
Hoje o foco será nas mulheres, especialmente no processo feminino de decisão. O conteúdo vem de uma entrevista dada pela PhD Therese Houston, autora do livro Como as mulheres decidem, em maio deste ano. O livro aponta dicas que favorecem as relações dos times de uma empresa (sejam líderes femininas com homens ou o inverso). A entrevistadora da seção IdeaCast, da HBR, foi a jornalista Sarah Carmichael. Como a entrevista é muito longa, vou reproduzir aquilo que, a meu critério, pode favorecer os Coaches leitores deste espaço nas suas relações com os clientes.
De início, Therese comenta sobre um problema intrínseco a toda tomada de decisão, que é o fato de não percebermos o quanto nossa visão é estreita. Isso acontece porque nós limitamos o campo de análise que nos leva à melhor decisão, ao invés de alargar a pesquisa. Em outras palavras, buscar novas possibilidades significa enfrentar diferentes opções sob outros pontos-de-vista. Therese exemplifica: pensar em mudar sua rotina de café matinal pode significar deixar os cereais e leite para experimentar chá com omeletes.
Uma boa regra para começar é tentar criar, pelo menos, três opções. É necessário fugir da armadilha da escolha binária típica da mente ocidental: isto ou aquilo, sim ou não; verdade ou mentira, e assim por diante. Por exemplo: devemos construir o novo parque de estacionamento da empresa? As primeiras três opções podem ser construir, criar uma política mais agressiva para estimular o transporte público ou fazer rodízio de funcionários trabalhando em casa. Cada uma das opções pode resolver o problema original e são diferentes entre si. E a qualidade da futura decisão crescerá à medida que houver a prática de pensar em mais opções.
Therese lembra que há muitas questões que influenciam a escolha da melhor decisão, a começar por uma dica: nunca decida algo quando estiver com fome, ou irá se arrepender. Da mesma forma, se estiver com sono, não adianta tentar vencer o cansaço decidindo rápido. Transfira tudo para depois e seu poder de escolha entre as opções será favorecido. Mas, Therese, e a tal diferença entre homens e mulheres do livro?
Na maior parte das vezes, os erros em decisões são derivados de opções não suficientes ou sem os cuidados de preparação pessoal, sendo isso igual nos homens e mulheres. As diferenças surgem em algo mais sutil: existe a percepção de que líderes homens são mais determinados, o que pode criar problemas para as mulheres. A saída é a mulher trocar o que remete a “ser determinada” pela opção em que se “mostra mais colaborativa”. Pesquisas evidenciaram que “prefeitas” são mais propensas a efetivar o orçamento municipal colaborativo que “prefeitos”. Ou seja, a mulher deve fazer o time praticar postura de colaboração.
Para terminar, Therese comenta da diferença fundamental entre a mulher “ser indecisa” ou “estar indecisa”, o que também vale para homens. Por várias razões, as pessoas passam por períodos de indecisão em momentos de crises pessoais, como doenças, divórcio, etc. A questão a ser superada é quando a indecisão é o padrão comum, em que a dica essencial é se perguntar: o que eu diria a uma pessoa muito querida se ela estivesse em meu lugar? Isso pode ajudar a ir superando o medo e permitindo melhor identificar as prioridades que cercam a decisão. Tudo estará embaralhado na sua cabeça, mas a prioridade aparecerá.
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