezes passa uma sensação de acomodação, de marasmo, de dever cumprido e pronto.
Prometi abordar essas situações nesse meu artigo, pois se entendermos um pouco mais o que se passa, colocarmos uma lente nesse tema, poderemos intervir e mudar o status quo das empresas, pois celebrar, no meu ponto de vista, é uma maneira poderosa de enriquecer nossa existência, de humanizar, de cuidar da saúde mental, tão abordada hoje.
Novamente, reforço que tudo tem conexão com a cultura da empresa, e quando trazemos para a vida pessoal, com a cultura da família.
Se, por exemplo, a empresa coloca como um dos seus valores “promover um ambiente leve”, deve fazer valer esse de uma forma natural e um dos rituais pode ser a celebração dos feitos.
Mas, o que acontece com aquelas que têm dificuldades para que isso aconteça?
O que percebo é que esse tema é multifacetado e pode variar de acordo com diversos fatores, como o segmento de mercado, o estágio de desenvolvimento da empresa, a personalidade dos fundadores e as características de cada membro do corpo diretivo.
Segmentos mais informais do mercado, como agências de publicidade, produtoras de vídeos, empresas de viagens e turismo, tendem a ter ambientes mais descontraídos, mais festivos e criar essa cultura humanizada, de celebração não deve ser tão difícil. Mas, precisa de foco, precisa querer, e esse querer precisa ter alguém patrocinando.
Deixe-me elencar algumas dificuldades que visualizo, a saber:
- Falta de foco – simplesmente ninguém acordou para esse tema na empresa. Provavelmente os dirigentes não deram atenção para ouvir os colaboradores, não praticam as celebrações na vida pessoal também. E os colaboradores não questionavam as lideranças.
- O perfeccionismo – focamos nos erros, nas falhas cometidas e diminuímos a importância do que fizemos, do que alcançamos e como isso ocorreu. A autocrítica pesa e entra-se num ciclo de insatisfações, dando mais peso aos não feitos.
- Volume de trabalho – no ritmo acelerado em que se vive no mundo organizacional, não somente nas start ups, celebrar é perder tempo e não se dedica tempo para tal. Parar para conversar, tocar um sino, valorizar os feitos pode ser um absurdo.
- Perfil do corpo diretivo – algumas pessoas se sentem desconfortáveis em ambientes sociais ou simplesmente não gostam de celebrações, preferindo focar somente no trabalho. O fato é que os indivíduos são diferentes, muitos gostam e isso precisa ser considerado na gestão dos colaboradores. A alta direção deve, de fato, promover ações que elevem o bem-estar na empresa e, celebrar, pode ser uma delas.
Creio que essas são as principais dificuldades e que muitas vezes permanecem por vários meses, anos, décadas, como desculpas verdadeiras, até que alguém acorde e se predisponha a fazer algo para o bem do coletivo, da maioria dos colaboradores das empresas.
Então que tal começarmos? Criarmos alguns rituais básicos? Um canal de audição dos colaboradores pode ser um bom instrumento para decidir o que se deve comemorar na percepção deles.
O Planejamento Estratégico e Tático também nos dá elementos para estabelecermos os marcos de celebrações. O importante é começar a mudar o ambiente de trabalho, tornando-o assim mais alegre, leve e, com certeza, mais produtivo para todos.
Gostou do artigo?
Quer conversar mais sobre a arte de celebrar conquistas, sua importância e as dificuldade que as empresas têm em celebrá-las? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.
Até o próximo artigo!
Vera Godoi Costa
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Confira também: A Arte de Celebrar: Transformando Empresas em Lugares Incríveis
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