Como você escolhe a sua estratégia?
Amigos leitores, hoje eu farei uma boa provocação para cada um pensar em como costuma desenvolver as suas estratégias. Em meio a um mundo tão cheio de complexidades, dinâmica e incertezas, para seu autoconhecimento é fundamental refletir, com base em seus métodos e conceitos, sobre como se comporta na posição de estrategista. Vale lembrar que esta abordagem tem foco empresarial, mas na vida pessoal também devemos ter o pensamento estratégico. Com a atenção de não confundir pensamento estratégico (capacidade de enxergar a vida e/ou a empresa no futuro) com planejamento estratégico (ato de desenhar ações e caminhos para chegar lá).
Estratégia: qual dimensão você prefere?
Muitos já usaram a metáfora de várias pessoas posicionadas ao redor de um elefante, tendo que descrever o que viam. Todas olhavam para a mesma criatura; no entanto, as descrições eram completamente diferentes. Insatisfeito com muitas opiniões diferentes para o tema, o renomado Prof. Dr. Henry Mintzberg (McGill University Canada) organizou esse debate em diferentes escolas de pensamento.
Mintzberg, reconhecida autoridade mundial quando o assunto é Estratégia, tem visão crítica quanto ao que muitos chamam de planejamento estratégico pois, para ele, a estratégia não pode ser planejada, uma vez que “planejamento é análise” e “estratégia é síntese”.
Buscando então criar uma base teórica mais estruturada de como os estudiosos tratam o assunto, Mintzberg estruturou seus 5 “P”:
(1) A estratégia pode ser entendida como “plano” (plan, em inglês), em que temos a consolidação de ações de forma organizada e previamente avaliadas;
(2) A estratégia pode ser vista como “pretexto” (ploy), significando a manobra previamente idealizada para enganar (ou desviar a atenção) de concorrentes;
(3) A estratégia pode ser entendida “posição” (position), no sentido de como aplicar recurso para a competição com o concorrente, ou como posicionar a marca e se relacionar com stakeholders;
(4) A estratégia pode ser entendida “padrão” (pattern), quando é criado um padrão para o plano de ações, sem muitas mudanças ao longo do tempo;
(5) Também podemos ter a estratégia como “perspectiva” (perspective). Ou seja, tem conceito abstrato, exige a intuição e está baseada na forma como os formuladores percebem o mundo.
Não contente com isso, voltando-se ao processo de formação de estratégia para uma empresa ou organização, Mintzberg também estruturou o que chamou de “10 escolas do pensamento estratégico”. Assim, conjugando os 5 “P” com as 10 escolas, as pessoas interessadas no assunto terão mais elementos para serem criativas e efetivas ao formularem as estratégias para seus negócios ou sua vida. Ele afirma que a estratégia pode ser prescritiva (são três linhas de pensamento com foco em “como as estratégias devem ser formuladas”) ou descritiva (são sete linhas de pensamento com foco em “como as estratégias são formuladas”).
Conclusão
Mintzberg afirmou, em seus estudos e livros, que não há uma escola de pensamento predominante para a criação da estratégia de uma empresa ou organização. Na realidade, o que ele garante é a necessidade de que, no desenvolvimento de uma estratégia (da criação à aplicação) haja um coquetel de várias correntes. O conceito central é que desenvolver a estratégia tem relação direta com a realidade que envolve a empresa ou organização, abrindo muitas possibilidades decisórias na medida em que o processo envolve seres humanos, com suas preferências, comportamentos, hábitos e crenças. Ou seja, nunca se pode dizer, a priori, que uma estratégia é melhor do que outra, pois existe a dependência de quem irá implementá-la. E você, o que pensa dessa conclusão?
Mario Divo
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