Como fazer a diferença na vida das pessoas de forma verdadeira?
Temos vivido dias difíceis em nosso mercado de trabalho, por conta dos maus profissionais pelos quatro cantos do país, executando processos que nada tem a ver com o Coaching “raiz”, aquele legítimo mesmo. Com isso, os bons profissionais têm sido constantemente perseguidos, alvos de piadas e memes infinitos na Internet que são cruéis e injustos muitas vezes (confesso que muitos eu mesma dou risada).
Vemos pessoas prometendo curas quânticas, conquistas de DNAs milionários e invadindo a área da psicologia de uma forma irresponsável. Esse tipo de propaganda fantasiosa e até enganosa, tem feito com que os bons profissionais sejam colocados no mesmo pacote desses que mostram ter propósitos muito diferentes do que aquele que se especializou com o intuito de fazer a diferença na vida das pessoas.
Coaching vai muito além de processos estruturados com ferramentas impressas e mecânicas. É gente cuidando de gente e que precisa, antes de mais nada, exercitar a empatia e o amor ao próximo.
Antes de me tornar mãe, eu já trabalhava com o Coaching, utilizando a metodologia nos processos de desenvolvimento empresariais que realizava e sempre tive muito zelo e respeito com meu cliente. Depois de me tornar mãe, parece que isso se multiplicou. Me vi necessitada de um profissional da área para, no período de puerpério (ou pós-parto), me reencontrar e voltar a atuar com segurança e tranquilidade. Fui muito bem atendida e me senti apoiada da maneira que necessitava para encontrar as respostas que buscava. Me senti, de fato, amada por aquela coach que soube conduzir muito bem o processo e cumprir o seu papel em minha vida.
No período pós gestacional, uma mãe, seja ela aquela que antes tinha uma vida profissional agitada ou não, precisa desse suporte. Nossos hormônios ficam mexidos, a insegurança da maternidade nos assola de pertinho e ficamos tensas em pensar que em alguns meses precisaremos voltar a executar nossas funções profissionais deixando um bebê tão pequenininho sob os cuidados de outra pessoa. É preciso planejamento, ações e escolhas assertivas para que a vida continue fluindo bem.
Achei muito pertinente buscar ajuda nesse momento que vivi, pois era minha primeira filha e, me preocupando com tantas outras coisas, confesso que não havia parado para pensar na minha carreira profissional “pós-Laura”. Sei que só pude realmente me sentir segura, por ter encontrado uma profissional que antes de mais nada, era muito humana e olhou pra mim de forma amorosa, muito além de um olhar puramente profissional.
Acredito que, para assumir esse papel de coach para fazer diferença na vida das pessoas, é preciso preparo, investimento. Não só em conteúdo, técnicas, ferramentas, mas principalmente no âmbito emocional.
Essa pessoa precisa ser sensível àquele nicho escolhido e atuar com paixão, dedicação, não se esquecendo que por trás do negócio e de cada processo, existe uma vida que merece e precisa de amor incondicional.
Veja bem, o amor citado é pelo ser humano ali diante de você. Amor por aquela vida, zelo por ela. É querer somar e junto dela alcançar sua meta, vibrar, conduzi-la da melhor forma possível a um mundo de possibilidades. Isso pra mim é o mais importante dentro do trabalho do coach, seja o nicho que ele escolher.
Hoje estou grávida da minha segunda filha. Imagino que, passarei por esse processo de forma diferente, me sentindo legítima e preparada. Tudo porque o processo de mudança de fato foi e continua sendo aplicado diariamente. Com quatro meses de gestação, já consigo olhar lá na frente e me preparar para o que está por vir, ainda que eu não tenha esse controle real. O planejamento está fluindo porque um dia eu tive essa orientação. Estou me preparando para o que irei viver novamente.
Tudo isso porque o Coaching me mostrou que aprendendo a fazer escolhas assertivas no tempo certo e com precisão, dificilmente voltarei aos erros anteriores e consequentemente a viver dentro de um ciclo de autossabotagem.
É impossível não errar em uma área da sua vida, permanecer no erro e esse erro não atingir outras áreas. Por isso, sua realização não depende apenas do sucesso em uma área, mas de um conjunto de acontecimentos.
Em minha opinião, em todo processo de Coaching, o coach deveria passar ao seu cliente que nossos objetivos e metas precisam ser compostos por três fatores: prazer, comprometimento e sentido. O prazer é a satisfação ou a sensação agradável que ele sente à respeito da realização desse objetivo. Comprometimento é a profundidade com que ele se envolve com aquela meta. E o sentido é a sensação de que ele tem um propósito na vida, e de que caminha em direção a ele.
Mesmo em processos realizados no âmbito profissional, é preciso clarificar a importância de se buscar esse equilíbrio em todas as outras áreas da vida daquela pessoa, para que ao final do seu processo de desenvolvimento, aquele cliente se sinta pleno, capaz e feliz por realizar um trabalho que vá de encontro com o seu propósito de vida (quando este reconhece sua aptidão nele), atendendo aos seus valores pessoais e utilizando suas habilidades naturais, tornando aquele trabalho leve e de fato prazeroso.
E para que isso seja possível, o cliente precisa buscar profissionais capacitados o suficiente para terem congruência entre conhecimento, compreensão e prática, despertando-o para esse mundo de possibilidades, que é totalmente real e possível.
Portanto, você coach profissional, seja sim um amante radical de pessoas. Ame o seu cliente de forma incondicional e se prepare para isso. Há inúmeras pessoas esperando por esse suporte, acreditando que através de você esse mundo de possibilidades poderá acontecer pra ele também. Não seja uma fraude como muitos ou um mercenário vislumbrando apenas lucro. Mas seja um agente de transformação de vidas.
Quanto à essa guerra de “criminalizar ou não” a profissão, eu nem me preocuparia muito com isso, claro, se você for “coach raiz”. Isso só tira o nosso foco no que pra mim é mais importante: realizar um trabalho de excelência, bem elaborado, estruturado e ofertando o resultado que o cliente busca.
Então como fazer a diferença na vida das pessoas?
Está em nossas mãos escolhermos o tipo de profissionais que queremos ser. Lembrando que, somos livres para fazermos nossas escolhas, mas não somos livres para eliminar as consequências do que escolhemos.
Juliana Rassi
https://www.institutojulianarassi.com.br/
Confira também: Bases para todo processo de mudança
Participe da Conversa