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Coach: Desbloqueie-se com Ética e Faça as Mudanças Necessárias

A mudança necessita acontecer em nossa própria mente, na forma de pensar sobre nós mesmos! E esta mudança precisa estar alinhada à ética. Mas como fazer isso?

Coach: Desbloqueie-se com Ética e Faça as Mudanças Necessárias

Coach: Desbloqueie-se com Ética e Faça as Mudanças Necessárias

Por vezes, no início de uma nova turma de formação no curso de Especialistas em Resiliência, dentre aqueles que atuam como Coaches, eu encontro uma situação muito peculiar e repetida. De tão estranha que é, essa situação, até me é difícil de descrevê-la.

Uma mulher faz perguntas perspicazes. Tem uma participação ativa, criativa e colabora para um ótimo clima no grupo de alunos. O seu aproveitamento durante a formação é bastante reconhecido por nós, os instrutores. Na reta final da formação, nos últimos módulos, quando os participantes começam a esboçarem como irão para o mercado de trabalho, ela começa a se mostrar pouco confiante e indecisa.

Não é paradoxal? Em geral, são profissionais de enorme experiência profissional.

Costumam apresentar argumentos como: Eu não sei por onde começar a divulgação dos meus trabalhos. Os meus conhecidos estão acabando, já não há mais muita gente para eu espalhar a notícia sobre meu Coaching. Mas a verdade é que eu sou vendedor(a) de produtos e não de serviços. Eu não sei me vender. Eu sou um fracasso quanto a vendas. E não quero adotar técnicas antiéticas.

O mais incrível é que, por vezes, são profissionais tarimbados na capacitação de vendedores.

O que acontece? Esse cenário chamou a nossa atenção e costumamos estudá-lo.

Jeffrey Young trabalha, a partir das terapias cognitivas e comportamentais, no sentido de que, todos nós organizamos sistemas de crenças para fazermos nosso processamento mental, em outras palavras, juntamos diversas crenças que temos sobre as mais diversas áreas da vida para formularmos nossas opiniões. E, ao fazermos esses feixes de convicções (crenças), por exemplo, sobre nossa capacidade de oferecer nossos serviços, passamos a falar e nos comunicarmos a partir desses macros sistemas.

Young ainda nos fala que em muitas pessoas esses sistemas estão disfuncionais levando para um modo de pensar comprometedor, ou desvirtuado.

Imagine o que ocorre quando esse efeito está diretamente relacionado com a autoconfiança, uma das áreas da resiliência?

Outro dado muito comentado no mundo corporativo é de que as pessoas têm medo de mudanças.

Ocorre que as teorias cognitivas falam bastante sobre as possibilidades de mudanças e o medo intrínseco nelas. O medo não acontece por medo simplesmente, e sim, devido às pessoas ainda não terem ciência do que exatamente é o conteúdo de seus pensamentos. Portanto, há desconhecimento de seus medos. A prova disso é que quando perguntamos os motivos da pessoa ter medo, ela nos responde: Não sei! Não sei porque tenho medo. E passam a defender a ideia, e a fazer o discurso, de que necessitam aprender algo novo para fazerem aquilo que já sabem executar. Por exemplo, ter dificuldades de fazer um planejamento de como alcançar os contatos que estão fora da sua rede mais próxima de relacionamentos.

Esse modo de pensar – (aprender como fazer o que já se sabe fazer) -, impede os participantes de nossa formação de se focarem nas suas habilidades técnicas e nas riquíssimas habilidades sociais (soft skills) que possuem, tanto para consolidá-las ou aperfeiçoá-las. É como se tivesse que ocorrer uma aprendizagem voltada para a adaptação à nova condição – formados que irão atuar em coaching.

Eu costumo dizer que a razão e as emoções, nesses casos, estão distorcidas. Quase sempre voltadas para um senso de incapacidade. Daí ouvirmos declarações como: Mando bem na técnica, porém, eu sou um fracasso para me vender.

Tais pessoas se apresentam tão paralisadas, que parecem necessitar não apenas de competências extras, mas sim, aprenderem habilidades para amadurecerem e atingirem novos modos de pensar. Que necessitam sair do modo de pensar difuso e não personalizado, para um modo de pensar no qual o próprio participante seja “protagonista” em seu modo de pensar. Um raciocínio transformador e dirigido para a individuação de si.

E onde estará mudança que tanto temem?

Olha só! Quase sempre vão continuar a trabalhar com conhecidos. Irão circular pelos mesmos ambientes, tanto nas empresas, nas consultorias e nos círculos de amizades. Portanto, são raras as mudanças nesses aspectos. Principalmente quando sabemos que cliente desconhecidos surgem, normalmente, por indicações daqueles que já nos conhecem.

Assim, qual a razão do receio?

Ocorre que, antes, quase sempre, atuavam sob pressão de superiores, de regras e das contingências do mercado. Agora como profissionais Especialistas em Resiliência, atuantes como Coaches, temem ficar somente com as contingências. Afinal, nós mesmos somos nossos patrões.

Repito, onde está essa tão grande mudança?

Todos nós temos a tendência de pensar a partir do coletivo. E, nessa perspectiva, corremos maior risco de perdermos nossa identidade e como consequência nossas competências e convicções.

Dessa forma a mudança maior necessita acontecer em nossa própria mente, enquanto novos profissionais.

Na forma de pensar sobre nós mesmos! É exatamente aí que se localiza a grande mudança. E esta mudança está alinhada à ética.

O que facilita a grande mudança ocorrer?

Tenho percebido ao trabalhar com tantos profissionais que há dois vieses que obstruem a transformação.

Um deles é o desconhecimento de si mesmo e o outro é tal raciocínio ser tingido por emoções negativas. Esses erros no modo de pensar são explicados na literatura científica como “erros nas cognições”, ou, podemos dizer, no jeito de alinhavar as informações.

O primeiro viés leva ao novo profissional a ignorar aspectos riquíssimos de sua personalidade e de suas competências. Normalmente já obteve sucessos no passado em várias situações semelhantes à atual, no entanto, devido ao viés, a pessoa passa a ignorar, se “esquecer” dessas vitórias ou demonstração de potencialidades.

O segundo viés, um modo de pensar marcado pelo pessimismo em relação a tudo que está relacionado a esse ponto de desempenhar algo novo, leva a assumir uma posição de recuo, estagnação.

Vê-se uma experiente gerente de vendas dizendo que não sabe como ter iniciativas e não entende como resolver tal questão. O pessimismo, muitas das vezes, paralisa!

O caminho para a solução quase sempre é descobrirmos áreas onde podemos identificar potenciais relevantes, acentuados, marcantes e ligá-los a fatos reais da história pessoal.

Trazer à tona fatos relevantes de sucesso. Explorar as emoções que tais fatos ou experiências afloraram. E evidenciar as semelhanças, paralelos e coincidências com o momento atual.

Quando podemos fazer essa ligação (memória cognitiva + percepção de sucesso) conseguimos gerar eticamente a real sensação de possível autorrealização.

Pronto, o nosso novo profissional que atuará em diversos momentos como Coach, passa a se ver empoderado e ativado para a ação.

No mais é termos calma para aguardarmos resultados.

Gostou do artigo? Quer saber mais sobre como se desbloquear com ética? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.

George Barbosa
http://sobrare.com.br/

Young, J. E.; Klosko, J. S.; Weishaar, M. E. Tetapia do Esquema: Guia de técnicas cognitivo-comportamentais inovadoras. Tradução de Roberto Cataldo Costa. Porto Alegre: Artmed, 2008.

Confira também: A Ética, as Doenças Crônicas e o Bem-estar pessoal-profissional

 

George Barbosa é Pedagogo, Mestre e Doutor em Psicologia, Pós-Doutor em “O Coaching psicológico”. Presidente da Sociedade Brasileira de Resiliência (SOBRARE). Facilitador do Núcleo de Estudos em Resiliência da Assoc. Bras. de Recursos Humanos (ABRH-SP). Associado da Federação Brasileira de Terapias Cognitivas (FBTC) e Associação Brasileira de Psicoterapia (ABRAP), International Association Cognitive Psychotherapy (IACP), Society for Psychotherapy Research (SPR). Autor de livros sobre a Resiliência no Brasil. Coach certificado nas modalidades de Coaching Cognitivo de vida, Neurocoaching, Coaching Ontológico. Mentor e organizador da metodologia do “Coaching em Resiliência” (CR). Associado PCC, MENTOR-COACH e Ex-Presidente da International Coach Federation (ICF) – Capítulo Brasil.
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