Já aconteceu com você? A gente não está lá nem cá em alguma coisa na nossa vida. É um apartamento provisório ou de aluguel que você não quer decorar porque não sabe quanto tempo vai estar lá, ou um trabalho que não alegra seu dia, mas que você não tem como sair por falta de dinheiro ou mesmo de opção. Às vezes até uma roupa nova que você não compra porque “ainda vai emagrecer” para caber nela – mas nem começou a fazer dieta ainda.
Não soa familiar isso? Pois é, e isso é mais comum do que parece. Na verdade, a maioria dos clientes de Coaching que eu atendo trazem essa queixa: não estou bem onde estou, mas não sei o que fazer para chegar “lá”. Esse tal “lá” é um lugar paradisíaco imaginário em que, em tese, todos os problemas estarão resolvidos. “Lá” supostamente seremos felizes, realizados, teremos dinheiro, amor e abundância.
Mas “lá” é um ponto no tempo ou no espaço que ainda não está. Ele só está na cabeça, como uma possibilidade ainda não realizada. E o que é real? É o seu hoje, o momento presente – e é justamente onde se localiza o limbo.
O que fazer então para sair dele, na direção de “lá”? Se jogue no limbo. Sério: entre nele de cabeça e esteja nele como se fosse o único lugar possível de estar. E mais, como se fosse o MELHOR viver possível. Como se já fosse “lá”.
Assim, se você está provisoriamente em um apartamento, cuide para deixá-lo de tal forma que você se sinta em casa. Não precisa necessariamente gastar para isso, mas colocar seus toques como se essa já fosse a melhor moradia que você tem.
Se seu trabalho já deu e você ainda não tem outro, procure ver de que forma você pode abraça-lo e cuidar dele como se fosse o melhor trampo que há? Como dar o seu melhor nesse ambiente? Como encontrar oportunidades de melhorar ainda mais o que faz?
Quando eu comecei minha prática de Coaching, confesso que foi porque era a única coisa que eu me via capaz de fazer. Eu tinha feito uma formação incrível em 2004, mas usava os conhecimentos para gerenciar minha equipe, quando era diretora numa empresa grande.
Quando saí deste universo corporativo, fiquei momentaneamente cega, sem opções, pra baixo. Achava que alguém fosse vir me salvar e me dizer o que eu tinha que fazer da vida – e então entrei no limbo. Não conseguia ir para frente porque não sabia para onde ir e nem ir para trás porque já não queria voltar para a vida empresarial. Se você está nessa também, saiba que eu te entendo e sei o quanto isso parece o fim do mundo, um beco sem saída. Mas não é, tá? A saída está em você, por mais cliché que isso possa parecer.
Depois de um tempo nesse limbo aí, na procrastinação e na tentativa de me encontrar, uma hora tive que ter a coragem de me perguntar: o que eu já sei fazer? Eu já fazia Coaching com minhas equipes e isso funcionava muito bem. Por que não fazer disso uma profissão? Então me dei o direito de tentar, ao menos. Com a cara e a coragem, anunciei no meu Facebook que iria fazer Coaching por um preço simbólico para quem precisasse. Comecei então a atender. E na prática, passei a me dar conta de que eu realmente sei fazer esse tal de Coaching direitinho e, mais – que eu adoro esse ofício! Sem perceber, já estou vivendo “lá”. Estou feliz, satisfeita, recompensada. Eu ajudo as pessoas a partir do meu melhor e entrego o meu amor por elas por meio do que eu faço.
Mas isso só aconteceu porque eu me joguei no limbo. Reconheci que ele existe. Aceitei-o, agradeci por ele existir. E entrei de cabeça para perceber que havia muita coisa nele.
Acolha seu limbo e dê o melhor que você pode, estando nele de verdade, para expandi-lo a partir do que ele já é – e de quem você é e está nesse momento.
Vamos a uma atividade bem simples (ok, ok, você já sabe que quando eu digo simples não quer dizer fácil… 🙂 ) para te ajudar a identificar seu limbo e o que fazer para sair dele.
1o passo: Faça uma lista das coisas em sua vida que estão no limbo.
2o passo: Encontre maneiras de reconhecer e apreciar pelo que elas são. Agradeça. Veja as coisas boas que aí estão (evite cair na tentação de falar: ah, isso que eu faço/sou/tenho é legalzinho, mas poderia ser sensacional. Isso não é apreciar, é colocar expectativa no que poderia ser).
3o passo: Para cada situação de limbo, faça uma lista do que você pode fazer para melhorá-la, encontrando oportunidades para dar o seu melhor – apesar de parecer que isso não é possível.
4o passo: Implemente o que for possível agora!
Depois que você fizer esse exercício, queria te convidar a comentar comigo abaixo do texto:
- Como foi fazer esse exercício?
- O que surgiu de interessante?
- Quais próximos passos você consegue dar para sair do limbo?
Não esquece: qualquer coisa, estou por aqui.
Com amor e com alma,
Karinna
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