Como homem e empresário eu sempre defendi a ideia de desenvolver o lado social e institucional como parte da construção do verdadeiro cidadão. Muitas pessoas deixam isso para fazer depois de muitos anos de trabalho ou após terem acumulado uma segurança financeira para então se dedicarem às referidas atividades.
Algumas pessoas fazem isso por convicção, ou simplesmente por desencargo de consciência. No meu caso, é por pura convicção.
Um dos meus maiores orgulhos e legados que deixarei para todo e sempre, foi ter de maneira totalmente voluntária, ajudado a contribuir com a construção de um grupo de jovens empreendedores, sob a égide da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, o Comitê dos Jovens Empreendedores da FIESP – CJE-FIESP, que tem como escopo fomentar o empreendedorismo, bem como edificar uma nova identidade empresarial. Trocando em miúdos, o mote desse movimento nada mais é do que passar às futuras lideranças empresariais do país uma consciência não só do foco no lucro da empresa em que dirigem ou trabalham, como também que tenham uma atenção especial à questão social, ambiental e de engajamento institucional com o BRASIL.
Eu poderia discorrer uma dissertação aqui, tamanha as experiências incríveis que eu passei nesses últimos anos em que fiz parte desse grupo, porém a que mais me marcou foi sem dúvida nenhuma, ter conhecido e vivenciado “in loco” o trabalho social do Grupo Cultural Afro Reggae.
Para quem não conhece, trata-se de uma organização que luta pela transformação social e, através da cultura e da arte, desperta potencialidades artísticas que elevam a autoestima de jovens das camadas populares. Eles atuam especificamente em comunidades cariocas onde o tráfico de drogas ainda predomina!
Nunca vou esquecer às vezes em que acompanhado do seu idealizador (José Júnior), fiz na calada da noite, incursões, nas vielas e labirintos de um mundo paralelo, intimidador e ao mesmo tempo fascinante, onde me deparava com cenas totalmente paradoxais, onde conviviam em um mesmo grupelho crianças portando um pião ou uma pipa em uma das mãos, e crianças com AR 15 ou pistolas entrelaçadas em seus pequenos corpos como soldados que defendem um território numa zona de guerra, sem falar em outras bizarrices que eu testemunhei!
Infelizmente, o espaço aqui permitido para escrever, não compreende um maior aprofundamento das experiências e aprendizados que eu tive com o Afro Reggae, especialmente com o seu líder José Júnior, no entanto, muitos dos aspectos que ele possui como líder nato que é, seja mediando conflitos ou construindo pontes entre o mundo empresarial, governamental e periférico, tem me ajudado e me inspirado como empresário e principalmente como ser humano!
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