Como Lidar com o Poder… Antes que ele Tome Conta de Você!
“Dominar os outros é força; dominar a si mesmo é o verdadeiro poder.” (Lao Tzu)
Como você costuma utilizar o Poder?
Vamos antes começar a falar sobre o poder.
O poder faz parte da humanidade desde os primórdios dos tempos.
O poder fomenta a discórdia, os conflitos, as guerras e tudo que possa possa impor a vontade de alguém sobre o outro.
Podemos dizer que o poder está nas famílias, nas escolas e como todos já sabem e convivem também nas organizações.
Marshall Rosenberg nos traz 2 tipos de poder: o “poder com” e o “poder sobre”, sendo esta uma das 25 distinções da Comunicação Não Violenta (CNV).
No “poder sobre”, conseguimos o que desejamos quando submetemos as pessoas, punindo, castigando ou premiando, o que tem sido a base da criação desde sempre e que os baby boomers (1945-1964) usaram para criar os filhos.
Acredito que, a partir da geração Y, os conflitos em relação ao “poder sobre” ou ao comando e controle começaram a tomar corpo, visto o maior número de conflitos entre pais, filhos, líderes e colaboradores. Na minha percepção, isso está muito relacionado aos conflitos da transgeracionalidade e à necessidade de ter poder, ou seja, submeter o outro.
O “poder sobre” gera um custo indireto altíssimo, sem contar o número de demissões dentro das organizações, e evasão das escolas, pois o clima é de insatisfação geral, violências e ações sutis contra o sistema.
No “poder sobre” estão inseridas a exigência, a obrigação e o condicionante que vemos em todos os ambientes. Na minha percepção, uma forma de “poder sobre” que observo nas organizações está nas avaliações de desempenho, nas quais a máscara de crítica construtiva para mim está num lugar de imposição e não de reflexão.
Não sei se você sabe, mas 1 em cada 13 pessoas recebe a crítica como algo positivo. Para mim, a crítica é uma forma de poder e pode ser que você não concorde e está tudo bem!
Façamos uma reflexão: no alto do Monte Everest, quando se chega, o poder faz com que os escaladores se sintam péssimos fisicamente. Alguns podem até se sentir perturbados mentalmente e a possibilidade da morte é possível, mas as pessoas que estão no alto do poder se sentem ótimas.
Neste caso, a alteração faz com que se sintam confiantes, mas suas percepções se tornam distorcidas. A autoestima aumenta, mas a autopercepção e a empatia diminuem, enquanto a influência sobre os outros aumenta.
O poder tem sido fundamental para a humanidade e, em qualquer ambiente no qual estejamos inseridos, o poder está presente. Ele transpassa todos os aspectos da vida social e é possível dizer que o poder não é só um fenômeno social, mas também psicológico. Ou seja, podemos dizer que o poder está em jogo em tudo.
O poder está nas famílias, escolas, ambientes sociais, organizações, nas guerras e em todos os conflitos, sejam eles pequenos ou não.
Max Weber, sociólogo alemão, define o poder como:
“A capacidade de impor a própria vontade sobre os outros, apesar da resistência, o que pode ser classicamente definido como ‘poder sobre’.”
Alguns outros autores apresentam o poder de forma sutil, quando é possível determinar valores culturais para a sociedade e que muitas vezes nem nos damos conta. Vemos que nos valores podem estar inseridos os vieses cognitivos coletivos.
Outra forma de poder é quando existe a omissão ou a negligência. Vemos isso na política, quando o político limita as informações e fornece às pessoas somente o que lhe interessa e o promove.
Podemos ainda trazer alguns outros autores, como J. French e B. Raven, que identificaram três tipos de poder: um formal e dois pessoais. O “poder formal” pode vir por intermédio de coerção, seja ameaça ou força, com prêmios, sejam eles de incentivo ou recompensa, ou de forma legítima, decorrente da posição que ocupa dentro da organização. Já o “poder pessoal” é originário de especialização, conhecimento, habilidades e expertises, ou de referências atreladas à confiança, relacionamentos ou afiliações.
Podemos observar que o poder é utilizado por todas as pessoas de alguma forma. Ou seja, o poder é a capacidade que a pessoa tem de impactar e influenciar o ambiente em que está inserido.
Se fizermos uma analogia à metodologia DISC, temos o poder que pode ser exercido pela dominância ou pela influência. É importante deixar claro que tudo que é feito impacta o outro.
O poder pode vir por uma posição social ou status, personalidade, habilidades sociais e inteligência emocional. Além dos papéis de autoridade, o poder também está dentro de cada pessoa quando ela precisa superar obstáculos ou tomar decisões.
O importante é aprender a controlar o poder que existe, pois se não o fizermos, ele irá controlar a nós.
Meu convite é: cuide de como você irá lidar com o poder, pois, se não, ele irá tomar conta de você e poderá lhe fazer perder a sensibilidade e a humanidade que habitam em você.
“O poder tende a corromper, e o poder absoluto corrompe absolutamente.” (Lord Acton)
Gostou do artigo?
Quer falar mais sobre como lidar com o poder ou entender melhor sobre os diferentes tipos de poder? Entre em contato comigo. Terei o maior prazer em falar a respeito.
Um grande abraço,
Wania Moraes Troyano
Especialista em Resiliência Científica e Neurociências
http://www.waniamoraes.com.br/
Bibliografia:
ROSENBERG, Marshall, A Linguagem da Paz em um mundo de conflitos, 2019, ed. Palas Athena;
DIAMOND, Julie, Poder um guia de usuário, 2024, ed. Colibri.
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