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Como discordar do seu gestor sem gerar conflito destrutivo

Especialistas dizem que os gestores precisam de pessoas que discordem deles, porém, dependendo da divergência, pode-se gerar conflitos e azedar as relações.

Alguns especialistas dizem que os gestores precisam de pessoas que discordem deles, porém, dependendo do tipo da divergência, pode gerar conflitos e azedar as relações.

Por que isso acontece? Porque existem gestores que possuem um padrão mental recheado de pensamentos rígidos e inflexíveis, tais como: não posso errar, não posso mudar de opinião e nem posso dizer “não sei”. Com esses pensamentos distorcidos sua crença principal é: Eu tenho que ter razão sempre.

Por que discordar é bom?

A discordância é boa quando leva a um resultado positivo, e isso só acontece quando a discordância é assertiva, focada na solução de um problema e não somente uma briga de egos na busca de culpados.

É mais produtivo quando você discorda do conteúdo da conversa, pois seu foco está nas ideias e assim o outro se sente seguro psicologicamente.

Mas não é bom quando você discorda da pessoa porque sua comunicação se torna julgadora e crítica deixando o outro ameaçado e defensivo.

Porém, cuidado com o perigo da concordância rápida.

O consenso pode levar a soluções medíocres se feito sem análise profunda das ideias com o objetivo maior de buscar harmonia e evitar conflitos entre os envolvidos da conversa.

O que o gestor e seu time ganham com a liberdade da discordância?

  1. Solução mais eficaz e efetiva do problema. Porque possibilita novas conexões neurais e a ampliação do mapa mental, permitindo que o time gere várias possibilidades de solução.
  2. Criatividade e inovação. A discordância dá liberdade de pensar diferente e encontrar novas soluções para velhos problemas.
  3. Envolvimento e Comprometimento do time. A participação com ideias na solução do problema torna o time responsável e “pai da criança”.
  4. Segurança psicológica e Resiliência. Porque as pessoas se apoiam mutuamente na solução do problema e se sentem à vontade para dizer o que pensam verdadeiramente.
  5. Comunicação assertiva. A discordância focada na solução do problema liberta as pessoas e desarma suas defesas.
  6. Visão do coletivo. Quando as pessoas veem mais do que o interesse individual, cria-se uma relação de interdependência, aumentando a conectividade entre as pessoas e melhorando a visão dos impactos da decisão tomada na solução do problema.

Como incentivar as pessoas a discordarem dos gestores sem medo das consequências?

Incentivar e ensinar as pessoas a usarem uma comunicação assertiva, pois esse estilo cria uma aproximação com o gestor e quebra sua resistência à discordância de ideias, além de diminuir a energia límbica e libertar o pré-frontal para focar a atenção no que realmente interessa, ou seja, o time e o gestor deixam de lado suas vaidades e focam no resultado.

É uma comunicação verdadeira, firme, generosa, empática e contributiva, pois ao dizermos o que pensamos sem agressividade, oferecemos ao outro a oportunidade de contemplar o problema por outro prisma.

Veja um exemplo:

Antes de discordar, adote a postura da escuta ativa, ouça com atenção, faça perguntas esclarecedoras, seja empático e diga: “Eu entendo porque você pensa assim.” Só depois de ser ouvido de verdade, o outro estará preparado para ouvir você.

E ao invés de dizer “Eu discordo de você”, troque por “Eu penso diferente” ou “Eu tenho uma outra visão, você quer ouvi-la?”. Você gera a curiosidade e não impõe sua opinião discordante.

Dessa forma, você estabelece uma aproximação com o gestor, fazendo-o sentir-se importante e competente no controle da situação, eliminando qualquer possibilidade de ameaça.

Portanto, para discordar é preciso saber usar uma linguagem assertiva.

Seja firme e empático, mostre interesse pela discordância, avalie sua opinião com perguntas esclarecedoras.

  • Se a ideia for boa, fale: gostei, não tinha pensado com esse olhar;
  • Se a ideia não for boa, demonstre os prós e contras.

Pratique a empatia, pois para ser ouvido, lembre sempre daquela premissa poderosa: “Uma pessoa está preparada para ouvir, depois de se sentir bem ouvido”.

Use esta técnica com seis passos para discordar do seu gestor, sem gerar conflitos desnecessários:

Passo 1: Escute ativamente, fazendo perguntas esclarecedoras de suas dúvidas.

Passo 2: Faça empatia e procure entender o que está por trás daquela opinião, o que o leva a pensar daquela forma. Coloque-se no lugar dele e entenda o problema com o olhar dele.

Passo 3: Desperte a curiosidade do gestor e mostre que você tem uma outra alternativa, uma sugestão.

Passo 4: Discuta a ideia que, agora, é dos dois e não diga mais: “A minha ideia”. Diga: “Penso que se fizermos assim, vamos ganhar isso”.

Passo 5: Ele pode mesmo assim, discordar da sua ideia. Peça-lhe que lhe dê informações sobre o seu Não para você entender melhor a discordância. E se concluir que sua ideia não é a melhor, concorde com seu gestor.

Passo 6: Recue estrategicamente, se necessário. Se você chegar no limite de resistência e perceber que, mesmo com todos esses cuidados, seu gestor continua inflexível, recue e avalie os impactos de fazer o que e como ele quer. Depois decida o que fazer.

Pratique e pratique e só assim você aprenderá a conviver com a diversidade.

Vera Martins

Vera Martins Author
Vera Martins é autora dos livros: “Seja Assertivo!” e “O Emocional Inteligente”. Trabalhou por 21 anos como Executiva em Recursos Humanos e há 18 anos atua em consultoria de desenvolvimento humano. É educadora com especialização em desenvolvimento de pessoas. Possui mestrado em Comunicação e especialização em Medicina Comportamental.Atua como coach, palestrante, facilitadora de seminários e professora de universidades, tais como: Fundação Vanzolini e Escola de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo em cursos de pós-graduação.Através de intensos estudos e publicação dos seus livros tornou-se precursora da competência Assertividade e especialista em comunicação e inteligência emocional. Por isso, vem atuando fortemente nos diversos níveis profissionais nas empresas, em competências que envolvam a comunicação relacional, tais como: Estratégias de Negociação, Gestão de Conflitos, Comunicação e Influência, Liderança Assertiva, Inteligência Emocional, Coaching, Gestão de Pessoas, Formação de times e competências correlatas. É fundadora da Assertiva Educação e Cultura.
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