A edição online da Harvard Business Review publicou, há uma semana, artigo muito interessante de Wayne Baker (www.waynebaker.org), professor na Universidade de Michigan e reconhecido pesquisador em assuntos voltados à “organização positiva”. Ele começa perguntando: Como você sente sua energia no dia a dia de trabalho? Você se sente revigorado e envolvido frequentemente? Ou ao contrário, anda sempre cabisbaixo e aborrecido? Será que está se deixando facilmente “infectar” pela energia dos seus colegas, seja positiva ou negativa?
Nós captamos a energia positiva ou negativa através de nossas interações com as pessoas – algo que tecnicamente é chamado de “energia relacional” – e isso afeta o nosso desempenho no trabalho. Baker afirma ter aprendido essa realidade pessoalmente, concluindo que o conceito de energia é um recurso vital (pessoal e organizacional), e que a pesquisa sobre as fontes de energia tem negligenciado o que todo mundo experimenta na vida cotidiana – nossas relações com os outros. Em uma série de quatro estudos empíricos, ele e a sua equipe quis estabelecer a energia relacional como uma construção científica válida, avaliando o seu impacto sobre o envolvimento dos funcionários e no desempenho durante o trabalho.
Para entender como tudo isso funciona, pense em seus colegas, tanto os próximos como os mais distantes. O que eles fazem? O que eles dizem? Algumas pessoas estão nos energizando porque emitem vibrações positivas. Como um empregado, muitas vezes, percebe em relação ao chefe: “Ele me energiza porque ama seu trabalho, é uma pessoa feliz, sempre com sorriso no rosto e cria uma atmosfera positiva”. Ter um chefe assim eleva as chances de os subordinados ficarem engajados no trabalho, com mais produtividade e integração entre si. Há casos em que criamos a visão positiva, que contribui para a interação e que, por sua vez, transfere a sensação de progresso e esperança.
Cada um de nós é, simultaneamente, fonte e receptor dessa energia relacional. Segundo Baker, quando alguém gerar energia relacional positiva no local de trabalho, mais o seu desempenho sobe. Isso ocorre porque as pessoas querem estar perto de você, atraindo assim os talentos e aqueles propensos a dedicar tempo discricionário para seus projetos. Eles vão oferecer novas ideias, informações e oportunidades para você, sempre em primeiro lugar. E o oposto também é verdade. Se você “desenergizar” os outros, essas pessoas não vão ficar ao seu lado para ajudá-lo. No pior dos casos, eles podem até mesmo sabotar seu trabalho.
E Baker conclui com um bom conjunto de dicas para você se beneficiar da energia relacional: (a) Você deve construir relações de alta qualidade pois, por definição, serão essas conexões a sua fonte de energia relacional; (b) Não deixe de criar eventos energizantes, com foco explícito na criação de energia positiva, e não apenas na entrega de conteúdo, produtos ou serviços; (c) Use ferramentas que promovam a cultura “doador”, ou seja, que o ato de ajudar alguém no trabalho seja entendido como um centro de emoções positivas, e; (d) Busque criar um “mapa relacional de energia”, mapeando a rede invisível que possa estar influenciando todos os da equipe. Com esse mapa identifique as conexões de alta e de baixa qualidade, criando então eventos que possam mudar o ambiente para uma melhor troca de energia relacional.
E você, após essa leitura, acredita nisso tudo? Qual a sua conclusão pessoal?
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