Colaboradores: Até que ponto são tratados apenas como recurso?
Muitas vezes fico com essa dúvida frente a uma série de acontecimentos ou experiências. E você?
Acredito que clientes e colaboradores são os dois maiores ativos de uma empresa, muito mais do que as próprias instalações. Mesmo as fábricas automatizadas em que não há, ou é baixa, a atuação humana; elas existem somente porque vários humanos estudaram, planejaram e decidiram como elas seriam.
Assumindo que sim, que os colaboradores são um dos maiores ativos das empresas, é sempre com este foco que a gestão das empresas toma as decisões? Eu diria que não, conforme os exemplos ou situações abaixo:
As verbas de treinamento que, via de regra, já são reduzidas ou limitadas no momento de elaboração do orçamento, são um dos principais alvos de corte quando não se atinge o orçamento não está sendo atingido.
Em vez de capacitar os seus colaboradores para serem mais eficientes e eficazes de forma consistente, a gestão da empresa se preocupa com o resultado do ano e compromete o resultado futuro.
Quando o resultado não está sendo atingido mesmo após os cortes feitos, a próxima ação acaba sendo a redução do quadro de colaboradores, tanto de funcionários quanto de terceiros.
Independentemente do percentual de redução (1 ou 2%, justificado como “ajuste normal”, 10% ou mais), o que vale é o conceito e mensagem que passa para as pessoas: que são importantes enquanto os resultados estão sendo atingidos, caso contrário…
É mais um exemplo de preocupação com o resultado do curto prazo, sem se preocupar com o resultado futuro ou mesmo com aqueles que ficam. Para eles sobra o trabalho dos que foram desligados e sem poderem fazer hora extra. É uma das máximas da gestão: “fazer mais com menos”.
Sei que existem casos e casos. Eu mesmo já fui, de fato, obrigado a demitir uma equipe inteira porque não tinha onde alocá-la ao final do contrato.
Por último: as promoções.
É normal privilegiar o time interno quando surge oportunidades nos cargos iniciais (assistente, analista, supervisor e coordenador), diferentemente dos demais cargos (gerente, diretor e presidente) preenchidos por pessoas do mercado.
Nada contra trazer alguém de mercado; é algo extremamente saudável. O meu ponto está em descartar-se a promoção interna na largada. Assumindo que não se identificou internamente alguém preparado para a nova posição, vejo como falha da gestão da empresa não capacitar o time e não ter um plano de sucessão.
Neste momento, você deve estar se perguntando: mas qual a relação com finanças empresariais?
Tudo!
Sim, existe um custo para treinar o colaborador. Mas com certeza um colaborador treinado trará mais resultado para a empresa do que um não treinado. Como já propagava Henry Ford (1863 – 1947):
“Pior do que treinar um funcionário e ver ele sair, é não treinar o funcionário e ver ele ficar”.
Reduzir a equipe para atingir o resultado esperado tem um custo (aviso prévio, multa do FGTS etc.), além dos custos que podem advir de uma equipe mais sobrecarregada.
Existe um limite entre produtividade e esforço.
Num primeiro momento, a equipe, mesmo reduzida, conseguirá suprir a demanda, mas não é algo sustentável. A sobrecarga pode levar à exaustão, mais falhas e retrabalho, sem contar que atividades podem deixar de serem, de fato, feitas pela “falta de braço” ou até mesmo em uma substituição.
A contratação de pessoas, quer para repor as que foram desligadas quer para uma nova vaga, traz outros custos para a empresa. Ao contratar alguém de mercado, por melhor que elas seja, ela não chegará produzindo. Há uma curva de aprendizagem: resultados esperados, cultura empresarial, processos, procedimentos e construção do relacionamento interpessoal.
No caso de uma promoção interna reduz-se a curva de aprendizagem, mas perde-se a experiência adicional de alguém do mercado, novamente. Não é uma decisão cartesiana (sempre promover x sempre contratar no mercado). Mas uma questão estratégica de como montar o time e, como tal, faz-se necessário avaliar os custos envolvidos em cada um dos casos.
O que você acha dessa questão? Como isso acontece na sua empresa? Compartilhe comigo.
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Quer saber mais sobre a importância de tratar os colaboradores da sua empresa além de meros recursos e como isso impacta os resultados da empresa? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.
Marcio Motter
https://marciomotter.com.br/
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