Antes de nativos digitais ou imigrantes digitais ou profissional da indústria 4.0, as pessoas são pessoas e possuem características imutáveis, simplesmente por serem seres humanos.
Saber lidar com as emoções, ficar constrangido diante de uma situação difícil de enfrentar, ficar inibido diante de uma apresentação em público, triste diante de uma perda de um ente querido, usar a sua habilidade de comunicação para influenciar, envolver ou motivar pessoas, vender ou negociar, ensinar e aprender são ações que podem sim ser apoiadas por agentes externos, tais como a tecnologia, Internet, globalização, alteridade, inteligência artificial, sites de buscas etc.
Dentre essas tendências oriundas das transformações sociais, configura-se no panorama das estruturas organizacionais e sociais o avanço vertiginoso da tecnologia, trazendo no seu bojo os impactos no mundo dos negócios e comportamentos das pessoas. A revolução gerada pela Inteligência Artificial, integração de sistemas, internet das coisas, Big Data e analytics, cloud computing, segurança de TI, realidade virtual, culminou na Quarta Revolução Industrial, também chamada de A indústria 4.0, que estuda e explica os fenômenos geradores de uma profunda transformação na sociedade, impactando na produção mundial.
A primeira revolução aconteceu no século 18, com o surgimento das máquinas a vapor e ferrovias, substituindo o uso de animais para gerar força. A segunda no final do século 19 e início do século 20, com a energia elétrica e a linha de produção criada por Henry Ford, criando a condição de produção em larga escala. A terceira foi a transformação gerada pelos computadores pessoais e a Internet com toda a gama de plataformas digitais e, por último a revolução 4.0, gerada pelo conjunto de avanços tecnológicos criados nas últimas décadas.
Os princípios da Revolução 4.0, conforme trabalhos presididos por Siegfried Dais e Henning Kagerman, são os seguintes: Tempo real, Virtualização, Descentralização, Orientação a serviços, Modularidade e Interoperabilidade.
Seus pilares são:
– Internet das coisas (IoT – Internet of things) é um conceito que trata da conexão de aparelhos físicos à rede.
– Big Data – é o termo usado para se referir à nossa realidade de tecnológica atual, na qual uma imensa quantidade de dados é coletada e armazenada diariamente na rede.
– Inteligência Artificial – Baseada nos itens anteriores, a Inteligência Artificial permite a tomada de decisões da máquina, sem interferência humana.
– Segurança – a preocupação passa a ser menos manual de conduta e mais robusta nos sistemas de informação e prevenção de problemas na comunicação entre as máquinas.
– Computação em Nuvem – O armazenamento dos sistemas compartilhados e interligados pela Internet permitem ser acessados por qualquer lugar do mundo; no contexto da indústria 4.0 amplia as possibilidades de conectividade entre sistemas.
Seus impactos positivos oferecem ao gestor uma visão estratégica dos negócios, redução de custos, mudanças dos processos e organograma das organizações, diminuição do quadro de colaboradores, maior velocidade para identificar demandas e oferecer os produtos customizados e necessários.
Há, naturalmente, impactos negativos, entre eles o risco de espionagem industrial, comportamentos inadequados nos mercados face ao seu poder de influência, manipulação da opinião pública, máquinas assumindo o papel de funcionários, a remodelação total dos sistemas de carreira e trabalho.
Diante desse contexto, está o ser humano citado no início dessa matéria, padecendo das mudanças externas que interferem na sua rotina, nos seus conhecimentos e oportunidades. Muitas atividades profissionais deixarão de existir e tantas outras sofrerão mudanças radicais e, infelizmente, o nosso sistema educacional é lento em relação à velocidade das mudanças que acompanhamos no mundo e em nosso país.
A comunicação 4.0 contempla primordialmente as necessidades de cada pessoa conhecer-se profundamente e trazer à consciência as suas próprias qualidades, suas habilidades e dons para serem aperfeiçoados e alinhados às tendências e necessidades do mundo profissional, independentemente da sua escolha. Além disso, outros recursos muito úteis para quem deseja sucesso nesse mundo VUCA (Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo). Tenho alguns amigos que batizaram o mundo em “muvuca”, que tem muito mais a ver com confusão, com bagunça e as vezes até pode ser decodificado dessa forma, conforme o impacto vertiginoso das mudanças, assustando alguns e deixando outros totalmente fascinados com as oportunidades surgidas nesse contexto.
A busca do conhecimento sempre foi o alicerce para a construção de um profissional cada vez mais bem preparado e devidamente atualizado para o exercício das suas funções, entretanto, agora, mais do que nunca, se faz necessário, além do conhecimento, ter a sabedoria, refletida na escolha das informações importantes e o seu uso para a vida prática.
Outra característica que precisaremos desenvolver, é desaprender o que aprendemos para depois reaprender sob a luz de uma nova perspectiva.
Outra habilidade necessária ao profissional do futuro é desapegar-se das certezas, mesmo porque ninguém é dono da verdade absoluta e enxergamos o mundo com o filtro das nossas limitadas visões, cerceadas por conceitos, preconceitos, crenças, influências externas e internas, tradições, origem, modus vivendi etc.
Creio que o tópico imprescindível é estar conectado com as inteligências múltiplas, focada no relacionamento, no contato, destacando-se: lógica matemática, linguística, visual/espacial, musical, corporal, corporal/cinestésica, naturalista, existencial, interpessoal e intrapessoal.
O preparo contínuo das habilidades de comunicação será sempre necessária nas mais diversas situações do mundo empresarial, destacando-se: processos seletivos, apresentações de trabalhos e projetos, relacionamento social, participação em cursos e reuniões, vendas, negociações, atendimento a clientes, entrevistas com a imprensa, participação em associações, discursos, educação e liderança.
Por isso, meus amigos, não há como não nos prepararmos para o futuro sem desenvolvermos na nossa capacidade, ao meu ver, será cada vez mais exigida, que é a comunicação. De nada adiantará estarmos conectados com as mudanças, entendermos e nos ajustarmos ao mundo “VUCA”, dominarmos a tecnologia, aprendermos e desaprendermos tanto, se não soubermos nos comunicar adequadamente.
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