Como os conflitos se formam na mente?
Primeiramente, para compreendermos os conflitos, precisamos saber que todos os conflitos se formam em nossa mente, e nunca fora de nós mesmos. Mas para entendermos os conflitos mentais, precisamos saber o que é isomorfismo. O prefixo “iso” significa igual, idêntico ou semelhante, portanto somos isomórficos quando vivemos o que pensamos.
O que nós vivemos são os fatos, e o que pensamos está no campo simbólico. Estes 02 (dois) campos são indissociáveis, pois um sempre está ligado ao outro. A todo fato, ou realidade existe um símbolo que nos faz compreender, ou entender ou decodificar o fato. Símbolos aqui significam o nosso entendimento racional e também nossos sentimentos, nossas emoções. Por exemplo, preciso dizer que a lâmpada está acesa, que agora estou usando sapatos, que passou um carro defronte à casa, etc. O campo simbólico é vasto, pois ele corresponde ao hemisfério esquerdo (lado racional, verbal) e direito (lado emocional, intuitivo), em conjunto. Neste texto, vamos é considerar que o simbólico produz aquilo que chamamos de “o que deveria ser” (hemisfério esquerdo). E/ou “o que eu gostaria que fosse”, que são aspectos mais do campo emocional, ou seja do hemisfério direito.
Nós somos coerentes quando fazemos o que pensamos
Eu gosto de gatos eu tenho gatos, ou eu gosto de viver na cidade de Florianópolis e moro em Florianópolis, e sempre que houver o isomorfismo haverá coerência e nenhum conflito.
Mas se houver uma não conformidade ou não isomorfismo surgirá no espaço entre o símbolo e o fato, o que nós chamamos de semente do conflito. Por exemplo: eu gosto de gatos mas tenho um cachorro, eu moro em Florianópolis mas gostaria de morar em Maceió. Neste momento a semente do conflito está inserida, mas é percebida como um potencial conflito, algo ainda meio latente, que embora presente ainda não rompeu totalmente a casca, ou seja, o conflito ainda está “embrionário”, ele ainda não se manifestou.
Quando surge um conflito em potencial, uma não conformidade ou não isomorfismo, nós precisamos agir para que haja novamente o isomorfismo, a igualdade entre os fatos, seus conceitos ou desejos, ou seja, entre os fatos e os símbolos
Administrar conflitos significa, que ao longo do tempo nós vamos fazer uma espécie de costura entre fatos e símbolos.
Administração e Superação de Conflitos
De forma instintiva os seres humanos querem mudar os fatos de modo que a vida ou os acontecimentos se adequem aos símbolos.
No entanto, para mudar fatos há várias formas de fazê-lo. Um exemplo é que você pode fazer planos, usar o processo decisório em uma planilha de planejamento e ao longo do tempo ir tentando obter os resultados desejados – lembre-se, a isto chamamos de Administração de Conflitos.
Peter Senge, um dos grandes teóricos da administração atual, chama esta situação ou este estado de tensão criativa, que significa dizer que de uma forma ativa e tranquila vamos buscando a mudança dos fatos ou acontecimentos segundo o nosso símbolo. Cabe ressaltar, que neste espaço de tensão criativa podemos usar todos os nossos conhecimentos prévios, e mesmo todos os referenciais e ferramentas ISOR de Mentoria e Coaching, como Cosmovisão, Relacionamentos Focados, Condução Tensorial, Centramento, Mentalidade ou a integração dos Campos Mentais.
Nós não podemos deixar de examinar os nossos símbolos e verificar se realmente eles são coerentes com a Vida, se são viáveis e principalmente se vão gerar um benefício para nós e às outras pessoas. Ressalta-se também que na vida nem sempre os fatos que desejamos, acontecem, pois nós não temos controle sobre o fluxo da vida e dos acontecimentos!
Neste caso, quando não há uma possibilidade de mudar os fatos, percebemos que a única alternativa que resta é a mudança do nosso símbolo. Um exemplo mais radical é o exemplo de um casal que deseja que o filho nasça saudável, mas o filho nasce como portador de uma deficiência. Neste caso, não é possível mudar o filho e a única alternativa que resta é mudar o símbolo, ou seja, aceitar o filho como ele é.
Neste momento surge novamente o isomorfismo. Outro exemplo, que podemos mencionar é morar num apartamento e desejar morar numa casa, e caso esse último caso não seja possível, devemos aceitar ficar no apartamento por um tempo maior não desejando mais a mudança imediata, e essa atitude também é uma mudança de símbolo.
Uma grande Sabedoria que podemos, aliás, devemos utilizar ao lidar com situações conflitivas é a aceitação do que é.
“A aceitação do que é” não cria nenhum conflito. Porque fazemos com que o símbolo esteja em conformidade com cada fato gerando em cada ser humano a paz, o não conflito.
Importante deixar claro, que não estamos falando de conformismo, mas sim sabedoria profunda, pois criamos paz com tudo. E aí vamos atuar no mundo e ajudar a mudar os fatos com paz., ou seja, seres pacíficos ajudando o mundo. Isto sim, vai ajudar. Não serão mais pessoas conflitivas, num estado de guerra interna visando a mudança do mundo.
Na realidade, todos nós precisamos praticar mais a aceitação.
A aceitação diminui as dores, os sofrimentos, as angústias, as emoções negativas. E a partir daí buscamos nossas melhorias e desenvolvimento, a sanidade em todos os sentidos.
Gostou do artigo? Quer saber mais sobre Administração de Conflitos da mente? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.
Marcos Wunderlich
Formador em Mentoring, Coaching e Advice Humanizado ISOR®
https://holos.org.br
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