Ampliação de Mentalidade – Paisagens Mentais (parte I)
O Mundo NÃO É como eu o vejo ou como você o vê!
Que coisa maravilhosa que é nossa mente! É ela que comanda tudo em nossa vida: ela nos dirige, orienta; com ela nós sentimos, nos emocionamos; é ela que nos faz fazer!
Mas existe uma questão muito séria quanto à nossa mente: quem a comanda, a serviço de que e de quem ela trabalha? O que e como eu vejo e sinto através de minha mente? Como vejo o mundo?
Parece óbvio: eu vejo o mundo com minha mente, que comando meus sentidos, meus sentimentos e meus pensamentos e crenças.
Mas na realidade o mundo não é como eu o vejo.
É apenas a minha mente que constrói e interpreta o mundo da maneira como vejo. Ou seja, a realidade como a vejo é criada por nós a cada momento. Não há uma única realidade sólida e verdadeira, a mesma vista por todos, mas muitas realidades simultâneas e todas elas são virtuais, criadas e interpretadas individualmente na mente de cada um.
Isso significa dizer que a mente cria diferentes paisagens mentais.
A mudança de paisagem mental ou de referencial muda a realidade experimentada pelo observador.
Existem níveis diferentes de mentalidade. Uma criança enxerga o mundo de um jeito, um adolescente, um adulto ou um idoso enxergam de outra forma.
Acontece que as pessoas, mesmo adultas, têm níveis diferentes de ver a realidade.
Qual a influência da mentalidade na vida? À medida que formos analisando cada nível, vamos percebendo qual a enorme influência que isso tem na vida e na convivência humana.
E você acha que é possível mudar de mentalidade? Vamos ver isto também.
A seguir vemos os referenciais mentais no Sistema ISOR® do Instituto Holos, apresentados em forma de um fluxograma evolutivo:
O início do fluxograma são os referenciais de menor energia, mais grosseiros, e vamos caminhando até os mais complexos, de maior refinamento e maior grau de consciência e compreensão.
Vejamos cada uma das diferentes paisagens mentais, caminhando a partir das de menor energia até as mais sutis:
1. Clichês, mítico-mágica, apocalíptica, folclórica
Clichês:
É uma mente apoiada em frases prontas, ditos populares. Exemplos: “Deus ajuda a quem cedo madruga”; “Em time que está ganhando, não se mexe”; “Uma andorinha só, não faz verão”. Pode ilustrar uma realidade, mas seu uso indiscriminado e sem análise gera uma visão muito restrita. Usado de forma quase inconsciente e impede um bom raciocínio ou discernimento, pois tudo passa a ser rotulado por algum clichê. Às vezes também é alguma frase decorada de algum livro, eventualmente considerado sagrado, aplicada de forma aleatória e até mesmo impositiva.
Em ambientes organizacionais, os clichês se tornam uma espécie de “verdade interna” que funcionam como bitoladores mentais, como uma barreira para o bom desempenho profissional. Por exemplo: “Manda quem pode e obedece quem tem juízo”; “Aqui sempre fizemos assim”: “Você é pago para trabalhar e não para pensar”.
Muitas vezes rotulamos as pessoas e passamos a ver o rótulo e não mais a pessoa: ‘o chefe’, ‘a galega’, ‘o cdf’, ‘o cobra’, ‘a recepcionista’, etc.
Mítico-mágica:
É uma visão onde a pessoa se prende a crendices populares como: gato preto dá azar; passar debaixo da escada dá azar; sou influenciado por um mau olhado; os espíritos me perseguem. Pessoas assim são governadas pelo medo. E não assumem sua própria vida, pois são entidades instaladas em sua mente que as manipulam.
Apocalíptica:
Acontece quando a pessoa teme e dramatiza o fim de algo. Por exemplo: “O mundo vai acabar”; “Nossa empresa deste jeito vai falir”. Existe um desconhecimento dos inícios, meios e fins dos constantes ciclos de mudanças que vivemos naturalmente. Esta mentalidade não é brincadeira, não. Porque as pessoas dominadas por esta mente apocalíptica às vezes ficam paralisadas, sem ação, ou ficam doentes de medo ou, até mesmo, algumas se suicidam, apavoradas. E é uma coisa que só existe na mente das pessoas.
Folclórica:
Visão que é baseada nas crenças e superstições que se transmitem através das tradições, lendas, contos, provérbios, canções, danças, artesanato, jogos, religiosidade, brincadeiras infantis, mitos, idiomas e dialetos. Muitas vezes são adultos presos a um nível mental infantil.
2. Estática, Dogmática, Repetitiva
Estática:
Visão pronta ou definitiva da vida; aí não cabe mudança. “ O mundo sempre foi assim”. “Não tem jeito mesmo, sempre foi assim”. Resultado de uma rigidez mental, do querer estabilidade ou do medo de mudanças.
Dogmática:
É a rigidez mental tomando conta do mundo de crenças. Um dogma prende as pessoas a uma verdade imposta, a uma visão definitiva, eterna e inquestionável sobre uma situação. Isto torna as pessoas bitoladas, cegas, cabeças duras e muitas vezes intolerantes, o que pode levar a fanatismos e fundamentalismos, que tanta desgraça já trouxeram ao mundo.
Repetitiva:
Repetição constante de um modelo, sem criatividade de fazer algo novo. A pessoa acredita em algo, não pensa e nem se reformula mais e repete as mesmas frases, jargões ou pontos de vista. Essa visão impede a pessoa de reformular-se e viver novos tempos, de adequar-se a novas realidades. Isto tira das pessoas sua expressão própria. Viram verdadeiras máquinas, que não pensam nem sentem, mas obedecem cegamente a modelos colocados em sua mente. Já dizia Charles Chaplin:
“Não sois máquina! Homens é que sois!”
Gostou do artigo? Quer saber mais sobre paisagens mentais? Então, aguarde a parte II deste artigo. Terei o maior prazer em ter você comigo.
Marcos Wunderlich
https://holos.org.br
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