Se você é um empreendedor e quer que sua empresa cresça em alta velocidade, você precisa se apressar! Seu tempo corre em outra velocidade. Empreender normalmente vai exigir muito de você: tempo, energia, foco e dinheiro. Os passos que você dá hoje, serão aquelas marcas de pegada na areia que você vai enxergar ao longe, no futuro. E no futuro, muitas vezes, você vai olhar para trás e pensar que seus resultados poderiam ter sido melhores, a produtividade poderia ter sido maior, as metas mais ambiciosas. Portanto, você, à frente do seu negócio, precisa correr mais rápido para levar a organização a um próximo patamar.
Com tudo isso, você se sente satisfeito? Ou sente-se mais ansioso? Você sente que tem tempo suficiente para realizar todas as suas metas, ou sente o tempo escorrendo pelas suas mãos?
Grandes negócios são movidos à paixão, e é importante que você entenda que a jornada é mais importante que o destino. E que a constância é mais importante que a velocidade. De nada adianta você estipular metas superdesafiadoras, aprender todas as técnicas de produtividade do mundo, correr mais rápido que a própria velocidade do tempo, e cair exausto meses depois, paralisado em burnout. O descompasso pode levar à combustão completa, e isso afetaria negativamente o seu negócio. É melhor que você mantenha um ritmo de realização constante, do que picos de realização veloz.
O estado interno do líder define os resultados da empresa. Você sabia disso?
Principalmente quando a empresa ainda é pequena. Se você não tem um sócio que está na frente da carroça com você, o que vai determinar o ritmo é a sua própria motivação. O seu batimento cardíaco será o batimento da empresa, entende?
Então como encontrar o ponto de equilíbrio correto?
Diferentemente do que muita gente pensa, o ponto de equilíbrio não significa nem ser feliz em trabalhar 14 horas por dia, e nem trabalhar 4 horas por semana, terceirizando tudo.
O ponto de equilíbrio na realização empreendedora tem muito mais a ver com aprender a produzir, e não apenas se ocupar. Além disso, tem a ver com autoconhecimento. Com o quanto de si mesmo você conhece e o quanto você se ajuda em momentos de estresse e ansiedade.
Por isso, separei aqui algumas dicas práticas que podem te ajudar.
1. Rotina matinal
Hoje em dia, estudos já comprovam a eficácia de adotar uma rotina matinal para impulsionar o seu dia. Você pode iniciar com a prática de meditação: 5 minutinhos diários já são suficientes para começar. E não sou eu quem está falando. Um estudo (1) realizado por pesquisadores de Harvard em Massachusetts General Hospital (MGH), verificou-se que a meditação literalmente reconstrói a massa cinzenta do cérebro em apenas oito semanas. É o primeiro estudo a documentar que a meditação produz mudanças ao longo do tempo na massa cinzenta do cérebro. E, recentemente um novo estudo feito na Universidade Johns Hopkins, Estados Unidos, é mais um a dar aval científico à prática: de acordo com o trabalho, meditar durante 30 minutos todos os dias ajuda a aliviar sintomas da ansiedade, depressão e dores crônicas.
Fonte: (1) http://news.harvard.edu/gazette/story/2011/01/eight-weeks-to-a-better-brain/
Assim como o exercício físico é fundamental para mantermos nosso corpo saudável, a meditação é fundamental para mantermos a mente sã. Uma rotina diária de meditação nos ajuda a exercitar o otimismo e o lado criativo da mente. Como resultado, as pessoas tendem a ficar mais focadas em buscar soluções do que a reclamar de problemas. Se você puder ajudar o seu time a alcançar este estado otimista, ele será mais produtivo, colaborativo e orientado à solução.
Além disso, a prática da meditação desenvolve o hábito de estar presente. E esta pode ser a grande chave para o seu negócio, já que um empreendedor pode trabalhar 14 horas por dia, mas deve sempre ter a capacidade de estar presente mental e emocionalmente.
2. Capacidade de delegar tarefas e terceirizar
Formar novos líderes ajuda o empreendedor a descentralizar. Que atire a primeira pedra o empreendedor que nunca quis ter tudo sob o seu controle. Que atire a primeira pedra quem nunca falou para si mesmo a frase: “se quer fazer bem feito, faça você mesmo.”. Bater as metas no estilo DIY (Do It Yourself) pode ser maravilhoso para o próprio ego, mas jamais será para o crescimento da empresa. “Juntos vamos mais longe”, esta é outra frase que você deveria repetir sempre que a primeira vier à cabeça.
Se você quer ser um grande líder, você precisa aprender a delegar. E ainda, precisa ser o exemplo. Ser líder é bem diferente de ser chefe, você sabia disso? Em uma analogia: o chefe vai sentado na carroça, dando chicotada nos seus subordinados que a puxa, enquanto o líder vai à frente de todos puxando a carroça, junto de seus funcionários, sem chicotes. E se alguém tiver que sentar na carroça, que sejam os clientes. Entende a diferença?
Mas, para isso acontecer, você precisa aprender a liderar. Este é que é o grande X da questão. Novos líderes desafogam a operação, desenvolvem uma cultura da empresa e também agregam novos pontos de vista para a tomada de decisão. Além disso, aprender a ouvir a sua equipe também é crucial. O próprio líder se desenvolve quando abre espaço para feedbacks de toda empresa.
3. Estar perto de pessoas certas
A jornada de crescimento não precisa ser solitária se você tiver mentores. Se você quer chegar “lá”, nada melhor que ouvir a opinião de quem já chegou. Frequente eventos do seu nicho de mercado, faça parte de grupos de mentoria, encontre alguém neutro e disposto a te ajudar. Quem é que te apoia e te desafia a ir mais longe? Marque encontros regulares, conheça seus benchmarks, compartilhe seus desafios e esteja aberto também para ouvir.
Além disso, você sabia que o networking é a principal ferramenta para você criar conexões que abrem portas e fechar novos negócios? Sócios, investidores, clientes, parceiros e mentores: todos eles chegam até você por meio de conexões. Por isso, fazer networking é mais do que colecionar contatos, é criar e nutrir uma rede de pessoas com quem você pode contar.
Para muitos empresários, fazer networking é tarefa para o tempo livre. É consequência, não prioridade. O que na realidade acontece, é que a consequência de se pensar assim é justamente o oposto do que todo empreendedor quer. Empresa cujo líder não faz networking, não cresce.
Além disso, você pode continuar se matando de trabalhar, sem networking nunca terá o mesmo resultado. O grande desafio está em valorizar a construção contínua dessa rede e tratá-la de forma estratégica: entender de quem você quer se aproximar, com qual objetivo e o que pode oferecer em troca. Há muitas formas de fazer sua rede de contatos crescer e ter bons proveitos dela. Mas também há muitas formas de não o fazer! Mas isso é assunto para um próximo artigo.
Então, para finalizar, imagine que o seu ponto de equilíbrio é como uma balança antiga. Se você colocar numa das pontas o seu trabalho e na outra a sua vida pessoal, sua balança estará equilibrada ou penderá para um dos lados? Da mesma forma, você pode usar a mesma analogia para aviar a sua empresa: coloque-se de um lado da balança e seus funcionários do outro. A balança fica equilibrada, ou pende para um dos lados? Você se considera um líder equilibrado? Mais centralizador? Ou, ao contrário, gosta de passar o máximo de tarefas para seus funcionários, aliviando sua carga de trabalho e pendendo a responsabilidade da empresa nas mãos dos seus delegados? Reflita sobre isso.
Em qualquer um dos casos, deixar a balança equilibrada não é tarefa fácil. Requer muito aprendizado, ação e revisão. Esta é a parte difícil das situações difíceis: não existe uma fórmula para lidar com elas. Portanto, abrace sua vulnerabilidade. Peça ajuda se não souber encontrar o seu ponto de equilíbrio. Adquira uma postura de constante evolução, para que seu time reconheça e admire seu esforço em crescer. Isso fará com que eles também queiram evoluir, e você entenderá que crescer é um processo coletivo.
Boa sorte!
Um forte abraço e boas realizações!
Paula Quaiser
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