fbpx

Como a Liderança Consciente Responde aos Desafios do Mundo RUPT

Você sabe o que é o Mundo RUPT? Ele está redefinindo a forma como lideramos. Descubra como a liderança consciente transforma desafios rápidos, inesperados, paradoxais e tensos em oportunidades sustentáveis neste novo mundo.

Como a Liderança Consciente Responde aos Desafios do Mundo RUPT

Como a Liderança Consciente Responde aos Desafios do Mundo RUPT

Mundo VUCA e mundo BANI já ficaram no passado; entramos no RUPT.

O conceito VUCA (Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo) foi desenvolvido no final da década de 1980, inicialmente pelo exército norte-americano, para descrever o ambiente incerto e dinâmico pós-Guerra Fria. Não demorou para ser adotado no mundo corporativo e em outras áreas.

Já o conceito BANI (Frágil, Ansioso, Não-linear e Incompreensível) é mais recente, introduzido pelo antropólogo Jamais Cascio em 2020. Ele reflete uma visão do mundo ainda mais caótica, marcada por vulnerabilidades e tensões agravadas.

Incrível como, no espaço de 10 anos, muita coisa mudou.

O conceito RUPT (Rápido, Inesperado, Paradoxal e Tenso) é um cenário que exige mais do que respostas tradicionais; ele demanda líderes que compreendam a complexidade, entendam a vulnerabilidade e inspirem suas equipes a navegar por mudanças rápidas e desafiadoras.

No contexto RÁPIDO, a tecnologia acelera ciclos de inovação, transformando a forma como vivemos e trabalhamos. Esse ritmo cada vez mais avassalador impõe uma pressão constante sobre as organizações para se adaptarem rapidamente. Quando entra o INESPERADO — como crises climáticas e políticas ou uma pandemia — é testada a capacidade de resiliência.

A contradição e a dualidade do mundo PARADOXAL desafiam líderes a integrarem diferentes perspectivas, enquanto o ambiente TENSO amplifica a necessidade de resultados, éticas firmes e equilíbrio emocional.

Parece difícil? Mas o que é fácil hoje, seja lá em que cenário for?

Neste ambiente RUPT, liderar requer mais do que habilidades técnicas. Exige um estado permanente de consciência, propósito e coragem para transformar o caos em oportunidades. E é aqui que acredito que entra a Liderança Consciente, representando um novo paradigma.

O relatório Gartner destaca que, embora as organizações invistam significativamente no desenvolvimento de líderes, apenas 36% dos profissionais de RH acreditam que esses programas estão preparando os gestores para os desafios futuros. Esses números são alarmantes e revelam um grande hiato entre as necessidades reais (atuais e futuras) e as abordagens adotadas. Seminários genéricos e treinamentos tradicionais não estão equipando líderes para um mundo onde habilidades como pensamento sistêmico, empatia e adaptabilidade são fundamentais.

A liderança consciente surge como uma resposta a essa lacuna.

Inspirada por movimentos como o Capitalismo Consciente, ela propõe um modelo que prioriza a criação de valor para todos os stakeholders — funcionários, clientes, fornecedores, comunidades e o planeta. Líderes conscientes servem ao propósito organizacional, cultivam confiança e promovem uma cultura que equilibra resultados financeiros com impactos positivos.

A essência desse novo paradigma está na transição do egocentrismo para o ecocentrismo. No modelo egocêntrico, o foco está no “eu”: resultados pessoais, sucesso financeiro e ganho individual. Já no modelo ecocêntrico, o foco se expande para “nós” — uma abordagem que reconhece a interdependência entre pessoas, organizações e o meio ambiente. Somos parte da natureza, e essa consciência é vital para reverter práticas pouco humanizadas e insustentáveis.

Líderes conscientes criam um impacto que transcende o curto prazo. Eles enxergam a liderança como uma plataforma para transformação positiva, não como um meio para ambições individuais. Mas, para isso, é preciso que a consciência desses líderes seja sólida, construída gradualmente, à medida que se desapegam de padrões e comportamentos ultrapassados e se abrem para novas perspectivas.

Outro ponto, que pode soar estranho em um mundo extremamente competitivo, é praticar a vulnerabilidade.

Isso implica aceitar que “não sabemos o que não sabemos,” algo que pode ser encarado como um primeiro passo para expandir a consciência. E aqui, o terceiro ponto é complementar: adotar uma mentalidade de aprendizado, encarando erros como oportunidades de crescimento e promovendo um ambiente onde equipes se sintam seguras para experimentar.

Sim, já vimos que essa jornada não é fácil, mas é essencial para líderes que desejam navegar com integridade em um mundo RUPT.

Ao contrário, o que mais temos visto atualmente são falhas profundas nas estruturas de liderança e gestão. Escândalos financeiros, fraudes contábeis e práticas desumanas estão cada vez mais expostos, amplificados pela transparência proporcionada pela tecnologia. Por trás de marcas premiadas e empresas renomadas, muitas vezes encontramos culturas tóxicas, líderes sem sensibilidade e, sem dúvida, uma desconexão entre valores declarados e práticas reais.

Esses escândalos refletem um modelo de gestão focado no curto prazo, na maximização de lucros e na ambição desmedida. Esse paradigma está falhando, como demonstram falências e crises éticas que ocupam os noticiários regularmente.

A liderança consciente se opõe a esse modelo, oferecendo uma alternativa baseada em transparência, responsabilidade social e valores humanos. Ela busca construir organizações saudáveis e sustentáveis, que não apenas sobrevivam, mas prosperem em um mundo em transformação.

E, nesse contexto, transformação é mesmo a chave para uma liderança consciente, que pode se apoiar em três pilares, a saber:

  1. Desapegar (abandonar ideias ultrapassadas e abrir espaço para o novo);
  2. Doar (entregar-se às relações, com cuidado genuíno com pessoas e criação de valor coletivo);
  3. Descobrir (explorar problemas complexos e construir soluções humanizadas e inclusivas).

Líderes conscientes reconhecem que suas ações – ou omissões – têm impactos amplificados por sua posição.

Essa abordagem não é apenas ética, mas estratégica, uma vez que promove engajamento, inovação e sustentabilidade, criando culturas organizacionais baseadas em confiança e colaboração.

O mundo RUPT traz desafios sem precedentes, mas também oportunidades únicas para reimaginar a liderança e as organizações. Líderes conscientes têm a chance de construir um futuro diferente, onde resultados financeiros e impacto positivo andem lado a lado. Precisamos lembrar que tudo isso acontece hoje em um planeta ameaçado, que depende das nossas decisões para continuar a ser um local que possa abrigar a Humanidade.

Esse é o momento de agir. Não podemos mais adiar a transição para uma liderança consciente. O futuro depende disso.

Gostou do artigo?

Quer saber mais como a Liderança Consciente pode transformar o mundo RUPT? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.

Marco Ornellas
https://www.ornellas.com.br/

Confira também: Esquerda e Direita: Como a Polarização Distorce o Debate Político

Palavras-chave: liderança consciente, mundo RUPT, VUCA, BANI, vuca bani rupt, o que significa vuca bani rupt, desafios da liderança, liderança sustentável, transformação organizacional, como liderar no mundo RUPT, liderança consciente no mundo corporativo, desafios da liderança no mundo atual, pilares da liderança consciente, impacto positivo da liderança consciente
Marco Ornellas é Psicólogo, Master of Science in Behavior pela California American University e Mestre em Biologia-Cultural pela Universidad Mayor do Chile e Escuela Matrizstica. Pós em Neurociência e o Futuro Sustentado de Pessoas e Organizações.Consultor, Coach, Designer Organizacional, Palestrante e Facilitador de Grupos e Workshops em temas como Liderança, Complexidade, Gestão, Desenvolvimento de Equipes, Inovação e Consultor em Design da Cultura Organizacional.Autor dos Livros: DesigneRHs para um Novo Mundo, Uma nova (des)ordem organizacional e Ensaios por uma Organização Consciente.CEO da Ornellas Consulting e Ornellas Academy.
follow me
Neste artigo


Participe da Conversa