Quando pensamos em delegar uma tarefa ou o poder para tomada de uma decisão a alguém, comumente, a imagem que criamos é binária, ou seja, delego ou não delego?
Jurgen Appelo, em seu livro Management 3.0, propõe sete níveis de delegação, considerando o grau de maturidade do liderado ou da equipe.
São eles:
- Dizer. Neste nível, o líder toma a decisão e espera que o time a execute. Ainda que possa explicar sua motivação, ele não espera que sua escolha seja contestada ou questionada;
- Vender. Ainda que a decisão esteja tomada, neste nível, o líder tenta convencer a equipe do melhor caminho a seguir, tentando buscar o envolvimento de todos.
- Consultar. A decisão é tomada pelo líder após ouvir a equipe a respeito da questão. Ainda que ele tome a decisão, as demais opiniões são consideradas;
- Concordar. Neste nível, o líder busca o consenso do grupo sobre a melhor decisão a ser tomada;
- Aconselhar. Exercendo papel similar ao de um mentor, o líder apresenta a sua opinião sobre o melhor caminho a seguir, ainda que a equipe possa decidir por si só;
- Perguntar. A equipe decide, mas oferece respostas ao líder sobre a motivação acerca da decisão tomada. Como um espelho do nível 2 – Vender, neste nível é a equipe quem tenta convencer o líder;
- Delegar. Finalmente, neste nível, a equipe decide e o líder sequer toma conhecimento sobre a decisão.
Nesta perspectiva, quando falamos em ‘empoderar’ alguém, queremos dizer que esta pessoa tem as competências necessárias para executar a tarefa ou para tomar a decisão requerida no contexto necessário e conferimos a ela o poder legal ou autoridade para isto.
No caso de uma equipe, é importante investir em ‘gestão à vista’, criando um quadro em que todos os envolvidos tenham visibilidade sobre quem é responsável por determinada tarefa ou decisão de maneira transparente.
O processo de delegação, por vezes, nos prega peças e caímos em algumas armadilhas. Entre elas, a de acreditar que, como líderes, tomamos a melhor decisão sempre e a de que é mais rápido decidir sozinho. Precisamos olhar para este processo como um investimento. Nem sempre a equipe tomará a melhor decisão de primeira, mas o aprendizado fará com que todos os envolvidos se tornem mais resilientes, engajados e empoderados. Neste caminho, todos ganham.
Será que tenho criado oportunidades para que a equipe evolua neste sentido?
Quais são os meus medos ao delegar uma tarefa? Vale a reflexão!
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