Mas que história é essa afinal? O que você anda contando a você mesmo?
Recentemente conheci uma mulher muito especial, chamada Emily. Ela conduzia um workshop muito interessante de que eu participei. Calhou dela me perguntar durante o coffee-break: “Você ainda joga vôlei?” Eu olhei para ela meio surpresa e disse: “Não, eu nunca joguei vôlei, nem basquete, apesar da minha altura (eu tenho 1m77!). Eu não tenho coordenação para nada, nunca conseguir fazer esportes, sou um fiasco e blá, blá, blá…”
Seus olhos claros me miravam com cândida sabedoria. Ela apenas me disse, ao final de minha ladainha: “É mesmo? Sei…” Então pediu licença e saiu, me deixando lá sozinha.
Fiquei parada, xícara de café na mão, me dando conta de o quanto essa história virou uma Verdade. E o quanto essa Verdade definiu, por tantos anos, o que eu fiz ou deixei de fazer com meu próprio corpo. Pensei: puxa, de onde vem essa crença? Ok, eu SOU descoordenada, mas isso me impossibilita de fazer TODO tipo de esporte? E que mais eu deixei de fazer, afinal? Ali, naquele momento eu vi algo muito importante: que essa história que me conto é, no final das contas, um ponto de inflexão, algo que me impede de seguir como eu quero, para onde quero.
Não sei se já aconteceu com você: de repente, por alguma razão, você percebe que o que vive HOJE tem a ver com algo que aconteceu lá atrás, e você nem se dá conta que está sustentando algo (um hábito, um comportamento, uma crença…) que pode nem ser mais válido!
Então, como me dou conta dessas histórias e as mudo? Para isso, temos uma atividade prática, que não é muito trivial. Digo isso não para te desanimar, mas sim para te preparar. Este é um exercício profundo e transformador – e por isso algumas as pessoas fogem dele. Sabendo disso, te encorajo a encará-lo como uma oportunidade de mudança real, de libertação de coisas que já não te servem mais, para construir a vida que você sabe que quer e merece ter.
Vamos nessa?
1º Passo: Escolha um momento tranquilo, em que você possa se dedicar sem ser interrompido por algum tempo. Assente-se, respire ao menos umas três vezes mais profundamente. Então, responda as seguintes perguntas:
Que histórias conto hoje a respeito de mim mesmo?
Deixe vir quantas historias surgirem, não se preocupe em ser preciso – apenas uma frase às vezes já te ajuda a lembrar de uma narrativa inteira. Exemplos:
– “Eu não consigo tal coisa…” – “Eu não sei…” – “Eu não posso…” – “Eu sempre fui assim.”
– “Esse é o jeito que eu faço as coisas” – “Quando eu era pequeno…”
– “Quando estudava em tal escola…”
– “Isso não é adequado…”-“Isso não é possível, pois…”
Por aí vai…
2º Passo: Agora, escolha uma dessas histórias. Qualquer uma, talvez a mais significativa hoje para você. Faça então uma espécie de pesquisa com ela: De onde veio essa história? Quando começou? Com quem aprendi? Quem me fez pensar/acreditar/me comportar desse jeito? O que sustenta esse história? Ela ainda é válida? Que critérios a validam hoje? Anote o que for relevante.
3º Passo (eu sei, é difícil! Mas vamos lá, vale a pena e você já chegou até aqui!): Pergunte-se honestamente: O que é que eu estou vivendo hoje com consequência desta história que venho contando? O que ando fazendo ou deixando de fazer em função dela?
4º Passo: Reescreva sua história! Sim, reescreva literalmente. Aqui não é o caso de ser imaginativo, mas sim honesto com você mesmo, ouvir seu instinto e deixar fluir. Só construir uma narrativa por construir vai apenas postergar os seus planos de fazê-la virar realidade.
Use as seguintes perguntas como guia: Como você gostaria que fosse essa história? Que mudanças possíveis você poderia fazer para que ela seja distinta AGORA? Que vida você criaria se fosse outra narrativa?
Com esses quatro passos, você pode começar a se dar conta dessa e de outras histórias que te definem hoje e efetivamente reescrever uma nova realidade. E aí, dá até pra jogar vôlei! 😉
Agora, conte para mim:
Como foi para você fazer esse exercício? Que novas possibilidades te trouxe? Alguma descoberta reveladora?
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