Em um processo de Coaching há vários momentos críticos que exigem habilidade e experiência do Coach sendo que, para mim, um dos mais importantes está na definição das metas em conjunto com o cliente. Até porque, dependendo de cada caso, haverá a conjugação de metas de curtíssimo prazo com outras de curto e médio prazo, abrindo perspectivas para um futuro promissor que atenda as expectativas do Coachee.
E nesse contexto, como é que funciona a organização de ideias para a construção das metas?
Para começar, a meta não pode ser confundida com uma lista de tarefas a cumprir. Estabelecer a meta obriga que se tenha visão clara de qual a conquista a alcançar e como será o caminho a percorrer. Porém, algo que nem sempre é debatido entre o Coach e o cliente é entender muito bem em que (ou como) a meta definida irá gerar sentido e significado para a vida do Coachee. Escrever essa meta em bom português e tê-la exposta para lembrança frequente contribuirá para o sucesso.
A meta deve ser desafiadora e positiva, pois a sua conquista dará prazer e sentimento de vitória. A meta travestida de negação (deixar de fazer algo, por exemplo) precisa ser evitada, pois conquistar é ganhar, é avançar. E o fato de a meta ser desafiadora reforça o conceito de que sua conquista colocará o cotidiano do cliente em um novo e melhor patamar, com a conclusão do processo gerando sentimento de novos horizontes criados, sejam pessoais ou profissionais.
Ao olhar a meta escrita e em local visível, o cliente sentirá a importância do compromisso que assumiu consigo mesmo, do qual o Coach é participante e apoiador. Com isso, haverá a tendência à não procrastinação, ou seja, acabará aquela vontade de “empurrar os problemas e as dificuldades com a barriga”, em expressão bem popular. Tendo a meta baseada em o que, quando, onde e como, sem dúvida será mais fácil concretizá-la.
Porém, lembremos que o caminho será árduo e recursos materiais e de tempo são exigidos. Concretizar uma meta é sinônimo de construir uma transformação, com os devidos cuidados de se avaliar os impactos que isso possa gerar em outras pessoas. O que nos leva a entender que a meta “egoísta”, sem pensar no entorno do cliente, pode trazer problemas inesperados. Se o cliente quer mesmo enfrentar essa possibilidade, isso deve estar bem consciente.
Um trabalho fundamental do Coach, quando definida a meta, é ajustar com o cliente quais serão os indicadores de resultados e como eles serão medidos. Certamente, haverá potencialmente indicadores que são qualitativos, mas alguma métrica é importante para que a meta seja avaliada ao final do processo (Foi ou não alcançada? Em que dimensão?). De qualquer forma, a evolução do cliente sempre terá no feedback do Coach uma adequada linha de acompanhamento.
Agora, Coach e cliente passam a trabalhar com foco e, espera-se, com dedicação e harmonia. Mas o que fazer se, por circunstâncias inesperadas, houver algum tipo de impacto no planejamento para se chegar à meta? Cabe então avaliar com cautela o que aconteceu, repensar todo o cenário e ajustar para uma nova meta. Nunca fazer isso porque houve falta de dedicação ou de aplicação do cliente. Mas sempre dar atenção quando a dinâmica da vida se fizer presente e trouxer uma combinação inesperada de circunstâncias.
Rever a meta não é pecado; pecado é rever a meta apenas porque ela não foi alcançada.
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