Compreendendo os Medos que Bloqueiam Sua Comunicação
Quando certos medos nos visitam (ou nos habitam), podemos perder a nossa capacidade natural de nos expressar e dialogar.
“Estou convencido de que o medo é a raiz de toda má escrita” .
Me deparei com essa frase no livro “Sobre a Escrita”, de Stephen King, e automaticamente minha mente me convidou a substituir a palavra escrita por comunicação. Mas, como não sou lá muito fã das generalizações, prefiro prosseguir com essa reflexão com a ressalva de que o medo é apenas uma das raízes dos nossos desafios de comunicação e, por consequência, de relacionamentos.
“Milena, como eu falo isso para fulano?” é um dos principais pedidos de ajuda que eu recebo.
Em 99,8% das situações (só para não generalizar), a pessoa sabe exatamente o que ela quer falar. Ela também tem capacidade para fazer isso. E por que não o faz? Porque tem algum medo habitando a mente e o coração dessa pessoa.
O que fulana vai pensar? Como sicrana vai reagir? E se ela ficar magoada? E se eles acharem isso uma idiotice? E se isso virar uma discussão maior? E se ela não quiser mais contato comigo? E se eu parecer fraca? E se ele usar isso contra mim?
Você consegue notar a presença do medo em cada uma dessas perguntas? Eles estão bem ali, nas entrelinhas (às vezes nem tanto assim): medo do julgamento, de magoar, de conflito, de rejeição, medo de desagradar, medo de se vulnerabilizar…
E, quando eles nos visitam (ou nos habitam, porque muitos deles são bastante profundos), eles nos impedem de nos expressar de maneira genuína. Muitas vezes, acabamos editando o que verdadeiramente desejamos comunicar. Às vezes, suavizamos o tom da mensagem, outras tantas floreamos a mensagem… pisamos em ovos, rodeamos… Isso sem contar quando nem sequer conseguimos nos comunicar. O medo é tanto, que nos calamos.
Por outro lado, o medo também pode nos levar a encarar uma conversa como um ringue de luta. Vamos para cima com tudo, para mostrar que estamos com a razão e para vencer o argumento. Expressamos a nossa verdade, doa a quem doer. E, se alguém nos acusar de sermos agressivos, ainda somos capazes de dizer: mas eu estou só falando.
Por fim, surgem os ruídos de comunicação, os desentendimentos, os conflitos…
Os verdadeiros muros que se criam entre nós e os outros, impedindo que a gente se enxergue, se escute e se conecte verdadeiramente.
É preciso compreender esses medos para desbloquear a nossa capacidade de comunicação e fortalecer os nossos relacionamentos. Somente quando escutamos e aprendemos com os nossos medos, podemos verdadeiramente nos conectar uns aos outros e construir pontes para uma comunicação mais genuína e significativa.
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Milena Serro
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