A Comunicação Não Violenta (CNV) é um processo conhecido por sua capacidade de inspirar ação compassiva e solidária. Ensinada há mais que 40 anos por uma rede mundial de mediadores, facilitadores e agentes voluntários, fundada pelo psicólogo Dr. Marshall Rosenberg, a CNV está sendo utilizada em cada nível da sociedade por um crescente número de pessoas que desejam intervir e agir com meios práticos e eficazes em favor da paz.
Muitas pessoas passam uma vida inteira se comunicando de maneira violenta, sem que se deem conta disso.
Marshall Rosenberg em seu livro “Comunicação Não Violenta (CNV)”, nos mostra que muitos dos problemas que atravessamos nos relacionamentos pessoais e profissionais poderiam ser resolvidos se tivéssemos a habilidade de criar uma comunicação cheia de empatia e compaixão, criando uma vida mais rica e harmoniosa com os outros.
Ele começou a pesquisar os fatores que afetam a capacidade humana de se manter compassivo. Por conta disso, chegou ao papel crucial da linguagem e do uso das palavras.
Desenvolveu assim, uma abordagem específica de comunicação (falar e ouvir) – que permita uma conexão maior entre as pessoas para que a compaixão possa emergir, mesmo em situações críticas.
A Comunicação Não Violenta – CNV, começa por assumir que somos todos compassivos por natureza e que estratégias violentas – se verbais ou físicas – são aprendidas, ensinadas e apoiadas pela cultura dominante.
Ele explica também, que todos compartilham o mesmo, ou seja, necessidades humanas básicas, e que cada uma de nossas ações são uma estratégia para atender a uma ou mais dessas necessidades.
No entanto, a CNV exige bastante prática, esforço, paciência, dedicação e envolvimento.
A CNV busca a pacificação de uma guerra cotidiana, já que nos habituamos a expressar o que queremos de forma impositiva e desatenta.
A maioria das bases educacionais e morais que conhecemos é violenta. Ao estabelecer noções rígidas de certo e errado, estabelecemos também as ideias implícitas de mérito e punição.
Nossa linguagem habitual vem dos mesmos locais, compartilha dessa raiz que busca dominar e convencer. E não se conectar e se relacionar.
O ponto crucial em lidar com conflitos é assumir 100% de responsabilidade por nossos sentimentos, pois as situações externas e as pessoas são apenas gatilhos para reações internas hostis.
Sempre temos plena liberdade para escolher a forma como reagir. Afirmar que “bati em você porque me provocou” é uma forma de isenção de responsabilidade. Seria mais coerente dizer “bati em você porque cedi a raiva diante do que você disse.”
Se quisermos uma reação compassiva devemos oferecê-la primeiro. Julgar cria fechamento e reatividade. Ao invés de pensar no que está errado na situação ou na pessoa, podemos pensar sobre quais necessidades nossas queremos ver atendidas.
São muitas as necessidades ocultas que carregamos.
Marshall Rosenberg sugere que quando estivermos em uma situação desafiante e de conflito experimentemos o seguinte:
- Parar e respirar profundamente;
- Identificar os próprios pensamentos, em especial, aqueles julgadores;
- Conectar-se às próprias necessidades;
- Expressar seus sentimentos e necessidades não atendidas.
É essencial, e até libertador, entender que existe um espaço humano seguro para discordar – e mesmo assim seguir conectado, dialogando.
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