Eu aposto: todos, absolutamente todos os seres humanos conscientes devem ter se perguntado isso algum dia: Quem eu sou? Para que eu sirvo?
É uma pergunta profunda, que não se responde assim, num texto como esse. Mas eu adoro desafios e quero começar a trazer formas de olharmos para este assunto com mais propriedade, lucidez e leveza. Neste artigo, que é o primeiro de uma pequena série sobre o assunto, vamos fazer esclarecimentos e realizar uma atividade para ampliar sua visão a este respeito.
Antes de mais nada: eu não sou psicóloga, nem médica, nem sigo doutrinas espirituais que me deem condições de afirmar categoricamente nada. Mas eu observo. E o que eu vejo? Uma angústia imensa por não sabermos responder esta pergunta tão fundante de nossas vidas, apesar de todo arsenal disponível de terapias, autoajuda, apoio espiritual, informação e conhecimento. Então, vamos nos acalmar, combinando de cara: essa é uma pergunta de vida inteira. E você tem a vida inteira para responder. Concorda?
Obviamente que isso não resolve o problema, mas ajuda a entrarmos no campo do que é possível. E o que é possível? É o que temos HOJE. O que há no presente. Não no passado, nem no futuro. Não no que falta, muito menos no que não é. Nos resta olhar, portanto, para o que você JÁ É e o que você JÁ TEM.
E, o que você já é, a gente pode ver de várias formas. Eu particularmente ajudo meus clientes a irem atrás daquilo que é sua essência e que, de alguma forma, foi encoberto por diversos acontecimentos ao longo da vida. Não é o caso de agora discutirmos o porquê disso ou o que se sucedeu. Mas é importante estar consciente de que pode acontecer de, neste momento, você ter dificuldade de se enxergar justamente porque existem muitas camadas encobrindo sua própria percepção acerca de sua essência.
E está tudo bem. Mesmo! É o estado em que você se encontra hoje e não adianta brigar com isso, nem ir contra. É mais produtivo aceitar que você está assim neste momento da sua vida e relaxar, até para ir dissolvendo esses escudos aos poucos, com suavidade e ir ampliando seu campo de visão.
Então vamos começar a adentrar essa jornada com uma atividade.
Como sempre, sugiro que você dedique um tempo sem interrupções para esta prática e a faça em um lugar tranquilo. Uns 40 minutos são suficientes, mas fique à vontade para fazer no seu tempo.
1º passo:
Responda: O que de fato faz você vibrar?
E, por vibrar, entenda-se o seguinte:
- Aquilo que faz teu olho brilhar;
- Aquilo que você faz com tanta facilidade que nem se dá conta de que está fazendo (e muitas vezes deixa, por isso mesmo, de valorizar);
- Aquilo que te deixa com a sensação de que o tempo passou tão rápido que você nem percebeu;
- Aquilo que te deixa leve;
- Aquilo que parece que você foi feito para fazer.
Deixe vir tudo, absolutamente tudo. Isso é um brainstorm, ou seja, uma chuva de palpite. Vale tudo, só não vale censurar-se.
2º passo:
Responda: O que as pessoas acham que você faz com muita naturalidade?
Geralmente as pessoas nos dizem algo do tipo: “Nossa! Você nasceu para isso, né?” E a gente nem sempre ouve com ouvidos devidamente atentos. Mas tente recobrar o que as pessoas te dizem. Liste tudo que lembrar.
3º passo (OPCIONAL):
Dá pra fazer uma atividade muito legal para aprofundar essa sua investigação, indo mais a fundo no que as pessoas percebem a seu respeito. É uma pesquisa bem simples, mas reveladora geralmente.
Pergunte a pelo menos 20 pessoas quais são as coisas que elas acham que você faz com naturalidade. Tipo: Quais as coisas que você acha que são meus dons ou talentos naturais? Anote tudo.
4º passo:
De tudo que você levantou, escolha as 3 ou 4 coisas que mais fazem sentido para você, ou seja, que de fato representam a sua essência.
5º passo:
Para cada um desses 3 ou 4 itens, veja quais atividades (eu não disse profissões, ok?) você poderia desenvolver. Não tente neste momento ser realista, mas abra as possibilidades e deixe fluir. Mais pra frente nós vamos fundamentar isso e dar rumo.
Assim, por exemplo, se você é naturalmente bom com as crianças, quais atividades PODERIA, ou melhor, GOSTARIA… não, espera! Deixa eu enfatizar: AMARIA fazer. O que pode surgir: Ser professora de artes de crianças pequenas. Ser brincadora voluntária em creches. Ser animadora de festas. Ser babá. Organizar festas infantis. Ser escritora/ilustradora de livros infantis. Ser pedagoga. Escrever sobre ser mãe ou pai de crianças pequenas. E por aí vai.
Insisto: Não imponha limites para sua imaginação. Apenas abra o fluxo das ideias e se jogue nessa brincadeira. Esgote todas as possibilidades.
Quando acabar, deixe estas anotações à vista. Aprecie-as. Se der, cole no espelho ou numa parede para que você sempre veja.
Agradeça, reconheça o que veio. NÃO foque no que NÃO veio. Veio o que veio e pronto. Aceite. Por hora, faça “apenas” isso (que não é pouco, convenhamos).
Se você curtir a ideia, compartilhe o que descobriu com alguém. Eu posso ser essa pessoa, então fique à vontade para me mandar o exercício ou me escreva umas linhas contando o que você vivenciou com esta atividade.
No próximo texto, que deve sair em duas semanas, vou abordar o que fazer para começar a se apropriar dos seus dons e colocá-los em marcha.
Te aguardo!
Com amor e com alma,
Karinna
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