Como Definir Metas Realistas e Evitar a Autossabotagem
A diferença entre a celebração por uma vitória ou a frustração pelo fracasso pode estar dentro de você, sem ter nada a ver com seu esforço e dedicação.
Pode ter a ver com a linha de chegada, ou seja, a meta que você mesmo estabeleceu para si. Se você é gestor e responsável por estabelecer metas para uma equipe, então este artigo também pode proporcionar algumas reflexões.
Na minha experiência com pessoas que se consideram fracassadas e que sentem-se frustradas, é comum ouvir uma queixa: “Eu me saboto, nunca consigo chegar onde eu quero”.
Os estudos das dinâmicas sistêmicas indicam que esses padrões de fracasso frequentemente revelam aspectos inconscientes que levam a pessoa a esperar pelo insucesso como um modo de expressar sua lealdade aos fracassados em sua ancestralidade. Trata-se de um pacto oculto e involuntário, que aponta para uma imagem interna que “prepara” involuntariamente o fracasso.
Não pretendo quebrar padrões indesejados com um simples artigo, mas há algo que pode ajudar: prestar atenção na definição das metas.
Para que você possa virar o jogo, mudar uma tendência e quebrar um padrão, pode não ser inteligente colocar muita força nesse movimento, como se fosse preciso ganhar uma guerra para chegar a um novo momento, um novo olhar sobre si mesmo ou sua equipe. Vá com jeito.
Em um estado de guerra, tenso para bater suas metas, você pode até conseguir chegar do outro lado, mas pode ser que não sustente um novo padrão por muito tempo. E, ao relaxar um pouco, o resultado negativo, como um velho amigo, aparece para te visitar.
Por incrível que pareça, uma boa maneira de preparar a derrota é estabelecer metas inatingíveis, estratosféricas, em que você se coloca diante de um desafio de obter, em um ano, o resultado que você não obteve em cinco.
Uma possível saída para quem deseja uma mudança consistente, profunda e permanente pode ser, simplesmente, baixar a bola. Isso mesmo. Muito melhor que desanimar, abandonar a ideia de ter metas, pode ser começar a estabelecer metas factíveis, realistas, e em casos mais agudos, até mesmo estabelecer metas fáceis de atingir.
Com que objetivo? Começar a conviver com a vitória, o sucesso, a celebração. Se a primeira vitória for bem fácil, foi até mesmo uma meta “covarde”, tudo bem. A meta do próximo mês pode então ser um pouco mais apertada, um pouco mais corajosa ou menos covarde.
O crescimento incremental promove, sem dúvida, um novo mindset, gradativamente disposto e acostumado a obter, a cada vez, um tantinho mais, mais e mais. No fim, você poderá ter 12 pequenas vitórias, o que é bem melhor que mais um grande fracasso. Metas humildes, micrometas, bem calibradas, forjam campeões.
Comece estabelecendo períodos curtos para metas viáveis e busque um pouco mais a cada pequeno ciclo. Um maratonista não reduz seu tempo em 40% com um mês de treinamento, mas ganha alguns minutos por semana.
Algumas pessoas, antes de casar, sentem que precisam ter tudo do bom e do melhor: apartamento pago, todinho mobiliado e equipado. Trabalham 10 anos para isso. Às vezes, o namoro nem resiste a tanta luta e termina antes. Outras pessoas, no entanto, casam-se com uma base minimamente segura e celebram a cada eletrodoméstico conquistado. E vivem os mesmos 10 anos celebrando as pequenas vitórias.
Deixar o passado no passado é uma jornada gratificante que costuma ser definitiva quando percorrida passo a passo. Jogar tudo pra cima e sair correndo já deu errado muitas vezes.
Pense nisso!
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Almir J. Nahas
Consultor Sistêmico
https://olharsistemico.com.br/
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