Enfim, acabou o Carnaval e o Brasil precisa se mexer para sair da crise em que está metido, tanto a política como a econômica, ambas gerando impactos sérios no cotidiano social. É o momento em que muitas pessoas tentarão avançar em novas ideias para concretizarem seus sonhos, enquanto outras estarão felizes com o seu atual momento e tentarão manter, sob todas as formas, essa zona de conforto. Os Coaches podem se preparar para dividirem as futuras demandas entre contribuir para seu cliente conquistar algo novo OU apoiar para que ele não venha a perder algo que já tem.
Por conta disso, vou me inspirar em um artigo muito interessante escrito por Sandra Betti, sócia-diretora da MBA Empresarial, para a Endeavor. Naquele trabalho, ela comenta que a “zona de conforto” pode ser vista como o espaço em que temos uma tendência a fazer o que é fácil e cômodo, mantendo nossos vícios e evitando o que seja novo e desafiador. É um jeito de ser que nos protege dos nossos medos, angústias, ansiedades e dúvidas. Contexto esse que, ao final, gera a sensação de enorme segurança.
Antes de me deter naquilo que é o meu foco para este artigo, quero aproveitar a menção ao trabalho da Sandra para resgatar as razões que ela aponta para esse tipo de comportamento passivo. Resumidamente, são apontadas a preguiça (muitas vezes traduzida por outras formas como apatia, desmotivação ou uma soma de vários sentimentos negativos); a soberba (sensação de plenitude perante a concorrência); medo (receio de colocar em jogo as próprias limitações e deficiências) e miopia (falta de aplicação para analisar cenários e perspectivas futuras).
Pois bem, nos tempos atuais o que mais se fala é nas dificuldades pelas quais passam muitas empresas, incluindo aquelas que são individuais (pessoa jurídica de uma pessoa apenas). Em geral, olha-se para fora, ou seja, o problema nasce no ambiente exterior e reflete no negócio. Em sendo isso uma verdade, significaria dizer que a capacidade (ou competência) dessa empresa é apenas a de responder ao estímulo externo, limitando-se a ser “reativa” e não “proativa”.
Sabe qual a diferença? Ser “reativa” é assumir-se, no seu cotidiano, como uma empresa competente e preparada para o modelo causa-efeito. Quanto a ser “proativa”, a empresa não é influenciada inteiramente pelas circunstâncias e tem a capacidade de influenciar o que está à sua volta para lhe trazer benefícios. Isso que foi afirmado para o cenário das empresas cabe também para o contexto de cada pessoa, em particular.
Quando alguém usa a expressão “vai à luta”, o sentido não é de sair brigando a tapas por um espaço de poucas oportunidades, complexo e conflitante. Deve-se entender que essa expressão estimula refletir, pensar, encontrar novas oportunidades e inovar para criar diferenciação. Nunca alguém falou que isso é fácil, mas se não se treinar para o movimento de primeiro olhar para dentro de si, gerar motivação e estímulo, corrigir-se nas limitações e depois ir à luta, a chance de sucesso futuro ficará limitada às conquistas pontuais e à zona de conforto escolhida.
Sandra foi feliz ao citar que as consequências de ficar na zona de conforto resumem-se aos impactos negativos na carreira, na imagem e na empregabilidade, além de prejuízos à saúde. E eu quero agregar que, mais do que tudo isso junto, devemos nos lembrar que o mundo é dinâmico e nada é definitivo. Em sendo assim, até a sua zona de conforto mudará um dia. Como fazer para administrar isso? Está aí um desafio aos Coaches quando em apoio aos seus clientes.
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